O Complexo Industrial Romano de Salga e Conserva de Peixe em Troia constituem um sítio arqueológico que se
localiza na zona noroeste da península de Troia em Setúbal. Inclui várias
construções do século I ao século VI e são considerados monumento nacional
desde 1910.
Aqui se situava um agregado
populacional cuja principal atividade era a pesca e o fabrico e exportação de
garum, ou seja, conservas de peixe. Já desde o século XVI que aparecem
referencias a este local e no século XVIII iniciaram-se as primeiras escavações
arqueológicas.
O apogeu desta indústria
ocorreu entre os séculos I e II, quando se produziram grandes quantidades de
peixe salgado e molhos de peixe, embalados em ânforas e expedidos para Roma.
Houve uma interrupção na segunda metade do século II e as fábricas foram
divididas em unidades mais pequenas. A partir do século III surgem vários tipos
de ânforas, o que sugere uma diversificação maior dos produtos. A sardinha era
o principal peixe utilizado. A partir do século V, com a decadência do Império
Romano, a atividade foi sendo progressivamente abandonada.
De acordo com os dados
obtidos, conclui-se que Troia foi o maior centro de produção de salgas de peixe
do Império.
As oficinas da salga de peixe
constituem o núcleo principal deste complexo, se bem que também se encontrem no
local um núcleo habitacional, necrópoles, temas, uma roda de água e ruínas de
uma basílica paleocristã.
A localização de Troia, a
pesca abundante e a existência de salinas determinaram o sucesso comercial
destas oficinas. Identificaram-se cerca de 25 salgas com diferentes dimensões,
ente os 1000 m2 e os 135 m2. Eram constituídas por vários tanques, designados
cetárias, que se posicionavam em redor de um pátio central. Calcula-se que a
capacidade de produção fosse cerca de 1 429 000 litros.
As termas ocupam uma área de
450 m2 e incluíam um vestíbulo (apoditério), um tanque de água fria
(frigidário), outro de água morna (tepidário) e um de água quente (caldário),
para além de piscinas e salas de ginástica.
MJS
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