2022/07/14

Exposição virtual: "A Mitologia Clássica no Museu Virtual da Educação"

 

A mitologia diz respeito à história dos deuses e heróis de um determinado povo ou de uma religião. Constitui um conjunto de crenças e interpretações, recorrendo a seres imaginários, que se misturam com conceções racionais. A palavra tem origem no grego mythologia, ou seja, “história da fábula”. Os mitos são histórias que se baseiam em tradições ou lendas, criados na tentativa de explicar fenómenos naturais que não se compreendiam na sua totalidade, como a criação do mundo ou do universo. As personagens principais destas narrativas são deuses ou heróis sobrenaturais, num tempo indefinido. Os mitos, inicialmente divulgados através da tradição oral, foram descritos através de diversos textos ou da arte (pintura, escultura ou baixo-relevo).

A mitologia grega inclui o conjunto de narrativas relacionadas com a Grécia Antiga e com as suas práticas ritualistas, onde se podem observar deuses criadores, heróis e vários tipos de criaturas fantásticas, como ninfas e centauros. Estas figuras fazem parte da literatura grega (poemas épicos como a Ilíada e a Odisseia de Homero), da pintura e da tradição oral.

A mitologia romana versa as narrativas e lendas de Roma Antiga e alguns dos seus deuses foram inspirados nos deuses gregos, assim como nos de origem etrusca. Posteriormente, nota-se a influência egípcia, fenícia ou frígia. A extensão do império romano facilitou a absorção de diversas religiões e culturas.

Nesta exposição, que inclui estatuária, baixo-relevo e um desenho, são representados vários deuses e criaturas divinas da mitologia greco-romana. É o caso de Hebe, deusa grega da juventude; do desenho da cabeça de medusa com as serpentes; ou dos baixos-relevos de Afrodite e Atena. São, na maior parte, trabalhos realizados por alunos no âmbito das práticas letivas, demonstrando uma enorme qualidade de execução.


Escultura

ME/400348/52

Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho

Escultura de vulto, réplica em terracota da escultura neoclássica, em mármore, de Bertel Thorvaldsen (1806), que representa Hebe (deusa grega, da juventude) de pé, envergando quíton e segurando um jarro na mão direita e uma taça, na esquerda, em atitude de oferenda.


Escultura

ME/401122/69

Escola Secundária Carlos Amarante

Escultura em gesso com representação de uma cena mitológica com 3 figuras, de inspiração marcadamente clássica.



Desenho/Estudo

ME/402163/478

Escola Secundária Marquês de Pombal

Estudo de cabeça, provavelmente de Medusa, ao estilo da época clássica, notório no entrelaçar e volume do cabelo.


Medalhão

ME/ESDJC/93

Escola Secundária D. João de Castro

Trabalho de baixo-relevo em gesso realizado por alunos da Escola Secundária D. João de Castro. Trata-se de uma placa de gesso com uma composição clássica de uma Afrodite ao centro, Eros à esquerda do observador e um putti à direita.



Medalhão

ME/ESDJC/94

Escola Secundária D. João de Castro

Trabalho de baixo-relevo em gesso realizado por alunos da Escola Secundária D. João de Castro. Trata-se de uma placa de gesso com uma composição clássica em que se identifica a figura de Atena à esquerda da composição. Ao centro está representada uma criança e à direita, um homem idoso sentado.


Placa decorativa

ME/401122/52

Escola Secundária Carlos Amarante

Placa decorativa, provavelmente elaborada por um aluno no âmbito das Artes Visuais. Trata-se de uma placa de gesso retangular, com trabalho em relevo. Apresenta uma representação de inspiração clássica, com três figuras mitológicas sentadas. Aos seus pés encontram-se animais fantásticos.


MJS


2022/07/11

Invenções que mudaram o mundo: cartão de crédito

(Imagem de vários cartões de crédito retirada da internet)
 

Trata-se de uma forma de pagamento eletrónico, sob a forma de um cartão de plástico com uma banda magnética e/ou um chip, emitido por uma instituição bancária. Permite ao seu titular realizar várias operações financeiras como pagamentos, levantamentos, depósitos, consultas, transferências, entre outros, sendo as despesas automaticamente debitadas na sua conta.

Este cartão pode ser utilizado em diferentes equipamentos como terminais de pagamento, caixas automáticas, etc. Inclui o nome do titular, o número de cartão, a validade e um código de segurança. São padronizados pela norma ISO 7810. O objetivo da sua criação foi facilitar a compra de bens e serviços, reduzindo a quantidade de dinheiro “vivo” em circulação.

