João
de Andrade Corvo nasceu em Torres Novas a 30 de janeiro de 1824, no seio de uma
família abastada, partidária de D. Miguel durante as guerras liberais.
Em
1934 a família mudou-se para Lisboa e em 1839, Andrade Corvo frequentou a
Escola Politécnica. A sua educação ficou a cargo do tio, o general Nuno Augusto
de Brito Taborda. Em 1844 tornou-se lente substituto da cadeira de Botânica.
Frequentou igualmente a Escola do Exército, onde concluiu Engenharia militar.
Dedicou-se
à escrita e à divulgação da sua visão do desenvolvimento material de Portugal,
que só poderia ocorrer através da ação de especialistas técnico-pedagógicos e
da reforma da administração pública e da liberalização da economia.
Após a
criação do Instituto Agrícola em 1853, tornou-se professor de Economia Rural e
posteriormente, diretor do Jardim Botânico. Em 1859 integrou o Conselho
Superior de Instrução Pública, defendendo a mecanização e o ensino agrícola
como a base da dinamização da agricultura portuguesa.
Em
1865 foi eleito deputado pelo Partido Regenerador e, em 1866, tornou-se
Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria. Durante este período fundou
o Crédito Agrícola e promoveu a construção do caminho-de-ferro na região do
Minho e Alto Douro.
No que
respeitava à instrução primária, Andrade Corvo reconheceu a necessidade de uma
distribuição mais alargada da escolaridade a ambos os sexos e a todas as
classes sociais. Para tal, era preciso um aumento da qualidade e quantidade de
escolas por todo país. Propôs, como tal, criar uma escola normal por cada
distrito, apostar na formação pedagógica de professores, realizar inspeções
escolares e organizar os currículos escolares.
Regressou
à Câmara dos Deputados em 1869 e em 1871 foi eleito Par do Reino e Ministro dos
Negócios Estrangeiros. Para Andrade Corvo, Portugal tinha um peso político
bastante inferior a outras nações europeias e era imprescindível estabelecer
acordos e alianças políticas e comerciais com outros países.
Em
1875 foi Ministro da Marinha e do Ultramar e implementou a Comissão Central
Permanente de Geografia, tendo em vista o desenvolvimento das colónias
portuguesas. Em 1879, com a queda do governo regenerador, foi afastado dos
cargos políticos.
Em
1881 iniciou a carreira diplomática, tendo desempenhado um papel de relevo na
Conferência de Berlim (1884-1885) e no delinear do chamado “Mapa Cor-de-Rosa”.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
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