Passam esta semana (15 de junho), cinquenta anos sobre o
desaparecimento de Almada Negreiros (1893-1970). José Sobral de Almada
Negreiros, nascido na ilha de São Tomé e Príncipe, foi uma das personalidades mais
marcantes do modernismo português. Estudou na Escola de Belas-Artes, em Lisboa,
e mais tarde, em Paris. O seu talento, e interesses, foram muitos e variados. Trabalhou
em pintura, desenho, tapeçaria, gravura, pintura mural, mosaico, azulejo e
vitral, produções publicitárias, palestras radiofónicas, cinema, cenários e
figurinos, etc. O seu nome fica para sempre ligado ao mundo da arte e da
cultura abarcando, igualmente, a literatura (romance, poesia, ensaio e
dramaturgia), o teatro, a cenografia e mesmo o bailado. Aliás, é pela escrita
(interventiva e literária) que ganha peso e projeção no início da sua carreira.
Almada teve um papel particularmente ativo na primeira vanguarda modernista e
na criação da revista Orpheu, assumindo um papel central na dinâmica do
movimento futurista. Ao longo da sua vida dedicou-se a trabalhar diversas áreas
e meios de expressão, sem parecer fixar-se numa área, ou meio, específicos. Daí
a sua imagem como artista total, complexo e completo, inclassificável e
incontornável.
No meio desta dinâmica fulgurante, fica a imagem do artista
multidisciplinar (artista plástico, escritor, performer…) que se “fabricou” a si próprio, tendo assumido, desde
cedo, uma aprendizagem individualista, de cariz autodidata e multifacetado. Para
a posteridade, no campo das letras, ficam obras como: “A Engomadeira”; “Manifesto
Anti-Dantas e por extenso”, ou a novela “K4 O Quadrado Azul” e peças como
“Pierrot e Arlequim”, ou o romance “Nome de Guerra”. Nas artes plásticas constituirão
sempre motivo de estudo e de deslumbramento os frescos das Gares Marítimas de
Alcântara e da Rocha do Conde d’Óbidos; os vitrais da Igreja de Nossa Senhora
de Fátima e o painel com o título “Começar”, no átrio da Fundação Calouste
Gulbenkian (Lisboa).
JMG
Fontes e informação adicional:
BRANDÃO, Lucas (2017, 3 de fevereiro). Almada Negreiros, o modernista autodidata [em linha]. Comunidade,
cultura e arte. [Consult. 17 de junho de 2020].
FERREIRA, Sara Afonso e GASPAR, Luís Manuel (2017). Almada Negreiros (1893-1970) [em linha].
Modernismo – arquivo virtual da geração de Orpheu.
[Consult. 17 de junho de 2020]. Disponível: https://modernismo.pt/index.php/a/222-almada-negreiros-1893-1970>.
INFOPEDIA. Almada-Negreiros
[em linha]. [Consult. 17 de junho de 2020].
Disponível: https://www.infopedia.pt/$almada-negreiros
WIKIPEDIA, a enciclopédia livre. Almada Negreiros [em linha]. [Consult. 17 de junho de 2020].
Disponível: https://pt.wikipedia.org/wiki/Almada_Negreiros