2011/05/18

Dia Internacional dos Museus


(Imagem de várias silhuetas observando quadros num museu. Retirado do site amusearte)

No início do corrente mês de maio tiveram lugar, em Lisboa, dois eventos importantes para a gestão do património cultural. Assinalando-se hoje, 18 de maio, o Dia Internacional dos Museus, e realizando-se, amanhã, uma apresentação do projeto do Museu Virtual da Educação, justifica-se trazer a este espaço uma síntese das tendências atuais ao nível da gestão do património cultural que as diversas intervenções nesses dois eventos revelaram.

No dia 2 de maio, teve lugar no Cinema S. Jorge, um seminário sobre ‘Políticas de Património Cultural’, uma organização conjunta do ICOM e do ICOMOS cujos diretores, Luís Raposo e José Aguiar, moderaram as duas mesas de oradores. O objetivo era promover um debate sobre as recentes políticas na área do património, ouvindo um leque bastante vasto de personalidades como, por exemplo, Luís Campos e Cunha, Luís Calado, Nuno Vassalo e Silva, Raquel Henriques da Silva, Fernando António Baptista Pereira, ou Walter Rossa. Foi pedido a cada interveniente uma breve opinião sobre os pontos mais críticos das atuais políticas culturais e a apresentação de sugestões para o ciclo político que se avizinha.

Entre as muitas questões levantadas na sessão foram especialmente ressaltadas as seguintes preocupações:

• A questão da viabilidade financeira dos projetos culturais e a necessidade de dar visibilidade aos seus resultados. Para qualquer projeto na área do património cultural, é cada vez menos admissível ignorar a ponderação da sua sustentabilidade económica e aferir os seus benefícios e resultados. Os investimentos na cultura têm de ser justificados em função dos seus produtos e dos efeitos educativos que estes produzem sobre os públicos a que se destinam.

• A necessidade de repensar as instituições museológicas, não apenas ao nível da rede e distribuição dos equipamentos, mas a sua estrutura e modos de funcionamento. Foram salientadas as vantagens das estruturas museológicas ‘leves’, que não assumam como principal missão a concentração de avolumadas reservas patrimoniais, mas privilegiem, sobretudo, o seu papel educativo e de divulgação.

• A importância do conhecimento dos públicos e da orientação dos projetos culturais em função dos seus interesses, necessidades e enriquecimento cultural. Os museus e as suas atividades não devem ser pensados a partir dos espólios que possuem, mas em função dos seus visitantes. Há que inventar novas narrativas expositivas que tenham eco junto daqueles a quem se destinam.

• A ponderação da existência de um número crescente de cidadãos anónimos empenhados na defesa de um património que sentem como seu. A voz da ‘opinião pública’ tem cada vez mais peso e impacto, até porque existem, hoje em dia, inúmeros instrumentos (internet, blogues, petições...) que permitem exprimir opiniões, contestar opções e pressionar as instituições na tomada das suas decisões.

Dois dias depois, a 4 de maio, teve lugar no Museu Nacional de Arte Antiga uma sessão de apresentação do Plano Nacional de Conservação e Restauro.

A cerimónia foi aberta pelo diretor do IMC, João Brigola, mas foi a António Candeias, Diretor do Laboratório de Conservação e Restauro José de Figueiredo, que coube a explicitação detalhada do Plano. O Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, encerrou a sessão.

Segundo os oradores, o Plano então apresentado justifica-se pela necessidade de regular a atividade da Conservação e Restauro e de tornar operacional a aplicação da Lei do Património (lei 140 /2009). Para atingir tais objetivos, várias ações concretas foram enunciadas:

• A criação de um «Conselho Regulador» desta atividade, que reunirá representantes do IMC, do IGESPAR, da BN, da DGARQ, das Direções Regionais de Cultura e das associações profissionais;

• A reestruturação interna dos serviços do Instituto José de Figueiredo, através da fusão do «Departamento de Conservação e Restauro» com o «Laboratório de Conservação e Restauro» numa estrutura única, um «Centro de Conservação e Restauro José de Figueiredo»;

• Um conjunto diversificado de parcerias e protocolos com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na área da Conservação e Restauro;

• A apresentação de candidaturas aos mecanismos internacionais de financiamento, designadamente o EEA Grants, no âmbito do qual Portugal apresentou o Projeto SAPPHIRE - Saphegard Actions for de Preservation of Portuguese Heritage: Inovation, Reabilitation and Education.

