VI – As
Escolas “Adães Bermudes”
Numa
tentativa de incrementar as construções escolares, a 2 de março de 1898 foi
aberto o concurso “para apresentação de projectos de edifícios destinados a
escolas de instrução primária e o respectivo relatório”. Os trabalhos,
entregues na 1.ª Repartição da Direção-Geral de Instrução Pública, deveriam ser
apresentados com um pseudónimo, com peças desenhadas à escala 1/100, memória
descritiva e justificativa, bem como medição e orçamentos.
Os
projetos deveriam incluir 3 tipos de edifícios diferentes: 1 sala para 50
alunos do mesmo sexo e habitação do professor; 2 salas para 100 alunos do mesmo
sexo e habitação do professor e ajudante; 2 salas para 100 alunos de ambos os
sexos e 2 habitações para os professores e ajudantes.
Foi
ainda estipulado que deveriam ser utilizados matérias e técnicas próprias de
cada zona do país: Minho e Douro; Trás-os-Montes; Beiras; Estremadura;
Alentejo; Algarve; Ilhas Adjacentes.
Em
outubro de 1898 foi aprovado o trabalho do arquiteto Arnaldo Redondo Adães
Bermudes (1864 – 1948) em que as salas de aula eram térreas, com 3 janelas para
a fachada principal e arejamento; instalações sanitárias; recreio; e vestíbulo.
A casa do professor tinha 2 pisos e um sótão com a entrada sobre a fachada
central. A regionalização dos edifícios foi o aspeto menos conseguido deste
projeto. Quanto ao mobiliário escolar, não fazia parte do projeto da escola,
sendo fornecidos pelas câmaras municipais, com pouca qualidade e ergonomia.
Fonte: BEJA, Filomena, et al.
Muitos Anos de Escolas – Volume I –
Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941. Lisboa, Ministério da
Educação – Direção-Geral da Administração Escolar, 1990.
MJS