António
Augusto Riley da Mota nasceu a 26 de janeiro de 1893 em Ponta Delgada, filho de
Diniz Moreira da Mota e de Margarida Botelho Riley da Mota. Frequentou o Liceu
de Ponta Delgada entre 1905 e 1910.
Em
1917 concluiu o curso de Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da
Universidade de Coimbra. Foi professor no Liceu de Angra do Heroísmo e
posteriormente no Liceu de Ponta Delgada, onde chegou a Reitor em 1936.
Em 1938 passou a residir em Lisboa, pois foi convidado para o cargo de Chefe de Gabinete do Ministro da Educação Nacional, na altura Carneiro Pacheco. Em 1940 foi nomeado para Diretor-Geral do Ensino Liceal, tendo exercido o cargo até 1946. No discurso de tomada de posse estabeleceu os objetivos do seu projeto governativo:
-
contribuir para a formação espiritual dos jovens adolescentes, ainda permeáveis
aos valores transmitidos;
-
colaborar na formação dos futuros líderes da sociedade;
-
orientar os jovens para o bem geral, procurando que cada um servisse o seu país
e não os seus interesses;
-
ajudar a estabelecer hábitos de ordem, verdade, disciplina e moral.
No
decorrer das suas funções, efetivou a decisão do Ministro da Educação no que
respeitava à obrigatoriedade de colocação de cruxifixos nos Liceus como forma
de introduzir o ensino da moral cristã.
Em
1944 foi nomeada uma Comissão de Reforma do Ensino Liceal, liderada por Riley
da Mota que acreditava nos benefícios da existência de turmas mistas. Nesse
sentido, segundo Rómulo de Carvalho, Riley da Mota teria efetuado um inquérito
junto dos professores para averiguar as vantagens e desvantagens da coeducação,
sem autorização do Ministro. Este episódio teria conduzido ao seu afastamento
em 1946.
As suas ideias como educador foram expostas em diversos artigos de revistas como a Escola Açoreana e a Labor. Para ele, qualquer grau de ensino era particularmente importante, fosse o elementar, o médio ou o superior, por se encontrarem intimamente ligados. A formação dos professores primários e o seu estatuto era igualmente uma prioridade, através da reforma dos cursos superiores e da frequência de universidades no estrangeiro.
Debateu
a questão dos exames como instrumento avaliador, sendo a favor da existência de
provas escritas. No entanto, a existência dos mesmos poderia ter consequências
negativas, como o facto de conduzirem muitos professores a lecionar para apenas
para o exame.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS
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