No quadro das ações concretas, mereceu especial destaque o anúncio de criação da RENACOR - Rede Nacional de Conservação e Restauro (RENACOR), que reunirá vários departamentos do IMC, e IGESPAR, Direções Regionais de Cultura, e outras instituições.

Esta rede terá como funções, entre outras, a promoção de sessões de sensibilização sobre prevenção e restauro, a organização de cursos de atualização para profissionais no ativo; a realização de Intervenções ao nível da gestão de risco e da prevenção; o apoio à atividade desenvolvida no terreno, designadamente na regulação de concursos e adjudicação de empreitadas ou na monitorização e acompanhamento de intervenções em curso por meio de inspeções de equipas técnicas.

Do conjunto destas duas iniciativas sobressai, como tendência comum, a necessidade de tornar a gestão do património mais eficaz e, simultaneamente, mais transparente, dando visibilidade aos produtos e aos resultados das iniciativas culturais. Naturalmente, os efeitos dos projetos culturais não podem ser medidos através de uma contabilidade estreita, mas avaliando o retorno que produzem ao nível do enriquecimento educativo dos públicos a que se destinam. Não se pode subjugar a cultura às lógicas da gestão financeira, mas deve pensar-se a cultura como um território de criação de valor, com efeitos indiretos, mas expressivos, sobre o perfil económico do país. Em época de crise, mais que nunca, há que ter presente o poder de atração de investimentos e de visitantes que o prestígio cultural exerce, e ser capaz de reconhecer os benefícios que advêm da imagem de Portugal enquanto país culturalmente interessante.


Exposição virtual alusiva ao Dia Internacional dos Museus: "Património Museológico da Educação - Tipologias de objetos"

Associando-se à celebração do Dia Internacional dos Museus – 2011, a Secretaria-Geral do ME apresenta algumas peças significativas do património museológico da educação. Através de diferentes tipologias de objetos, pretende-se divulgar a riqueza e variedade do espólio relacionado com o contexto pedagógico e educativo. 

Na área de funcionamento geral da escola são apresentados objetos que fazem parte do seu quotidiano: é caso da máquina de escrever, da carteira escolar, da louça utilizada nos refeitórios e cantinas e mesmo algum material de enfermagem que se encontrava nos postos médicos. 

No âmbito das práticas letivas de Ciências foram escolhidos alguns objetos mais significativos: em Ciência Naturais, um modelo de torso para estudo da anatomia humana e uma imagem parietal relacionada com a botânica; ao nível da Física, uma prensa hidráulica e um disco de Newton, utilizados para experiências e demonstrações em laboratório; em Química, a balança e o alambique; em Matemática, o ábaco, instrumento fundamental na base do ensino desta ciência, e um conjunto de sólidos geométricos. 

De salientar a existência de um vasto espólio fotográfico, através do qual se podem reconstituir salas de aula e práticas pedagógicas. A Geografia e Geologia estão representadas através de duas peças incontornáveis: o globo terrestre e o mineral. As imagens parietais e mapas utilizados em ciências humanas e no ensino das línguas desempenharam ao longo do tempo uma função de grande importância, permitindo associar a imagem: é o caso do mapa das cruzadas, em História, da imagem parietal de arquitetura barroca, em História da Arte, e de um quadro representando atividades humanas, em línguas estrangeiras. Ao nível da religião e moral, obrigatória durante muitas décadas, pode destacar-se um missal, utilizado em cerimónias religiosas. 

Nas áreas práticas/ técnicas como a Eletrotecnia, a Marcenaria, a Mecanotecnia ou a Serralharia, são vários os objetos de referência: o amperímetro e o motor de explosão ou um armário e um modelo de capela realizados por alunos nas oficinas. A Educação Física surge representada através de um par de raquetes e de uma grafonola, que permitia um acompanhamento musical destas aulas. As artes visuais, musicais e lavores constituem igualmente uma parte importante do espólio museológico da educação quer no âmbito dos têxteis (teares e bordados), da escultura, do desenho ou dos instrumentos musicais.