Antes de 1920, algumas empresas como a Western Union forneciam cartões aos seus clientes mais importantes, o lhes que permitia pagar o combustível em postos de abastecimento da marca. O cliente abastecia ao longo de mês e pagava no final desse período. A partir de 1928, grandes companhias e comerciantes ofereciam um cartão com as informações pessoais dos seus clientes que permitia o seu uso exclusivo nessas lojas. Era feito em metal e denominava-se Charga-Plate.

Em 1946, John Biggins, banqueiro de Nova Iorque estabeleceu uma parceria com comerciantes locais e criou o Charg-it, um cartão metálico operado por uma instituição financeira para ser usado em vários estabelecimentos parceiros.

Em 1949, Frank MacNamara encontrava-se num restaurante de Nova Iorque, acompanhado por vários executivos, quando se apercebeu que se tinha esquecido da sua carteira. Assim surgiu a ideia de criar um cartão com o nome do seu possuidor que lhe permitisse pagar a conta após algum tempo. Foi assim criado o The Dinners Club, em papel, aceite em 27 restaurantes e atribuídos apenas a pessoas de destaque.

1958 marcou a grande mudança nos cartões de crédito pois o Bank of America, uma das instituições mais credíveis, criou o BankAmericard, posteriormente denominado Visa (1976). Em 1959 surge o American Express.

O cartão de crédito foi evoluindo, tornando-se progressivamente mais sofisticado e mais seguro. Antes da existência de bandas magnéticas era necessário fazer uma cópia do cartão para se processarem os pagamentos. Em 1969 a IBM desenvolveu cartões magnéticos adotados internacionalmente.

(Imagem de uma máquina de pagamento para cartões de crédito retirada da internet)

Em 1983 o Visa lançou uma rede de caixas multibanco, o ATM (Automated Teller Machine) que permitia disponibilizar dinheiro 24 horas por dia em qualquer local do mundo,

No começo dos anos 2000 criou-se uma tecnologia baseada em chips de dados que geram códigos únicos para cada transação. Em Portugal este processo de introdução do cartão de crédito consolidou-se e tornou-se bastante importante ao nível das transações eletrónicas.

O chamado “dinheiro plástico” passou a fazer parte das nossas vidas, contribuindo para a expansão do comércio e do turismo. As vantagens são enormes pois não há necessidade de dinheiro físico.



MJS

2022/07/07

Invenções que mudaram o mundo: a calculadora

 

Máquina de Calcular

ME/400774/36

Escola Secundária Alfredo da Silva 

Máquina utilizada pelo secretariado, realizando as duas operações primárias: adição e subtração. Funciona manualmente imprimindo as parcelas e somas. Também realiza a multiplicação uma vez que esta operação é uma soma de parcelas iguais, para o que basta repetir a mesma operação tantas vezes quantas corresponderem ao multiplicador. O seu teclado é reduzido e constituído pelas teclas de zero a nove, e pelas teclas das funções.


A calculadora é um dispositivo mecânico que realiza cálculos numéricos simples ou complexos. O ábaco é considerado o precursor da calculadora, um instrumento formado por uma moldura retangular, com hastes paralelas que têm elementos de contagem deslizantes (bolas, fichas, etc.). A sua desvantagem é a facilidade de cometer erros devido à distração do utilizador.

Pensa-se que a primeira calculadora mecânica foi inventada pelo alemão Wilhelm Schickard em 1623. Permitia realizar todas as operações básicas até 6 dígitos. O resultado era indicado pelo toque de um sino, pelo que ficou conhecida como “relógio calculador”. O objeto perdeu-se num incêndio, mas foram encontradas as anotações do projeto, o que permitiu atribuí-lo ao seu autor.

Em 1642, Pascal também criou uma máquina calculadora. Era uma caixa de grandes dimensões e fazia apenas somas e subtrações. A Pascaline, assim chamada pelo seu criador, incluía rodas dentadas com algarismos de 0 a 9. Era um mecanismo simples projetado para ser aperfeiçoado e realizar todas as operações.

Em 1671, Gottfried Leibniz aperfeiçoou a calculadora de Pascal, permitindo que fizesse operações de multiplicação e divisão. Foi apelidada de stepped reckoner e, para além das quatro operações, realizava ainda a raiz quadrada. Leibniz não chegou a terminar a sua invenção, pelo que apresenta alguns erros.

