2019/12/20

Paula Vicente - Patrona da Escola Técnica Elementar

Paula Vicente (1519-1576)

A Escola Técnica Elementar Paula Vicente, em Lisboa, iniciou atividade no ano letivo 1948/1949 e, com escola feminina, desde início adoptou como patrono Paula Vicente. Esta artista portuguesa, nascida em 1519 e falecida em 1576, filha do segundo casamento de Gil Vicente, notabilizou-se pelos seus dotes artísticos e de erudição. Viveu uma vida de corte, onde lhe foi reconhecido artístico, sendo considerada na época como uma das damas mais próximas e dedicadas da infanta D. Maria, fazendo parte de um grupo de notáveis:


“Paula Vicente foi herdeira dos talentos de seu pai, pois não só representava nas peças que ele compunha e passava pela melhor atriz do seu tempo, mas é também fama que o ajudava em suas composições. Essa distinta poetisa compôs um livro de comédias que se reputa perdido, e foi, pelo seu talento e crédito de seu pai, dama da infanta D. Maria, filha de el rei Manuel e da rainha D. Leonor. Gozou de estima da infanta, assim como Luísa Sigea e outras damas instruídas do seu tempo, que formavam no paço uma espécie de academia feminina” (Reis, 2018).

Alto-relevo de Paula Vicente na entrada do Piso 0 da EB 2+3 de Paula Vicente (Santiago, 2014, p. 23).
Após enviuvar, Gil Vicente voltou a casar. Da segunda esposa, Melícia Rodrigues, teve três filhos: Paula Vicente, Luís Vicente e Valéria Borges. Paula Vicente destacou-se na Corte portuguesa e junto da infanta Maria (1521-1577), a filha de Manuel I e Leonor de Habsburgo. Com o apoio de Paula Vicente, junto da rainha Catarina de Habsburgo (regente do reino), Luís Vicente preparou a publicação das obras de seu pai em 1561, um quarto de século após a morte do autor, e terá acompanhado a impressão da Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente de 1562.

“Pretendo, unicamente, chamar a atenção para um paratexto da edição, a que normalmente se não dá muita atenção, que é o alvará como ‘privilégio’ concedido por D. Catarina, então regente do reino, no sentido de, durante dez anos, ficar proibido que outros que não Luis Vicente e a irmã Paula vicente fizessem imprimir as obras do pai” (Osório, 2002, p. 213).

Também há escritos donde são ressaltados dons da prática de escrita de Paula Vicente, é-lhe atribuída a obra intitulada: Arte da língua inglesa e holandesa, para instrução dos seus naturais. Destacou-se, ainda, na representação impressão das peças de seu pai, Gil Vivente. Dedicou-se à música, tocava vários instrumentos, desempenhando as funções de tangedora na câmara da rainha D. Catarina, mulher de D. João III.


P. M. 


BIBLIOGRAFIA:


INFOPEDIA (s.d.). Paula Vicente [em linha]. Porto: Porto Editora [Consult. 5 de junho de 2019]. Disponível: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$paula-vicente.

MARTINS, João Pedro Leclercq Macedo (2012). Perceção, reprodução e expressão de valores cromáticos: educação visual, 7.º ano de escolaridade [em linha]. Mestrado em Ensino de Artes Visuais, apresentado à Universidade de Lisboa. [Consult. 4 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/8355/1/ulfpie043336_tm.pdf


INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA (2012). Avaliação externa das escolas: Relatório Agrupamento de Escolas Belém – Restelo, Lisboa [em linha]. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência [Consult. 4 de junho de 2019]. Disponível:http://www.ige.min-edu.pt/upload/AEE_2012_Lisboa/AEE_2012_Ag_Belem_Restelo_R.pdf


REIS, Francisco Soteiro dos (ed. lit.) (2018). Curso de literatura portuguesa e brasileira: autores portugueses. São Paulo: Paco Editores.


OSÓRIO, Jorge A. (2002). A compilação de 1562 e a “fase” manuelina de Gil Vicente. in: Revista da Faculdade de Letras “Línguas e Literatura”, N.º 19, (2002), p. 211-234.

SANTIAGO, Catarina Freire Luís (2014). Uma aproximação à arte contemporânea no 9.º ano do ensino básico [em linha]. Relatório de prática de ensino supervisionada, Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário [apresent.] à Universidade de Lisboa [Consult. 5 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10798/1/ulfpie046495_tm.pdf



2019/12/19

Escola Técnica Elementar Paula Vicente


A ESCOLA TÉCNICA ELEMENTAR PAULA VICENTE

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A ESCOLA EB2/3 PAULA VICENTE


A Escola EB 2+3 de Paula Vicente teve a origem no ano letivo de 1948/1949, no antigo edifício da Escola Industrial Marquês de Pombal, na Rua dos Lusíadas, onde se encontra instalada, atualmente, a Escola Secundária Fonseca Benevides.