Modelo de Capela

ME/400270/666

Escola Secundária Jácome Ratton

Modelo tridimensional de uma capela, assente sobre uma base de madeira



Balança de braços iguais

ME/402047/2

Escola Secundária Latino Coelho

Balança em metal negro com braços iguais


Disco de Newton

ME/152481/92

Escola Básica e Secundária de Canelas

Disco com sete cores, montado sobre uma base rotativa com o objetivo de demonstrações de ótica na área de física



Torso e cabeça

ME/401109/359

Escola Secundária de Camões

Modelo anatómico de torso e cabeça para estudo em ciências naturais


Imagem parietal de espécie vegetal/Flor e fruto

ME/152481/36

Escola Básica e Secundária de Canelas

Quadro parietal colorido com imagens ampliadas de flores e frutos



Máquina de escrever

ME/ESAD/343

Escola Secundária de Afonso Domingues

Máquina de escrever da marca "Royal"




MJS

 

2011/05/09

Galeria de Ministros

"A vida e a história de uma instituição pública pode ser conhecida, e dar-se a conhecer, através daqueles que, ao longo dos tempos, exercem as responsabilidades de serem o seu primeiro e principal responsável."

2011/04/29

Peça do mês de abril/2011





Pintura

Aguarela da autoria de Seomara da Costa Primo, representando um elemento de botânica, Impaticus, datado de 1977.

A pintura pertence à Escola Secundária Seomara da Costa Primo, com o número de inventário ME/402760/04.

Seomara da Costa Primo (1895 – 1986) nasceu em Lisboa, filha de Maria Luísa Buttuler e Manuel da Costa Primo.

Estudou no Liceu Passos Manuel, onde terminou o Curso Complementar de Ciências em 1913. Posteriormente ingressou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa tendo concluído o Curso de Ciências Histórico-Naturais em 1919. Frequentou o Curso do Magistério Liceal e concluiu o Exame de Estado em 1922. No período decorrente entre 1921 e 1942 foi professora do ensino liceal, a par da docência universitária, tendo lecionado no antigo Liceu Almeida Garrett e no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho.

A sua atividade desenvolveu-se ao nível do ensino liceal, tendo sido autora de numerosos compêndios de Ciências Naturais, ilustrados com as suas aguarelas e carvões.

Seomara da Costa Primo esteve igualmente ligada à Federação das Associações dos Professores dos Liceus Portugueses (1926), tendo feito parte dos corpos dirigentes.

A sua visão da educação foi verdadeiramente inovadora. Promoveu o cinema educativo que se estreou em 1929 no Liceu Maria Amália, a par de um artigo publicado n’”O Século”, da sua autoria, chamando a atenção para as vantagens do cinema na tarefa educativa. Para Seomara da Costa Primo a educação deve não só preparar o aluno para a vida, mas também adoptar novas metodologias mais activas. Em relação à mulher defende que a sua educação e nível cultural “é pedra de toque de um país verdadeiramente civilizado".

Em 1942 defendeu a sua tese de doutoramento, sendo a primeira mulher a obter este grau na área das Ciências. Foi autora de vários artigos de natureza científica, publicados na imprensa da especialidade, tendo efectuado diversas viagens de estudo a países europeus.
A aguarela que apresentamos faz parte do “Núcleo Seomara da Costa Primo”, existente na Escola Secundária Seomara da Costa Primo, antiga Escola Secundária da Venteira, na Amadora. Em 1989, a escola tornou-se um pólo agregador do espólio de Seomara, a partir de doações feitas por diversas entidades e particulares (Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, Museu-Escola Jardim Botânico ou pela Drª. Maria Luísa Azevedo Neves). O espólio é constituído por cerca de 600 peças, entre as quais publicações, apontamentos, fotografias, objetos pessoais e parte da sua biblioteca pessoal.


MJS


2011/04/27

Escola Básica 2,3 Marquesa de Alorna


(Desenho da Escola Técnica Elementar Marquesa de Alorna - Lisboa)

Em 1949 foi aprovada a construção da Escola Técnica Elementar Marquesa de Alorna. O terreno, com uma área de 10.240 metros quadrados, foi cedido pela Câmara Municipal de Lisboa e o projeto foi elaborado pelos serviços técnicos da Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário.

O anteprojeto da Escola Marquesa de Alorna foi aprovado em 1955 e construção inicia-se em 1956. Em 1958 estava concluída. Composta de dois corpos (formando frentes para dois arruamentos do Bairro Azul), um grande pátio e uma mata, a Escola fui cuidadosamente projetada para receber 1.000 alunas, tendo sido dada particular atenção à generosidade dos espaços, dignidade e durabilidade dos materiais e às questões da luz e boa exposição solar.

