Emílio
Martins Costa nasceu a 21 de fevereiro de 1877 em Portalegre, filho de
Boaventura Costa e Angélica Martins Costa, uma família burguesa liberal. Após a
formação inicial, frequentou o Liceu Mouzinho da Silveira, em 1887, e concluiu
o ciclo secundário em 1894.
Em
1896 mudou-se para Lisboa com o objetivo de frequentar o Instituto Industrial,
mas acabou por se matricular no Curso Superior de Letras em 1899. Durante este
período, viveu intensamente a vida académica e enveredou pelo republicanismo:
assinou o Manifesto Académico Republicano em 1897, fundou o Centro Académico
Republicano e entrou para a Maçonaria Académica e posteriormente para a
Carbonária. Este apoio ao republicanismo acabará por terminar, optando pela via
do anarquismo. Neste sentido, fundou o jornal Amigo do Povo, entre 1901 e 1903, com o objetivo de divulgar as
suas convicções políticas.
Acabou
por não concluir nenhum dos cursos e decidiu-se por uma viagem de reflexão à Europa
entre 1903 e 1909, tendo permanecido em França, na Bélgica e na Suíça. Aqui
aproveitou para aprofundar os seus contatos com os movimentos anarquistas
europeus. Frequentou o curso de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais da
Universidade Nova de Bruxelas, onde conheceu Faria de Vasconcelos.
Em
1908 tomou contato com a comunidade pedagógica internacional: foi secretário de
Ferrer e colaborou na fundação da Liga Internacional para a Educação Racional
da Infância.
No
regresso a Portugal em 1909, aproximou-se dos grupos anarquistas, da classe
operária e da estrutura sindical. Entre 1911 e 1913 lecionou no Liceu Mouzinho
de Albuquerque em Portalegre, voltando a Lisboa em 1915 para lecionar no Liceu
Passos Manuel, até 1919. De 1919 a 1921 esteve no Colégio Estoril, a par da
Escola Comercial Ferreira Borges (1916, 1918, 1922-23, 1925-26).
Em
1921 proferiu conferências sobre o tema “Educação do Povo” na Universidade
Popular Portuguesa, bem como “Geografia económica” em 1922. Entre 1924-25 organizou
o curso “Educação para Vida”.
Em
1927 integrou o quadro do Instituto de Orientação Profissional, onde esteve até
1947. Entre 1934 e 1937 foi diretor dos Serviços Escolares d’ “A Voz do
Operário”. Neste período publicou diversos artigos em publicações periódicas.
Em
1947 publicou Filosofia Caseira, uma
compilação de escritos de carácter pedagógico e político. A questão educativa
tonou-se o foco do pensamento de Emílio Costa em duas vertentes: a necessidade
de educar o povo e a forma de o politizar. O educador apoiou a existência de
cursos para adultos, a constituição de bibliotecas e a promoção da leitura,
entre outros.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS