2022/03/28

Mulheres na ciência: Nettie Stevens (1861-1912)


Nettie Stevens (1861-1912) nasceu em Cavendish, nos Estados Unidos da América, filha de Ephraim Stevens, carpinteiro, e Julia Adams. Foi a bióloga e geneticista, atribuindo-se-lhe a descoberta dos cromossomas sexuais X e Y.

A sua mãe faleceu em 1863 e o seu pai voltou a casar, mudando-se com a família para Westford, Massachusetts. Nettie teve uma educação de qualidade e licenciou-se na Westford Academy, que frequentou entre 1872 e 1883.

Tornou-se professora numa escola de New Hampshire e três anos depois retomou os estudos para fazer uma pós-graduação na Westfield State University. Numa busca incessante de especialização, ingressou na Universidade de Stanford. A sua área de interesse era a histologia.

No Bryn Mawr College fez um doutoramento em regeneração celular, estrutura de organismos unicelulares e células germinativas, entre outros, que concluiu em 1903. Estagiou em jardins zoológicos em Itália e na Alemanha. O seu orientador foi Thomas Hunt Morgan.

Permaneceu como pesquisadora associada na Bryn Mawr College e posteriormente como professora assistente na área da morfologia experimental. Tendo recebido a bolsa de estudo do Instituto Carnegie, Nettie dedicou-se aos estudos sobre hereditariedade e determinação do sexo dos indivíduos, baseando-se nos trabalhos de Mendel. Este estudo deu origem a um artigo premiado A Study of the Germ Cells of Aphis rosae and Aphis oenotherae.

Nettie publicou cerca de 40 artigos ao longo da vida em áreas novas, como é o caso da hereditariedade e dos cromossomas. Os seus estudos permitiram concluir que os cromossomas determinam o sexo do indivíduo durante o seu desenvolvimento fetal.

Durante a observação de insetos, Nettie concluiu igualmente que existia uma ligação entre cromossomas e diferenças no fenótipo. Este estudo foi publicado em 1905. Foi identificado um cromossoma X (feminino) e um cromossoma Y (masculino).

Apesar dos avanços absolutamente fundamentais para a ciência, Nettie não teve os devidos créditos pelo seu trabalho e foi Thomas Hunt Morgan que foi agraciado com o Prémio Nobel em 1933 pelas suas descobertas.

Nettie faleceu em 1912, após uma vida em que lhe foram negados o reconhecimento e a possibilidade de participar em discussões científicas.

 

Imagem parietal de hereditariedade

ME/401109/693

Escola Secundária de Camões

Quadro parietal utilizado em contexto das práticas pedagógicas nas aulas de Biologia. São apresentadas imagens das leis de Mendel, representando o cruzamento de duas variedades da espécie Mirabilis jalapa, uma de flores vermelhas e outra de flores brancas, de modo a observar uma situação de dominância incompleta, pois todos os descendentes da primeira geração apresentam fenótipo intermédio, flores cor-de-rosa. Na segunda geração manifestam-se os três fenótipos possíveis, vermelho, branco e rosa.


Imagem parietal de hereditariedade

ME/401470/112

Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. Joaquim de Carvalho

O quadro é impresso litograficamente sobre fundo claro com grande qualidade na cor e detalhes e é complementado com desenhos esquemáticos. Servia de apoio visual às aulas de Zoologia evidenciando a origem genética e a hereditariedade nas abelhas. Em cima, estão representadas duas abelhas com os marcadores genéticos, ao centro, mais duas, fruto da reprodução, em baixo estão quatro com todas as possibilidades de reprodução. No canto superior esquerdo encontra-se o título «Drosophila sex-linked I».


MJS

Sem comentários: