2024/01/04

EEE - Níveis de Ensino: Ensino Superior – Inclusão e Ligação à Sociedade

 

(Imagem retirada do site do EEE)

 

Para garantir sistemas de ensino superior inclusivos e com ligação à sociedade são necessárias as condições certas para que os estudantes possam ter êxito independentemente do meio de que são oriundos. Isto não se resume à questão de oferecer apoio financeiro aos grupos desfavorecidos. Para assegurar que o corpo estudantil que é admitido e termina os estudos nas instituições europeias de ensino superior reflete a diversidade da população europeia, é necessário melhorar as taxas de acesso e de conclusão dos estudos por estudantes de grupos desfavorecidos e sub-representados. Para o efeito, as autoridades nacionais e as instituições de ensino superior devem:

- adotar uma perspetiva global da forma como são organizados a admissão, o ensino e a avaliação;

- pôr em prática sistemas de mentoria dos estudantes;

- dispensar apoio académico e não académico.

Os grupos sociais menos representados no ensino superior são aqueles que mais probabilidades têm de não dispor de competências de base (literacia, numeracia e competências digitais), de experiência de aprendizagem autónoma e de uma ideia clara do que é o ensino superior. Além disso, as pessoas oriundas de contextos socioeconomicamente desfavorecidos e da migração continuam a ter muito menos probabilidades de começar e terminar estudos superiores. A segregação entre homens e mulheres em função da área de estudos continua ainda a ser uma realidade.

A Comissão comprometeu-se a:

- disponibilizar apoio direto através do programa Erasmus+ para ajudar as instituições de ensino superior a desenvolverem e adotarem estratégias institucionais integradas para fomentar a inclusão, a igualdade de género e o sucesso académico, do momento da admissão até à obtenção do diploma;

- promover o desenvolvimento de programas de estudo flexíveis e modulares que incentivem o acesso ao ensino superior, através da definição de prioridades específicas para as parcerias estratégicas no âmbito do Erasmus+;

- apoiar as instituições de ensino superior que pretendam atribuir créditos do Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos (ECTS) aos estudantes por atividades voluntárias e comunitárias, com base em exemplos positivos existentes;

- apoiar o reconhecimento das qualificações dos refugiados para facilitar o seu acesso ao ensino superior.

Para obter dados sobre a dimensão social do ensino superior, a Comissão cofinancia o projeto Eurostudent que documenta as condições sociais e económicas da vida estudantil na Europa, graças à realização de inquéritos regulares.

Para que as políticas de reforço da inclusão assentem em dados concretos, são necessários investimentos na identificação de grupos-alvo e desfavorecidos, na medição dos progressos no cumprimento das metas, na monitorização dos efeitos intencionais e não intencionais destas políticas e na análise da complexidade dos fatores subjacentes. É também necessário um maior investimento na formação do pessoal do ensino superior para melhorar e adaptar as práticas de aprendizagem e de ensino a estudantes de grupos desfavorecidos.

Para ajudar os estudantes a escolher os estabelecimentos de ensino superior e os programas de estudo, devem ser melhoradas as informações sobre o ensino superior, o leque de escolhas, bem como os sistemas de aconselhamento e orientação disponíveis. A Comissão apoia a U-Multirank, uma ferramenta de comparação de universidades que dá resposta às necessidades do utilizador,

Para que as instituições de ensino selecionem os seus candidatos de forma mais equitativa devem-se desenvolver abordagens mais abrangentes para as políticas de inclusão do ensino superior, com compromissos a longo prazo e um plano de ação que inclua prioridades e metas políticas:

- ligar a política de admissão à procura dos estudantes e do mercado de trabalho. criando um sistema de acompanhamento dos percursos dos diplomados que lhes forneça dados sobre a relevância dos sistemas nacionais de ensino superior;

- incentivar os esforços de inclusão social das instituições de ensino superior através de sistemas de financiamento;

- utilizar as ferramentas desenvolvidas no âmbito do Processo de Bolonha para facilitar a transição para o ensino superior;

- disponibilizar apoio ao pessoal docente e administrativo das instituições de ensino superior para melhorar a qualidade da aprendizagem e do ensino.

Desta forma, é igualmente fundamental promover o reconhecimento mútuo automático de qualificações de ensino superior, de ensino e formação secundários, e de resultados obtidos durante períodos de aprendizagem no estrangeiro. Com a recomendação do Conselho, os Estados-Membros da UE assumem um compromisso político no sentido de tomar medidas para introduzir o reconhecimento automático até 2025.


Fonte: https://education.ec.europa.eu/pt-pt


MJS


 

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