António
Aurélio da Costa Ferreira, nasceu a 18 de janeiro de 1879 no Funchal, filho de
Francisco da Costa Ferreira, funcionário público, e de Teodolinda Augusta de
Freitas Ferreira. Concluiu a instrução primária em Viana do Castelo, voltando
novamente ao Funchal. Aqui frequentou o Liceu, entre 1889 e 1894.
Em
1894 matriculou-se em Filosofia na Universidade de Coimbra, tendo-se licenciado
em 1899. No ano seguinte, inscreveu-se em Medicina, curso que terminou em 1905.
Como médico, estagiou em Paris, Bruxelas e Lisboa.
Publicou
artigos de opinião em várias publicações como A Social, A Gazeta Ilustrada,
Resistência, Centenário da Sebenta, entre outros. Também se iniciou na escrita
de artigos científicos na revista Instituto.
Em
1907, após ter efetuado provas, passou a lecionar no Liceu do Largo de S.
Domingos e depois no Liceu Camões.
Vereador
republicano na Câmara Municipal de Lisboa, de 1908 a 1911, defendeu várias
medidas no âmbito da Educação, Cultura, Desporto Escolar e assistência médica e
social às crianças desfavorecidas do concelho. No âmbito da atividade política,
foi eleito como deputado por Setúbal em agosto de 1910, e em 1911, pelo círculo
do Funchal. Exerceu também funções de Ministro do Fomento, de junho de 1912 a janeiro
de 1913. No entanto, esta passagem pelo governo correspondeu à sua desilusão
com a política ativa.
Nomeado
para Diretor da Casa Pia de Lisboa em março de 1911, Costa Ferreira norteou a
sua atuação dentro dos propósitos da “Escola Nova”, concedendo plena liberdade
às crianças e encaminhando-as para as artes e ofícios conforme as aptidões
demonstradas. Incentivou igualmente as aulas de trabalhos manuais, música e
desporto.
Há que
referir a sua dedicação às crianças com necessidades educativas especiais,
principalmente na Casa Pia. Desenvolveu, assim, vários esforços conducentes à
reabilitação, ensino e integração social dos de alunos com necessidades
educativas especiais, surdos-mudos e outros. Criou, em 1912, a Colónia de S.
Bernardino, em Atouguia da Baleia, próximo de Peniche. No ano seguinte,
dedicou-se ao curso de formação de professores para surdos-mudos. Em 1915
fundou o Instituto Médico-Pedagógico. No âmbito da formação de professores,
lecionou Pedologia, Higiene Geral e Higiene Escolar na Escola Normal de Lisboa.
Em 1917 foi docente de Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina da
Universidade de Lisboa.
Para Costa
Ferreira o tempo do mestre-escola estava ultrapassado pois já não bastava
ensinar a ler, escrever e contar. O futuro professor deveria, por isso, possuir
conhecimentos sobre Pedologia, Higiene Escolar, Trabalhos Manuais e Ginástica. Estas
disciplinas não só desenvolviam a motricidade, mas também promoviam o
desenvolvimento intelectual. A individualização do ensino e a importância do
desenvolvimento dos sentidos mereceram também a sua atenção.
Em sua
homenagem, a partir de 1929, o Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de
Lisboa recebeu a denominação de Instituto António Aurélio da Costa Ferreira,
seu fundador. O seu nome também está associado ao Instituto de Inovação
Educacional.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
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