A Costa Sudoeste, da qual fazem parte o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina são candidatos a Património Natural da Humanidade. Trata-se de uma faixa com cerca de 110 km, situada entre S. Torpes e Burgau. Têm uma enorme diversidade paisagística e elevada biodiversidade.
No aspeto geológico
destacam-se o arenito e os calcários. O relevo tem áreas planas, cuja altitude
aumenta para sul, onde o encaixe dos rios é mais profundo.
A bacia hidrográfica do reio
Mira e do Barlavento Algarvio constituem a rede hidrográfica desta zona,
sustentando a riqueza da biodiversidade. O clima é mediterrânico, de feição
litoral, tornando-se bastante ameno, mas com nevoeiros. A precipitação é
irregular, embora menos abundante no verão.
Quanto aos habitats, existem
cerca de 35, a saber: habitats de água doce, que incluem águas paradas e
charcos; charnecas e matos; e ainda florestas. Destaca-se a zona marinha com
arribas litorais, praias, dunas, charnecas, estuários, cursos de água, etc.
A flora terrestre engloba três
tipos de ambientes: vegetação de solos calcários, no planalto vicentino a sul;
vegetação mais diversificada, no planalto litoral; e vegetação arbórea densa
nas serras. Existe uma mistura de vegetação mediterrânica, atlântica e do norte
de África. Estão identificadas cerca de 750 espécies, sendo que 12 são únicas.
A flora marinha abunda devido
à natureza diversificada dos fundos rochosos de na água, existindo uma profusão
de algas.
Quanto à fauna, abundam as
aves na zona de arribas, destacando-se o guincho o guincho ou àguia-pesqueira,
que aqui nidifica; a água-de-bonelli; o falcão peregrino; o peneireiro-comum, o
peneireiro-das-torres; a gralha-de-bico-vermelho; a gralha-de-nuca-cinzenta; e
o corvo-marinho-de-crista. A cegonha branca é uma das espécies mais comuns
nesta zona, nidificando em árvores, prédios velhos ou postes de eletricidades.
As aves migratórias também por
aqui passam, sendo o caso do pisco-de-peito-azul; o papa-moscas-preto; o
papa-amoras comum; o alcatraz; a andorinha-do-mar; a águia-calçada; ou
esporadicamente o falcão-da-rainha ou o búteo-mourisco.
No que respeita à fauna
terrestre deve referir-se a lontra, o texugo, o sacarrabo e a fuinha. A
presença de várias massas de água contribui para a existência de inúmeras
espécies marinhas, atualmente bastante ameaçadas: o mero; os cavalos-marinhos; a
enguia; o sável ou o caboz.
Para além de riquíssimo
património natural, esta zona tem um património cultural bastante vasto.
Povoada desde o mesolítico, a pesca foi sempre uma das atividades
predominantes, tendo sido criadas inúmeras estruturas portuárias. Podem
referir-se a Ilha do Pessegueiro, um rochedo arenítico com um fortim, e o
respetivo forte da costa, edificados em finais do século XVI. O Forte de Belixe
e a fortaleza de Sagres, bem como o farol do Cabo Sardão são locais a visitar.
MJS