Em 1774, Philipp Matthäus Hahn inventou uma calculadora que realizava as 4 operações sem qualquer erro. Era uma calculadora redonda que permitia o uso de 12 dígitos. Em 1784, Helfrich Johann von Müller criou uma calculadora semelhante, bem como Thomas Colmar, em 1820, que inventou a Arithmomètre. Foi patenteada e produzidos 5000 exemplares que obtiveram grande sucesso por era mais fácil de manusear.

Em 1822, Charles Babbage cria a Difference Engine, capaz de resolver equações polinomicas através de um método que possibilitava a construção de tabelas logarítmicas. Com a possibilidade de receber dados, processá-los e mostrá-los, este é um dos primeiros computadores da história, do qual falaremos num dos próximos artigos.

Cerca de 1880, William Seward Borroughs I cria a máquina de calcular ou Adding machine, patenteada em 1888. A grande diferença é que este aparelho permitia imprimir o resultado dos cálculos efetuados. A máquina ficou famosa sobretudo entre os banqueiros e comerciantes, facilitando enormemente o seu trabalho.


Máquina de Calcular

ME/402321/475

Escola Secundária Nuno Álvares

Máquina de calcular manual utilizada pelo Secretariado que realiza operações primárias. Funciona manualmente com um teclado reduzido constituído pelas teclas de um a nove. Lateralmente possui botões vermelhos e manivelas.


Em 1948 Curt Herzstark inventou uma calculadora mecânica compacta, a curta. Era um pequeno cilindro com uma manivela que realizava todas as operações.

A primeira calculadora eletrónica foi produzida pela Casio em 1957, efetuando todas as operações até 14 dígitos, era a 14-A. Em 1965, a Casio lança a calculadora 001, com funções de memória.

Em 1968, A HP lança a primeira calculadora científica. A partir de então, as calculadoras não têm parado de evoluir, acrescentando novas funções e capacidades, tendo mudado o mundo para sempre.


MJS

2022/07/04

Invenções que mudaram o mundo: a bússola

Bússola

ME/400970/115

Escola Secundária Dr. Mário Sacramento

Instrumento utilizado para estudo e observação nas aulas de Física ou Geografia. Trata-se de uma bússola, constituída por um cilindro metálico e um mostrador em vidro com uma agulha magnética na horizontal ao centro. Este dispositivo magnético usa uma agulha para indicar a direção do Norte. Esta bússola encontra-se no interior de uma caixa de madeira.


A bússola é um instrumento de orientação que se baseia nas propriedades magnéticas de alguns metais e no campo magnético terrestre. A palavra bússola deriva do italiano que significa “pequena caixa”. São geralmente compostas por uma agulha magnetizada que é colocada num plano horizontal onde está representada a rosa dos ventos. A agulha encontra-se suspensa pelo seu centro de gravidade para girar, indicando o norte magnético da Terra.

Pensa-se que a bússola foi inventada pelos chineses para uso na navegação. No entanto o fenómeno do magnetismo já era conhecido há muito tempo, tendo sido mencionado por Tales de Mileto ou Platão.

Começou a ser utilizada em larga escala na Europa cerca do século XIII, chamada de “agulha de marear”, e sendo a única forma de orientação na navegação. Os portugueses aperfeiçoaram o instrumento protegendo-o com uma tampa de vidro para impedir a interferência de outros metais. A sua importância foi enorme e permitiu a exploração do mundo na época dos Descobrimentos.

D. João de Castro também estudou e aperfeiçoou este objeto constatando que as agulhas de marear, na presença de grandes massas metálicas como os canhões, alteravam o seu comportamento.

Só no século XIX é que se construiu a primeira bússola moderna e deve-se ao físico Wiiliam Sturgeon que descobriu, em 1825, o primeiro eletroimã.

Bússola

ME/400634/71

Escola Secundária com 3º Ciclo de Pombal

A bússola é composta por uma agulha magnética na horizontal suspensa pelo centro de gravidade, e aponta sempre para o eixo norte-sul, ao seguir a direção do norte magnético da Terra.


A bússola fornece a referência de uma direção conhecida, mas o seu uso requer um mapa cartográfico, de forma a corrigir a leitura. Isto deve-se ao facto de os polos geográficos e magnéticos não coincidirem exatamente e à influência das condições ambientais. Atualmente as bússolas são eletrónicas, mas estão igualmente sujeitas à ação do ferro.

É um objeto imprescindível na navegação e na orientação, o que melhorou substancialmente o comércio marítimo, tornando as viagens mais seguras e eficientes.