A 9 de outubro de 1958 a escola denomina-se Escola Técnica Elementar Marquesa de Alorna (feminina). As aulas começam a 10 de outubro do mesmo ano e acolhia alunos das freguesias de S. Sebastião da Pedreira, Nossa Senhora de Fátima e Campolide. Em 1969 a escola passa a denominar-se Escola do Ciclo Preparatório Marquesa de Alorna. Pós 25 de abril, mais precisamente em 1993, a escola é redenominada por Escola Básica 2,3 Marquesa de Alorna, atualmente, em 2004-2005. A referida escola passa a ser sede do Agrupamento de Escolas Marquesa de Alorna.

José Sobral Blanco, o arquiteto responsável pelo projeto de construção da escola, requentou o curso secundário no Liceu Passos Manuel, e formou-se em arquitetura Na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, curso que terminou em finais da década de 20. Posteriormente, fez parte das equipas de arquitetos projetistas da Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário. Nesta instituição, participou no Plano de Novas Construções, Ampliações e Melhoramentos de Edifícios Liceais (Plano de 1938) e projetou e acompanhou a construção dos liceus de Setúbal em 1945, Porto – Carolina Michäelis de Vasconcelos em 1951, Oeiras em 1953 e Portimão em 1965.

Existe na Escola um busto da Marquesa de Alorna, datado de 1957, da autoria do escultor Raul Xavier (1894 – 1964). Nascido em Macau, Raul Maria Xavier foi discípulo do escultor Costa Mota (sobrinho). Desenvolveu uma obra escultórica de feição clássica, marcada pela serenidade e pela depuração das formas, tendo-se dedicado especialmente ao retrato em estátuas ou bustos. De entre os seus melhores trabalhos destaca-se o baixo-relevo representando a Batalha de Aljubarrota e a estátua de São Vicente (exibida na Exposição Mundo Português em 1940), as alegorias à Ciência e à Arte (Pavilhão dos Desportos, Parque Eduardo VII, Lisboa), a estátua de Vasco da Gama (Aquário vasco da Gama), entre outros.

Em 2010-2011 foi doado à Secretaria-Geral do Ministério da Educação parte do “antigo” acervo bibliográfico que a referida escola detinha desde a sua fundação. Este acervo foi doado em duas tranches, o grosso da doação data de 12 de fevereiro de 2010, a segunda de 9 de fevereiro de 2011. As duas doações foram integradas na Biblioteca Histórica da Educação (MESGBHE) do Ministério da Educação – 430 títulos monográficos e 31 de publicações periódicas.

Da primeira doação constam publicações periódicas e monografias sobre educação, incluindo material didático, manuais escolares, guias e outros documentos próprios das práticas letivas do Estado Novo. Estes documentos apresentam uma dispersão de valores que vai desde os anos 30 até aos anos 80, aproximadamente.

Da segunda doação consta um grupo homogéneo de documentos sobre a educação da mulher – publicações periódicas sobre a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF). Ainda que a MPF fosse criada em 1937 (Dec.-lei n.º 2862 de 8 de dezembro), a esmagadora maioria dos documentos da então Escola Técnica Elementar Marquesa de Alorna são da década de 60 e 70.

O referido acervo da Escola Básica 2, 3 Marquesa de Alorna está disponível online através do portal Sistema Integrado de Bibliotecas do Ministério da Educação (SIBME) em: http://sibme.sg.min-edu.pt

 


Bibliografia:


Comissão de Moradores Bairro Azul (2008). Escola Marquesa de Alorna, 50 anos, reabilitação do património [on-line]. http://www.bairroazul.net/mesquita/ema+aniv.pedf [Consulta: 18 de abril de 2011]


Dia Mundial do Livro - 2011 - Livros, Rosas, Namorados e Sant Jordi



(Imagem de um livro cujas páginas formam uma rosa)


Em 1926, o escritor e editor valenciano Vicente Clavel i Andrés propôs à Cámara Oficial del Libro de Barcelona a instauração e comemoração do dia do livro (Fiesta del Libro). Esta efeméride seria uma forma de divulgação do livro e, simultaneamente, de promoção da leitura (omitiam-se razões comerciais).

A data inicialmente proposta para a Fiesta del Libro foi 7 de outubro, dia do nascimento de Miguel de Cervantes, razão mais do que suficiente para os espanhóis comemorarem tal efeméride na data mencionada. Esta proposta foi aceite, mas rapidamente alterada: a partir de 1930 a data foi mudada para 23 de abril. Os motivos alegados para tal mudança foi a comemoração da data da morte de Cervantes e de Shakespeare.

