Maria
Fernanda Teles de Castro de Quadros Ferro nasceu em Lisboa a 8 de dezembro de
1900, filha de João Filipe das Dores de Quadros, Oficial Capitão-Tenente da
Marinha e de Ana Isaura Codina Teles de Castro da Silva.
Tendo
perdido a mãe aos 12 anos, acompanhou o pai em diversas comissões pelo país e estudou
em Portimão, na Figueira da Foz e em Lisboa.
Foi
romancista, poetisa e conferencista, tendo começado pela publicação de contos
infantis como A Mariazinha em África,
A Princesa dos Sete Castelos, Fim de Semana na Gorongosa ou Novas Aventuras de Mariazinha. Todas
estas obras contribuíram para a criação de um sentimento de africanidade entre
as gerações mais jovens.
Casou
com António Ferro em 1922. Colaborou com várias figuras de destaque do plano
intelectual português como Sarah Afonso, Emília de Sousa Costa e Teresa Leitão
de Barros.
Apoiante
do Estado Novo, participou em importantes eventos culturais, como a Exposição
Internacional de Paris (1937), a Exposição Internacional de Nova Iorque e São
Francisco (1939) e a Exposição do Mundo Português (1940).
Foi a
criadora do primeiro Parque Infantil em Portugal, a 6 de dezembro de 1933 com o
financiamento de Ricardo Espírito Santo e a cedência do terreno no Jardim de
São Pedro de Alcântara. Seguiram-se muitos outros: o Parque do Campo Pequeno, o
Parque das Necessidades, o Parque de Santa Catarina e o Parque de Alcântara,
destinados a crianças carenciadas dos 3 aos 10 anos. Quarenta anos depois, a
gestão destes parques passou para a Santa Casa da Misericórdia.
Entretanto,
Fernanda Castro dedicou-se à educação das crianças desfavorecidas com idade
superior a 10 anos, tendo criado a “Colmeia”, uma escola de artes e ofícios.
Aqui as crianças aprendiam um ofício e podiam vender os seus trabalhos. No
Parque Infantil das Necessidades surgiu o projeto artístico “Pássaro Azul”,
onde os mais pequenos tomavam contato com todo o tipo de artes. Esta
instituição não vingou devido aos esforços financeiros exigidos pela guerra
colonial.
Após a
morte do seu marido, aceitou o cargo de Presidente da Comissão de Literatura e
Espetáculos para Menores. Este trabalho consistia em fazer uma censura
pedagógica a todo o tipo de materiais que se destinavam às crianças. Colaborou
em vários jornais e revistas e em 1969 ganhou o Prémio Nacional de Poesia.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
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