Manuel
Antunes Amor nasceu a 21 de agosto de 1881 em Ferreira do Zêzere, filho de
Manuel Antunes Amor e de Maria da Conceição Amor. Foi diplomado pela Escola
Normal de Leiria e 1902 começou a exercer o magistério primário em Tomar e
posteriormente em Abrantes.
Em
1906 iniciou a sua carreira como autor didático através da obra Compêndio de Desenho. Em 1907 obteve uma
bolsa de estudo para complementar a sua formação em Leipzig, na Alemanha, onde
visitou vários estabelecimentos de ensino. Foi aluno de Wundt, um dos
fundadores da psicologia experimental.
Em
1909 regressou a Portugal e pôs em prática os novos métodos pedagógicos que
aprendeu. Em 1910 publicou o Manuel de
estenografia caligráfica e a Cartilha
Moderna. Método legográfico analítico-sintético de ensino inicial educativo,
que combinava várias técnicas pedagógicas para aprendizagem da leitura e da
escrita.
Entre
1911 e 1912 foi Inspetor Primário nos círculos de Abrantes e Moimenta da Beira.
Entre 1912 e 1915 lecionou Alemão e Desenho no Liceu Colonial em Cernache do
Bonjardim e em 1914 publicou O Ensino do
Desenho na Escola Primária.
Em
1916 partiu para a India, onde exerceu o cargo de Inspetor Primário. Em 1919,
seguiu para Macau como Superintendente das Escolas Municipais. A sua ação no
oriente foi profícua, onde criou Caixas de Beneficência Escolar, melhorou as
salas de aulas e os materiais utilizados, fundou bibliotecas, introduziu
disciplinas como o Desenho, os Trabalhos Manuais ou a Ginástica, promoveu
excursões e exposições escolares e inaugurou o ensino pelo cinematógrafo.
Regressou
à India em 1922, assumindo as suas antigas funções, tendo-se dedicado às
associações de professores e à defesa das suas carreiras. Em 1925 publicou a
obra A Revolução nas Escolas.
Em
1929 criou a Caixa legográfica, uma
máquina utilizada para o ensino da leitura e da escrita, com a qual ganhou a
medalha de prata da Exposição Colonial de Paris em 1931.
Em
1930 publicou Cruzada contra o
Analfabetismo e em 1935 a Cartilha do
Adulto, tendo igualmente reformulado a sua Cartilha Moderna.
Ao
longo da sua vida escreveu vários artigos para diferentes periódicos como a Revista Pedagógica, a Revista escolar e a Educação Nova. Numa série de artigos n’ A Escola Moderna refletiu sobre a importância do cinema educativo
como forma de dinamizar a aprendizagem em sala de aula.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS