2023/02/20

Educação e Monarquia: D. Afonso III (1210 - 1279)


D. Afonso III (1210 – 1279), “o Bolonhês”, irmão de D. Sancho II, era o segundo filho de D. Afonso II e D. Urraca. Em 1227 partiu para França, tendo frequentado a corte de Luís IX. Casou em 1238 com D. Matilde, Condessa de Bolonha.

Após a sua chegada a Lisboa em finais de 1245 derrotou o seu irmão e subiu ao trono com o apoio da Santa Sé, terminando com os conflitos internos.

O seu maior feito foi a conquista definitiva do Algarve que ocorreu com a tomada de Faro em 1249, onde se destacaram as Ordens de Santiago e Calatrava. Não foi uma conquista pacífica pois gerou alguns problemas com Castela.

(Imagem retirada da Internet)


D. Afonso fez tudo ao seu alcance para resolver esta situação nomeadamente através da anulação do casamento com D. Matilde de Bolonha, tomando como esposa D. Beatriz, filha ilegítima de Afonso X. A questão ficou resolvida em 1267 através do Tratado de Badajoz que estabeleceu as fronteiras entre as duas nações.

Ao nível interno houve grandes preocupações com a fundação de novas povoações, concessão de forais e renovação de locais abandonados.

Lisboa foi elevada a capital do reino e foram convocadas as primeiras Cortes com representantes dos concelhos (Leiria, 1254). Em 1258, o monarca levou a cabo Inquirições, através das quais se reconheceram os abusos das classes privilegiadas. D. Afonso tomou medidas para reprimir estes abusos, o que resultou numa violenta reação do clero que apelou para a Santa Sé. Só em 1279, próximo da sua morte é que o monarca recuou nas medidas protecionistas e jurou fidelidade à Santa Sé.

A partir da segunda metade do século XII foram sendo adotadas várias medidas tendentes à reforma do ensino. Por iniciativa de Dom Estêvão Martins, pertencente ao Mosteiro de Alcobaça, houve a abertura das lições a pessoas que não pertenciam à Ordem. Em 1269 começou a funcionar uma das primeiras escolas públicas da Europa. O ensino incluía a aprendizagem do alfabeto, o estudo do Saltério e problemas simples de aritmética.

No que respeita ao ensino das artes plásticas, o ensino conventual proporcionou lições teóricas e práticas bastante incipientes. Uma das práticas correntes era tirar decalques de originais célebres. Nos finais do século XII foi-se afirmando uma mão de obra que tinha uma atividade autónoma que utilizava as técnicas tradicionais na conceção de determinadas obras. Estes mestres que trabalhavam na construção de monumentos religiosos, bem como a mão de obra que se especializou neste tipo de trabalhos constituíam uma população volante. Iam de obra em obra, recolhendo e disseminando conhecimentos e experiências.


MJS

Sem comentários: