2021/09/27

Biblioteca do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

 

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 1989 e foi a primeira fundação cisterciense em Portugal, iniciando o estilo gótico.

Foi fundado por D. Afonso Henriques em 1153 e concedido à Ordem de Cister, numa clara tentativa de reconhecimento da independência de Portugal, através da influente figura de Bernardo de Claraval.

Durante vários séculos, o Mosteiro foi sendo alterado, ampliado e modificado. Pode salientar-se a construção de uma Livraria durante o reinado de D. Manuel I. Esta instituição era detentora de uma das bibliotecas mais importantes do país. O terramoto de 1755 e as invasões francesas, a par da extinção das Ordens Religiosas tiveram um impacto extremamente negativo no acervo existente e na conservação das obras aqui produzidas.

O que resta da biblioteca encontra-se no Fundo Alcobacense da Biblioteca Nacional. Trata-se de uma coleção constituída por 461 códices, integrados após a extinção das Ordens Religiosas. Estão datados entre os séculos XII e XVIII.

Existem dois catálogos deste fundo da autoria de Arnaldo Faria de Ataíde e Melo elaborado entre 1930 e 1978, e de Thomas L. Amos, efetuado entre 1988 e 1990

Durante o reinado de D. Manuel I, o mosteiro tinha na sua posse cerca de 500 obras, sendo a sua biblioteca frequentada por homens de letras. O primeiro inventário do mosteiro foi feito em 1775, tendo sido enumerados 476 exemplares. A prática de empréstimo de livros a variados mosteiros nacionais e estrangeiros terá certamente contribuído para a perda de alguns originais.

De acordo com a informação da Direção-Geral do Património Cultural, o núcleo bibliográfico do mosteiro encontra-se disponível apenas para consulta interna. A DGPC tem como objetivo a criação de um núcleo dedicado aos estudos cistercienses para disponibilização ao público.

 

MJS

 

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