MJS

2022/06/30

Invenções que mudaram o mundo: o automóvel

 

Postal

ME/ESDJC/395

Escola Secundária D. João de Castro

Postal a preto e branco da entrada da Cidade de Chaves por Santo Amaro, alameda ladeada de árvores onde se apresenta um automóvel da década de 1940. Em baixo, encontra-se a referência ao local e edifício, e marca da casa editora "Fotografia Alves". No verso foi colocado o carimbo da "Escola Secundária D. João de Castro", encontrando-se igualmente a identificação da casa editora. Integra um conjunto de materiais audiovisuais da antiga Escola D. João de Castro, utilizados no contexto das atividades pedagógicas, nomeadamente nas disciplinas de História/Geografia.


Um automóvel ou carro é um veículo motorizado, com rodas, utilizado para transporte de pessoas ou mercadorias. A palavra vem do grego “autos” (por si próprio) e do latim “mobilis” (mobilidade).

Durante os séculos XVIII e XIX foram construídas várias carruagens movidas a vapor. Nos Estados Unidos, os irmãos Francis Edgar e Freelan Oscar Stanley criaram um veículo que em 1906 atingiu um recorde de velocidade. Comercializaram o Locomobile que teve enorme sucesso até à década de 1920.

A máquina a vapor é um motor de combustão externa, em que a energia térmica se transforma em energia mecânica através de um processo de combustão que ocorre fora do motor. O aparecimento do motor de combustão interna, menos volumoso e pesado, apresentava enormes vantagens em relação ao seu antecessor. A combustão realizava-se no interior do motor, evitando as perdas de energia e suprimindo a caldeira.

1886 é considerado o ano em que foi criado o primeiro automóvel da era moderna pelo alemão Karl Benz que patenteou o modelo Benz-Patent-Motorwagen.

Pensa-se que o primeiro automóvel a chegar a Portugal, da Panhard-Levassor, foi trazido de Paris pelo quarto Conde de Avilez em 1895.

A produção em massa de carros iniciou-se nos Estados Unidos com a Ford Motor Company e o famoso Modelo T, cujo fabrico se iniciou em 1908. O empresário Henry Ford, fundador desta companhia, iniciou a produção capitalista em massa, baseado em novos processos de trabalho, como a linha de montagem, associado ao consumismo social. O objetivo era produzir um modelo tão barato, que se tornasse acessível à maior parte da população. Em plena expansão, a marca Ford chegou à Europa.


(Imagem a preto e branco do empresário Henry Ford junto a um dos seus automóveis. Imagem retirada da internet)

Este ritmo de crescimento sofreu uma queda abrupta com a Grande Depressão de 1920, quer nos Estados Unidos, quer na Europa. Aqui começam a desenvolver-se algumas companhias de automóveis como a britânica Morris, a francesa Citroën ou a alemã Opel.

A partir da década de 1950 a velocidade atingida pelos veículos aumentou consideravelmente, o que causou inúmeros acidentes de viação. No sentido de prevenir esta situação foi fabricado em 1958 o primeiro carro com cintos de segurança, o Chevrolet Corvette.

A preocupação com a segurança levou igualmente a criar o sistema de air bags, cujos primeiros fabricantes foram a General Motors e a BMW, em 1974.

Progressivamente foram sendo acrescentadas várias melhorias quer a nível tecnológico, quer a nível do conforto dos passageiros: luzes, espelhos, limpa para-brisas, marcha atrás, direção assistida, ar condicionado, entre outros.

A invenção do automóvel pode contextualizar-se na era do desenvolvimento da indústria, iniciada com a máquina a vapor e posteriormente com o motor de combustão interna. Substituindo os meios de tração animal, estes veículos permitiram percorrer longas distâncias num curto período de tempo, acedendo a novas áreas geográficas mais afastadas. Ao nível do transporte de mercadorias permitiu o escoamento da produção de forma rápida e eficiente sem ter necessidade de criar grandes infraestruturas.

No entanto, o progresso tem sempre custos, nomeadamente a poluição do ar e o aumento do consumo dos combustíveis fósseis. Para combater este tipo de problemas começaram a ser comercializados em 2008 os primeiros carros elétricos que serão certamente o futuro desta indústria.


