Foi
sempre comum o professor residir junto da escola onde lecionava, chegando mesmo
a não existir qualquer distinção entre o espaço de habitação e o espaço da
aula. A partir de 1866, na sequência do testamento do Conde de Ferreira,
definiram-se algumas regras para este tipo de habitação: localizada geralmente
nas traseiras do edifício, com cozinha, sala, gabinete de trabalho e dois
quartos, distribuídos entre o rés-do-chão e o primeiro andar.
Após
1902, Adães Bermudes apresentou projetos que valorizavam a casa e o papel do
professor primário. No entanto, muitas escolas funcionaram em edifícios
adaptados e o professor residia em instalações fornecidas pela Junta de
Freguesia ou Câmara Municipal.
Na
década de 30, o Arquiteto Guilherme Rebello de Andrade elaborou o Projeto-Tipo
N.º 91, um bloco de habitações para professores que podia ser construído em
qualquer terreno disponível. Não chegou a seu posto em prática divido às
dificuldades financeiras do governo. A situação foi-se agravando
progressivamente através do aumento de escolas localizadas em locais mais
remotos e de difícil acesso.
A
partir de 1969, o governo decidiu suportar os encargos com a construção e
mobiliário das casas dos professores. Para tal, foi feito um trabalho de
recolha de dados com as necessidades por concelho e em 1970 deu-se inicio ao
Concurso para a criação de Projetos-Tipo. A situação arrastou-se até 1973,
optando-se pelo projeto do Arquiteto José dos Santos.
Fonte: BEJA, Filomena, et al.
Muitos Anos de Escolas – Volume II –
Edifícios para o Ensino Infantil e Primário – Anos 40 – Anos 70. Lisboa,
Ministério da Educação – Departamento de Gestão de Recursos Educativos, 1996.
MJS
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