D. Afonso
III (1210 – 1279), “o Bolonhês”, irmão de D. Sancho II, era o segundo filho de
D. Afonso II e D. Urraca. Em 1227 partiu para França, tendo frequentado a corte
de Luís IX. Casou em 1238 com D. Matilde, Condessa de Bolonha.
Após a
sua chegada a Lisboa em finais de 1245 derrotou o seu irmão e subiu ao trono
com o apoio da Santa Sé, terminando com os conflitos internos.
O seu
maior feito foi a conquista definitiva do Algarve que ocorreu com a tomada de
Faro em 1249, onde se destacaram as Ordens de Santiago e Calatrava. Não foi uma
conquista pacífica pois gerou alguns problemas com Castela.
Ao
nível interno houve grandes preocupações com a fundação de novas povoações, concessão
de forais e renovação de locais abandonados.
Lisboa
foi elevada a capital do reino e foram convocadas as primeiras Cortes com
representantes dos concelhos (Leiria, 1254). Em 1258, o monarca levou a cabo Inquirições, através das quais se
reconheceram os abusos das classes privilegiadas. D. Afonso tomou medidas para
reprimir estes abusos, o que resultou numa violenta reação do clero que apelou
para a Santa Sé. Só em 1279, próximo da sua morte é que o monarca recuou nas
medidas protecionistas e jurou fidelidade à Santa Sé.
A
partir da segunda metade do século XII foram sendo adotadas várias medidas
tendentes à reforma do ensino. Por iniciativa de Dom Estêvão Martins,
pertencente ao Mosteiro de Alcobaça, houve a abertura das lições a pessoas que
não pertenciam à Ordem. Em 1269 começou a funcionar uma das primeiras escolas
públicas da Europa. O ensino incluía a aprendizagem do alfabeto, o estudo do
Saltério e problemas simples de aritmética.
No que respeita ao ensino das artes plásticas,
o ensino conventual proporcionou lições teóricas e práticas bastante
incipientes. Uma das práticas correntes era tirar decalques de originais
célebres. Nos finais do século XII foi-se afirmando uma mão de obra que tinha
uma atividade autónoma que utilizava as técnicas tradicionais na conceção de
determinadas obras. Estes mestres que trabalhavam na construção de monumentos
religiosos, bem como a mão de obra que se especializou neste tipo de trabalhos
constituíam uma população volante. Iam de obra em obra, recolhendo e
disseminando conhecimentos e experiências.
MJS
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