2023/03/27

Educação e Monarquia: D. Afonso V (1432 - 1481)

 

D. Afonso V, "o Africano" (1432 - 1481) era filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão. O seu reinado divide-se em três períodos distintos: o primeiro vai desde a morte do seu pai, quando D. Afonso tinha apenas 6 anos, até à Batalha de Alfarrobeira em 1149. A regência ficou a cargo de D. Leonor, mas grande parte da população preferia D. Pedro, irmão de D. Duarte. Aquando das Cortes de 1439, o infante D. Pedro foi nomeado regente e D. Leonor foi exilada para Castela.

A educação de D. Afonso ficou a cargo do seu tio, um homem viajado e de grande cultura, tendo uma vertente claramente humanista.

Em 1446 realizaram-se as Cortes de Lisboa e o monarca, já com a maioridade, assumiu a coroa portuguesa auxiliado por D. Pedro. Nesta no mandou publicar as Ordenações Afonsinas, uma compilação de leis que tinha sido iniciada no reinado do seu pai.


(Imagem retirada da Internet)

D. Afonso, casou com D. Isabel de Lancastre, filha de D. Pedro, em 1147. A relação entre o monarca e o tio acabaram por se deteriorar e este é afastado do poder em 1448. Este conflito culminou com a Batalha de Alfarrobeira em 1449, em que D. Pedro foi morto.

Após a morte de D. Pedro, o rei acabou por ser manipulado pela nobreza e pelo clero, havendo um recuo no processo de centralização do poder real.

As campanhas do Norte de África marcaram o segundo período de reinado: em 1458 conquistou-se Alcácer Ceguer, Tânger e Arzila e em 1471, Larache.

Na terceira fase do seu reinado, D. Afonso V orientou-se no sentido da política peninsular: Henrique IV de Espanha morre e era casado com D. Joana de Portugal, sobrinha do monarca português. O plano era casar com a sobrinha e unir os dois reinos, contra a pretensão dos futuros Reis Católicos. Após vários conflitos armados, o rei português assinou o Tratado de Alcáçovas em 1476, em que renunciou aos direitos do trono espanhol.

A política de Descobrimentos foi liderada pelo infante D. Henrique até à sua morte em 1460. Em 1439 iniciou-se a povoação dos Açores. Em 1441 Nuno Tristão atinge o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e em 1444, a foz do rio Senegal. As ilhas de Cabo Verde são descobertas em 1456 e chega-se à Serra Leoa em 1460.

D. Afonso IV concedeu o comércio da Guiné a Fernão Gomes em 1469, tendo este a obrigação de descobrir todos os anos 100 léguas de costa. Em 1471 descobriu-se S. Tomé, Príncipe e Ano Bom. Em 1472, Álvaro Esteves passa o Equador e em 1474, João Vaz Corte Real chegou à Terra Nova (ilha do Canadá).

Em 1476, D. Afonso associou D. João, futuro rei ao governo do reino e veio a falecer em 1481.

Ao nível da educação, durante este período coexistiram formas de ensino distintas, consoante os grupos sociais, reproduzindo as desigualdades existentes: os níveis mais elevados contavam com a presença de um precetor, a burguesia recorreu às escolas públicas e os artesãos aprendiam os seus ofícios. No entanto, a instrução continuava a ser um monopólio da Igreja.

Na primeira metade do século XV a afluência ao Estudo Geral já era bastante elevada. Em 1443. D. Pedro decretou a criação de um novo Estudo Geral em Coimbra.


MJS

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