A reafirmação do espírito catalão não se fez esperar, dia 23 de abril é o dia de Sant Jordi, patrono da Catalunha. O patrono catalão sempre foi celebrado com la feria de la rosa. Ou seja, no dia 23 os catalães ofereciam rosas vermelhas uns aos outros. Na atualidade, estas efemérides são conhecidas pela festa da rosa e do livro (Fiesta de la rosa y el libro) e, acima de tudo, comemora-se o patrono da região semiautónoma espanhola – la Diada de Sant Jordi.

“La Diada de Sant Jordi, nom amb que es coneix la festa del 23 d’abril, és un dia molt especial a Catalunya, dia en què se celebra el dia del enamorats i el dia del llibre. Homes i dones intercavien roses i llibres amb la seva parella i les persones volgudes. La tradició de regalar roses sembla ser que es remunta al segle XV, quan es repartien roses a les dones que anaven a la missa oficiada a la capella de sant Jordi del Palau de la Generalitat.” (Deputació de Barcelona, 2011)

Atendendo às palavras da Deputació de Barcelona (2011), ainda hoje, o dia 23 de abril é muito importante para a história da Catalunha. Em primeiro lugar, deve-se à Catalunha a paternidade do Dia Mundial do Livro. Por outro lado, associa-se esta efeméride à comemoração do seu patrono e, para alem desse facto, celebra-se o dia dos namorados. Diremos, então que é a festa do livro, da rosa, dos namorados e do patrono da Catalunha – uma forma lendária de encarar os factos.


Diz a lenda que há muitos e muitos anos um terrível dragão aterrorizava o povo Montblanc da Catalunha e comia todos os animais. Para acalmá-lo, os habitantes escolhiam todos os dias alguém para alimentar o dragão. Num dia em que reinava a escuridão, a eleita foi a filha do rei. Quando esta estava a ponto de ser engolida pelo dragão, apareceu Sant Jordi, que cravou a sua lança no coração do dragão – do sangue derramado brotou uma bela rosa.

Essa é a lenda oficial adotada pela Catalunha para explicar a razão de Sant Jordi ser o seu padroeiro e para representar o grande evento que acontece na Catalunha no dia 23 de abril todos os anos.

Com a junção das respetivas tradições, mudaram-se os hábitos sociais – o cavalheiro oferece uma rosa vermelha (símbolo do sangue do dragão) à amada e esta oferece um livro ao cavalheiro.

“Como cada 23 de abril Catalunya celebrará la Diada de Sant Jordi (Festividad de San Jorge), conocida también por la fiesta de la rosa y el libro, y en que las calles de pueblos y ciudades de catalunya disfrutan, si lo permite el tiempo, del inicio de la primavera y de esta magnifica jornada de vocación de universal”. (F. B., 2009)

Atualmente, O Dia Mundial do Livro é uma comemoração celebrada a nível internacional com o objetivo de fomentar a leitura, a indústria editorial e a proteção da propriedade intelectual (direitos de autor). A origem da Diada de Sant Jordi tem origens medievais, onde os cavaleiros ofereciam rosas vermelhas às suas amadas e, a partir de 1926, as senhoras agradecem as rosas aos cavalheiros com a oferta de um livro.

“The idea for this celebration originated in catalonia where on 23 April, Saint George’s Day, a rose is traditionally given as a gift for each book sold. The success of the World Book and Copyright Day will depend primarily on the support received from all parties concerned (authors, publishers, teachers, librarians […].” (UNESCO, 2011)

Segundo a Mensagem do Diretor-Geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor (23 de abril de 2003), o futuro do Livro e do Direito de Autor é uma questão que nos diz respeito a todos.

Numa época caracterizada pela explosão das redes elétricas e televisivas, o livro constitui um instrumento excecional para a expressão das identidades culturais. A sua projeção é um fator decisivo para a promoção da diversidade cultural. Recordemos o papel primordial dos tradutores, sem os quais o diálogo intercultural através dos livros não seria possível (Cf. Comissão Nacional da UNESCO, 2011).

A UNESCO (2011) confirma a originalidade da celebração da Diada de Sant Jordi, não obstante, apela para os direitos de autor: o sucesso do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Esta osmose de valores socioculturais impulsionada pela Generalitat de Catalunya y de la Federación de Gremios de Editores de España, em 1995, levou a UNESCO a declarar o dia 23 de abril como Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. As razões alegadas foram:

- o livro foi durante séculos o fator mais poderoso para o desenvolvimento do conhecimento;

- o desenvolvimento de uma consciência coletiva mais completa sobre as tradições culturais no mundo;

- a organização de eventos para divulgar os livros e a promoção da leitura.

