António
da Costa de Sousa Macedo nasceu a 24 de novembro de 1824 em Lisboa.
Em
1859 foi primeiro-oficial da Direção-Geral da Instrução Pública. Entre 1860-61 foi
comissário régio do Teatro Nacional D. Maria II.
Em
1870 foi o primeiro ministro da Instrução Pública, que à epoca incluía não só a
educação, mas também a beneficência pública. Neste âmbito, pretendeu uma maior
ação interventiva por parte do Estado. António da Costa foi sempre um defensor
da educação popular e da educação feminina em escolas públicas. Uma das suas
críticas mais prementes foi a falta de orçamento para concretizar o projeto de
educação das massas, ou seja, a educação primária. Analisando a situação, o
educador referiu-se ao reduzido número de alunos, à irregularidade de
frequência escolar e à falta de aproveitamento. Comparativamente com as escolas
estrangeiras, o ensino em Portugal encontrava-se muitíssimo atrasado.
Assim
sendo, elaborou um projeto de reforma do ensino que preconizava os seguintes
aspetos:
-
instrução primária obrigatória para todos os portugueses, independentemente do
sexo, dos 7 aos 15 anos;
-
salário igual para professores de ambos os sexos;
-
igual número de escolas normais para os dois géneros;
-
reforço do currículo académico e profissional;
-
escolas geridas pelos municípios que podia contratar professores e estabelecer
contribuições locais para apoio ao ensino.
António
da Costa contribuiu para uma nova visão sobre a educação das mulheres,
defendendo a sua extensão até à educação profissional e a criação de oportunidades
de carreira que lhes permitissem a sobrevivência. As mulheres operárias
deveriam promover a “retração social do marido e das crianças”, enquanto as
mulheres da classe média se deviam tornar um instrumento de difusão de normas
de bem-estar e educação.
Entre
os seus escritos mais importantes contam-se A
instrução nacional (1870), a História
da instrução popular em Portugal (1871) e as Auroras da instrução pela iniciativa particular (1884).
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS
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