O Mosteiro de Santa Maria de
Alcobaça faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 1989 e
foi a primeira fundação cisterciense em Portugal, iniciando o estilo gótico.
Foi fundado por D. Afonso
Henriques em 1153 e concedido à Ordem de Cister, numa clara tentativa de
reconhecimento da independência de Portugal, através da influente figura de
Bernardo de Claraval.
Durante vários séculos, o
Mosteiro foi sendo alterado, ampliado e modificado. Pode salientar-se a
construção de uma Livraria durante o reinado de D. Manuel I. Esta instituição
era detentora de uma das bibliotecas mais importantes do país. O terramoto de
1755 e as invasões francesas, a par da extinção das Ordens Religiosas tiveram
um impacto extremamente negativo no acervo existente e na conservação das obras
aqui produzidas.
O que resta da biblioteca
encontra-se no Fundo Alcobacense da Biblioteca Nacional. Trata-se de uma
coleção constituída por 461 códices, integrados após a extinção das Ordens
Religiosas. Estão datados entre os séculos XII e XVIII.
Existem dois catálogos deste
fundo da autoria de Arnaldo Faria de Ataíde e Melo elaborado entre 1930 e 1978,
e de Thomas L. Amos, efetuado entre 1988 e 1990
Durante o reinado de D. Manuel
I, o mosteiro tinha na sua posse cerca de 500 obras, sendo a sua biblioteca
frequentada por homens de letras. O primeiro inventário do mosteiro foi feito
em 1775, tendo sido enumerados 476 exemplares. A prática de empréstimo de
livros a variados mosteiros nacionais e estrangeiros terá certamente contribuído
para a perda de alguns originais.
De acordo com a informação da
Direção-Geral do Património Cultural, o núcleo bibliográfico do mosteiro
encontra-se disponível apenas para consulta interna. A DGPC tem como objetivo a
criação de um núcleo dedicado aos estudos cistercienses para disponibilização
ao público.
MJS
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