Na etapa inicial, a escola denominava-se Escola Técnica Elementar e funcionava em parceria com a Escola Francisco Arruda. No ano letivo de 1952/1953 transitou para a Rua da Junqueira onde se manteve até ser inaugurado o edifício atual na Rua Gonçalves Zarco. As novas instalações, inauguradas em 1961, contava com a frequência de 1000 alunas (escola feminina). A escola ganhou estatuto de Escola Preparatória e deixou de ser exclusivamente feminina no ano de 1973.

A conclusão das obras demoram exatamente dois anos, de 11 de maio de 1959 a 11 de maio de 1961. A Escola situa-se na zona de Belém, no Restelo, o cuja ligação e proximidade com o Rio Tejo data de há séculos atrás.



Atualmente, a Escola tem a designação de E.B. 2/3, ou seja, é uma escola básica que leciona segundo e terceiro ciclos (do quinto ao nono ano de escolaridade). A sua localização oferece um acesso fácil e rápido a diferentes espaços culturais e de lazer, como o Centro Cultural de Belém, Museu de Arqueologia, Mosteiro dos Jerónimos, etc. Esta riqueza de recursos à sua volta é marcada, contudo, por vários bairros, alguns sociais, dos quais muitos alunos provêm.

Segundo Santiago (2014), ainda que o edifício atual tenha recebido obras de requalificação em 2008, existem zonas ainda por concluir, com os espaços exteriores algo degradados e a necessitarem de manutenção. É contudo uma escola muito marcada por espaços verdes, criando um ambiente agradável para além do cimento do edifício e chão, apesar de se notar também na vegetação alguma falta de cuidado.

O edifício é constituído por 3 andares sendo o piso 0 mais usado pelos órgãos da escola e os dois superiores para as aulas especificamente, dispondo de 32 salas para o desenvolvimento das atividades dos alunos.

No ano lectivo 2003-2004, a Escola E.B. 2/3 Paula Vicente faz parte integrante do Agrupamento de Escolas Belém e, simultaneamente, é escola-sede. Fazendo parte deste agrupamento o jardim de infância (JI) de Pedrouços e as escolas básicas Alto da Ajuda, Bairro do Restelo, Caselas e Moinhos do Restelo (todas elas com JI).

No âmbito da reorganização da rede escolar, e nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 75/2008, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 137/2012 de 2 de Julho, o Ministério da Educação procedeu à agregação da Escola Secundária do Restelo e do Agrupamento de Escolas do Restelo:

      Escola Secundária do Restelo (escola sede) – R. Antão Gonçalves;
Escola Básica EB 2,3 de Paula Vicente – R. Gonçalves Zarco;
Jardim de Infância de Belém (em substituição do Jardim de Infância de Pedrouços)  - Largo das Escolas, 3/4 – Belém;
Escola EB Professor Manuel Sérgio;
EB Moinhos do Restelo – R. Capitão-Mor Pedro Teixeira;
Escola EB de Caselas – R. Padre Luís Fróis;
Escola EB do Bairro do Restelo – Praça de Goa.

 P. M. 


BIBLIOGRAFIA:

INFOPEDIA (s.d.). Paula Vicente [em linha]. Porto: Porto Editora [Consult. 5 de junho de 2019]. Dísponivel: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$paula-vicente.

MARTINS, João Pedro Leclercq Macedo (2012). Perceção, reprodução e expressão de valores cromáticos: educação visual, 7.º ano de escolaridade [em linha]. Mestrado em Ensino de Artes Visuais, apresentado à Universidade de Lisboa. [Consult. 4 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/8355/1/ulfpie043336_tm.pdf.


INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA (2012). Avaliação externa das escolas: Relatório Agrupamento de Escolas Belém – Restelo, Lisboa [em linha]. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência [Consult. 4 de junho de 2019]. .


REIS, Francisco Soteiro dos (ed. lit.) (2018). Curso de literatura portuguesa e brasileira: autores portugueses. São Paulo: Paco Editores.


SANTIAGO, Catarina Freire Luís (2014). Uma aproximação à arte contemporânea no 9.º ano do ensino básico [em linha]. Relatório de prática de ensino supervisionada, Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário [apresent.] à Universidade de Lisboa [Consult. 5 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10798/1/ulfpie046495_tm.pdf


2019/12/16

Peça do mês de dezembro

Travessa
Travessa oval com covo acentuado, em faiança branca decorada a verde, na aba. Nesta, ao centro, observam-se três filetes, sendo o do meio mais largo. A decoração termina com o escudo da Mocidade Portuguesa, ladeado por uma roda denteada, sobreposto em duas cobras com as cabaças afrontadas e encimadas pelo capacete de Mercúrio. Na parte superior desta decoração observam-se as siglas MP (Mocidade Portuguesa), uma de cada lado e sob o capacete de Mercúrio, definindo os quatro cantos de um quadrado estão as siglas CEN.º5, provavelmente (Centro Escolar N.º 5).
Está inventariado com o número ME/401626/6 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Emídio Navarro.