2025/05/05

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Fernanda de Castro (1900 – 1994)

 

(Imagem da autora retirada da internet)


 

Maria Fernanda Teles de Castro de Quadros Ferro nasceu em Lisboa a 8 de dezembro de 1900, filha de João Filipe das Dores de Quadros, Oficial Capitão-Tenente da Marinha e de Ana Isaura Codina Teles de Castro da Silva.

Tendo perdido a mãe aos 12 anos, acompanhou o pai em diversas comissões pelo país e estudou em Portimão, na Figueira da Foz e em Lisboa.

Foi romancista, poetisa e conferencista, tendo começado pela publicação de contos infantis como A Mariazinha em África, A Princesa dos Sete Castelos, Fim de Semana na Gorongosa ou Novas Aventuras de Mariazinha. Todas estas obras contribuíram para a criação de um sentimento de africanidade entre as gerações mais jovens.

Casou com António Ferro em 1922. Colaborou com várias figuras de destaque do plano intelectual português como Sarah Afonso, Emília de Sousa Costa e Teresa Leitão de Barros.

Apoiante do Estado Novo, participou em importantes eventos culturais, como a Exposição Internacional de Paris (1937), a Exposição Internacional de Nova Iorque e São Francisco (1939) e a Exposição do Mundo Português (1940).

Foi a criadora do primeiro Parque Infantil em Portugal, a 6 de dezembro de 1933 com o financiamento de Ricardo Espírito Santo e a cedência do terreno no Jardim de São Pedro de Alcântara. Seguiram-se muitos outros: o Parque do Campo Pequeno, o Parque das Necessidades, o Parque de Santa Catarina e o Parque de Alcântara, destinados a crianças carenciadas dos 3 aos 10 anos. Quarenta anos depois, a gestão destes parques passou para a Santa Casa da Misericórdia.

Entretanto, Fernanda Castro dedicou-se à educação das crianças desfavorecidas com idade superior a 10 anos, tendo criado a “Colmeia”, uma escola de artes e ofícios. Aqui as crianças aprendiam um ofício e podiam vender os seus trabalhos. No Parque Infantil das Necessidades surgiu o projeto artístico “Pássaro Azul”, onde os mais pequenos tomavam contato com todo o tipo de artes. Esta instituição não vingou devido aos esforços financeiros exigidos pela guerra colonial.

Após a morte do seu marido, aceitou o cargo de Presidente da Comissão de Literatura e Espetáculos para Menores. Este trabalho consistia em fazer uma censura pedagógica a todo o tipo de materiais que se destinavam às crianças. Colaborou em vários jornais e revistas e em 1969 ganhou o Prémio Nacional de Poesia.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.

 

 MJS


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