A leitura é, como sabemos, o principal instrumento de aprendizagem. É o meio mais eficaz de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade humana. Através do ato de ler, o individuo entra em contato com realidades transversais do conhecimento universal – consciência coletiva.

 

Bibliografia:

 

COMISSÃO NACIONAL DA UNESCO (2011). Mensagem do Diretor-Geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor (23 de abril de 2003) [on-line]: Koïchiro Matsuura, PC/dialivro.doc

http://www.unesco.org/culture/bookday/gs_03_portugais.pdf

[Consulta: 19 de abrik 2011].

 

DEPUTACIÓ DE BARCELINA (2011). Diada de Sant Jordi a Rofes (la Llacuna) [on-line]: Propera edició, 23/04/2011

http://www.festacatalunya.cat/articles-mostra-1703-cat-diada_de_sant_jordi_a_rofes_la_llacuna.htm

[Consulta: 19 de abril de 2011].

 

F. B., David (2009). Sat Jordi, la fiesta del libro y dela rosa [on-line]. Los Viajeros.com

http://www.losviajeros.com/noticias.php?n=191

 

UNESCO (2011). World Book and Copyright Day, April, 23 [on-line]

http://portal.unesco.org/culture/en/ev.php-URL_ID=5125&URL_SECTION=201.html


2011/04/21

Exposição Virtual: "Dia do Planeta Terra - 2011"


O Dia do Planeta Terra foi criado em 1970, sobre a égide do senador norte-americano Gaylord Nelson. O que começou como um protesto contra a poluição ambiental crescente, colocou a temática da preservação ambiental na agenda política dos Estados Unidos. Celebrado a 22 de abril, este dia foi ganhando o apoio de diversas nações, sobretudo a partir de 1990, dando voz à reflexão sobre temáticas relacionadas com a vida na terra e com o posicionamento do homem face à natureza. 

Todas as ações levadas a cabo neste dia focam-se na consciencialização dos povos relativamente à preservação da Terra, à sua sustentabilidade e ao papel de cada ser humano no mundo. A poluição, o aquecimento global, a escassez dos recursos energéticos, as mudanças climáticas, o “lobby” petrolífero, o desaparecimento das espécies vegetais e animais são alguns dos problemas que enfrentamos. 

No património escolar a Terra e o seu estudo é fundamental para as disciplinas de Geografia/Geologia e Ciências Naturais. Os objetos apresentados nesta exposição permitem compreender a importância do planeta, da sua localização no espaço, do seu movimento, dos países que o constituem e da sua evolução geomorfológica. 

Através de mapas, globos e aparelhos para demonstração dos movimentos de translação e rotação, o aluno podia adquirir conceitos base acerca da localização do planeta no sistema solar e da sua divisão política e física. Por outro lado, através de modelos e imagens parietais era fornecido um enorme conjunto de informações a respeito da evolução morfológica da Terra e das diferentes formações geológicas, bem como dos diferentes habitats a que deram origem. Em suma, as coleções escolares permitem conhecer o planeta que habitamos e só desta forma se pode promover a consciência da sua importância em cada ser humano e da preservação do planeta para as gerações vindouras. 


Imagem parietal de habitat aquático

ME/401950/128

Escola Secundária Josefa de Óbidos

Imagem parietal representando o fundo do mar, com algas e animais marinhos

 

Formação geológica

ME/401330/116

Escola Secundária D. Luísa de Gusmão

Modelo tridimensional e em corte de uma formação geológica


Imagem parietal de formação geológica

ME/404433/94

Escola Secundária Padre António Vieira

Imagem parietal representando seis tipos de de formações geológicas terrestres


Aparelho para demonstração dos movimentos de translação e rotação

ME/403076/23

Escola Secundária de São pedro do Sul

Modelo tridimensional formado por um braço metálico onde estão acoplados vários globos representando a Terra, o Sol e a Lua, permitindo visualizar os movimentos de rotação e translação.


Formação geológica

ME/400385/48

Escola Secundária Poeta António Aleixo

Modelo tridimensional e em corte de uma formação geológica


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/402436/677

Escola Secundária de Passos Manuel

Imagem parietal representando uma paisagem de bosque e ao fundo uma montanha


MJS