2013/11/12

Peça do mês de Novembro

Bordado
Colete feminino, de traje tradicional de lavradeira, com bordado característico de Viana do Castelo, com fios de lã policromos, lantejoulas e cordãozinho de fio metálico. É uma peça bastante justa, que prende na frente com laço. Este pende da fita de debrum esverdeada que contorna a gola e os ombros/mangas. O colete foi executado em tecido liso de cor azulão e barra inferior de veludo liso, preto. Na frente é liso e nas costas profusamente bordado. A decoração de cariz floral lembra os bordados dos trajes de Viana do Castelo, executada a fios de lã de tons esbatidos verde, azul, amarelo e rosa. Executado com pontos lançado, de formiga e de espinha. Trabalho provavelmente coletivo realizado no âmbito da disciplina de Oficinas do Curso de Formação Feminina. Está inventariado com o número ME/400361/107 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária de Monserrate.
Esta instituição foi criada como Escola de Desenho Industrial de Viana do Castelo em 1888. Começou a funcionar no Palácio do General Luís do Rego e o seu primeiro professor foi o escultor Serafim Sousa Neves. Em 1891 passou a ser designada Escola Elementar Industrial Nun’Álvares e em 1914, Escola Industrial e Comercial de Nun’ Álvares. A partir de 1925 a instituição acolhe diversos mestres e alunos que dignificam o ensino aí ministrado: Jacinto José Alves, Miguel Nogueira Júnior, Cláudio Basto, Luís Soares Martins, Laura Pires Franco, Ildefonso Rosa, Manuel Xavier de Carvalho, Carolino Ramos, Manuel Fontes e alunos como José Rosa Araújo, Manuel J. Meira da Costa, Joaquim da Veiga, Amadeu Costa, entre outros. O aumento crescente do número de alunos matriculados obrigou à mudança de instalações que se concretizou em 1964 com a inauguração do novo edifício da Escola Industrial e Comercial de Viana do Castelo. Em 1979 passou a designar-se Escola Secundária de Monserrate.
Esta peça faz parte do vestuário regional típico de Viana do Castelo. Geralmente quando se fala em “traje à lavradeira” pensa-se no traje vermelho de Santa Marta de Portuzelo. No entanto, quer o traje vermelho, quer o azul são utilizados pelas raparigas. Este traje fica completo com uma camisa branca bordada de azul, sobre a qual se coloca o colete profusamente decorado com bordados policromáticos de gosto barroco. Usa-se igualmente uma saia rodada e um avental, meias e chinelas.

Bibliografia e informação adicional:

Para consultar a história da Escola Secundária de Monserrate





MJS

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