As figuras de barro, mais conhecidas como “bonecos” de Estremoz fazem parte de uma arte com mais de três séculos de tradição. Foram identificadas mais de 100 figuras diferentes, relacionadas com a temática do quotidiano rural e urbano.
A primeira menção a estas
figuras data do inicio do século XVIII. Em 1770 há referência a mulheres que
produziam figuras de barro. A sua origem é, possivelmente, de natureza
espiritual, ou seja, o povo gostava de ter em sua casa alguns santinhos e na
impossibilidade de os comprar, começaram a elaborar estas figuras.
Partindo deste pressuposto,
começaram a surgir presépios, onde se inclui a Sagrada Família, os Reis Magos e
as figuras características do povo como o pastor, a mulher das galinhas e
outros.
No início do século XX, o fabrico destas peças quase desapareceu com a morte de Gertrudes Rosa Marques. Através da fundação da Escola de Artes e Ofícios de Estremoz em 1924 por José Maria Sé Lemos, retomou-se a produção com a barrista Ana das Peles. Depois seguiu-se Mariano da Conceição, oleiro da família Alfacinha, que deu novo fôlego a esta arte. Seguiu-se Sabrina Santos, sua irmã e posteriormente Liberdade da Conceição, sua esposa.
Surge assim uma nova geração
de bonequeiros, como é o caso de António Lino de Sousa, José Moreira e Mário
Lagartinho e muitos outros.
A sua produção é relativamente
simples, utilizando três tipos de processos como a bola, a placa e o rolo.
Depois de moldada a figura, fica a secar vários dias, sendo depois cozida a
800º. Seguidamente, a pintura feita com óxidos de terra misturados com cola.
Após a secagem da tinta é aplicado um verniz para proteção da mesma. As cores são
sempre fortes e garridas, conferindo à peça um aspeto alegre.
Em 2017 esta arte foi
considerada Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Para mais informações aceda à
página da Câmara Municipal de Estremoz .
MJS
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