MJS

2022/06/27

Invenções que mudaram o mundo: o avião

 

Modelo de avião

ME/346070/20

Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos e Secundária Sacadura Cabral

Modelo de avião, provavelmente uma réplica do "Santa Cruz" de Sacadura Cabral. O hidroavião "Santa Cruz" foi adquirido em Inglaterra, modelo Fairey-400 com motor Rolls Royce Eagle de 350 hp. Em 1922, data da comemoração do centenário da independência do Brasil, Sacadura Cabral e Gago Coutinho decidiram realizar a 1ª travessia aérea do Atlântico Sul. Elaborado em madeira, revestida em tela, este avião media cerca de 10,92 metros de comprimento e 14, 05 metros de envergadura.


Um avião é um aparelho de navegação aérea, mais pesado do que o ar, que necessita de asas fixas e de um motor a hélices para se sustentar no ar. Todos os aviões necessitam de um fluxo constante de ar para a sua sustentação e de uma área desimpedida para que possam alcançar velocidade e descolar. Atualmente é o segundo meio de transporte mais seguro e o mais rápido.

O desejo de voar sempre acompanhou o homem desde os primórdios, o que atestam as lendas e mitos da humanidade. Um dos primeiros inventores a dedicar-se ao estudo deste objeto foi Leonardo da Vinci, no século XV.

Já no século XIX, Clément Ader realizou um pequeno voo, a cerca de 20 centímetros do chão, numa máquina desenhada por si. A ele se deve o nome “avion”, avião, que designa uma máquina mais pesada do que o ar.

Vários foram os homens que se dedicaram ao estudo do mecanismo de voo. Foram anos de pesquisas com resultados bastante lentos pois o grande problema da aeronáutica não se encontrava no desenho dos aparelhos, mas na propulsão. A máquina a vapor tornava praticamente impossível fazer mais do que uma descolagem. Em 1900, Albert de Dion e Georges Bouton criam um motor de um cilindro, especialmente concebido para aparelhos voadores.

No Estados Unidos, os irmãos Wilbur e Orville Wright, interessaram-se especialmente pelas experiências de aeronáutica que estavam a ser levadas a cabo na Europa. Conseguiram o apoio financeiro do engenheiro Octave Chanut e realizaram inúmeros estudos. Finalmente, a 17 de dezembro de 1903 em Kill Devil Hills, na Carolina do Norte, realizou-se o primeiro voo motorizado, com a duração de 12 segundos. Foi realizado pelos Wright, a bordo do Flyer.


(Imagem a preto e branco das primeiras experiências de aviação. Imagem retirada da internet)

Nos anos que se seguiram, a aviação despertou um enorme interesse. Alberto Santos Dumont, conhecido pelos voos com os primeiros balões dirigíveis com motor, contornou a Torre Eiffel em 1901 a bordo do seu avião. Em 1906 realizou um percurso de 30 metros.

Os irmãos Wright continuaram o processo de investigação aeronáutica e efetuaram o primeiro voo de mais de uma hora com o transporte de um passageiro. O Flyer acabou por se tornar o primeiro avião militar.

Com a Primeira Guerra Mundial, o desenvolvimento da aviação foi muito incrementado, surgindo os primeiros aviões de reconhecimento equipados com armas de defesa.

Em Portugal, a história da aviação também viveu grandes momentos com a primeira viagem de travessia do Atlântico Sul com Sacadura Cabral e Gago Coutinho. A 30 de março 1922, partiram de Lisboa, a bordo do Lusitânia, chegando ao Rio de Janeiro a 17 de junho.

Charles Lindbergh foi o primeiro a atravessar o Oceano Atlântico num voo sem escalas, a 20 de maio de 1927.

Em 1945 foi criada a TAP – Transportes Aéreos Portugueses que abriu a primeira linha comercial entre Lisboa e Madrid em 1946.

Após a Primeira Guerra iniciaram-se os primeiros voos comerciais entre os Estados Unidos e o Canadá e os aviões começaram a transportar um número cada vez maior de pessoas. O motor a jato foi fundamental neste processo de evolução, tendo desempenhado um importante papel na Segunda Guerra Mundial.

Em 1947, Chuck Yeager foi o primeiro homem a ultrapassar a barreira do som, a bordo do Bell-X-1.

O primeiro avião comercial a jato foi o Boeing 707, na década de 50. Em 1970, o Boeing 747 torna-se o maior avião de passageiros do mundo, superado pelo Airbus A 380 em 2005.

Em 1976, surge o Concorde, o primeiro avião comercial supersónico, voando acima dos 1600 km/hora.

O avião mudou o mundo para sempre, permitindo a mobilidade de pessoas e bens de forma insuperavelmente rápida, segura e no menor tempo possível. O mundo ficou mais “pequeno” e mais próximo.


MJS



2022/06/23

Invenções que mudaram o mundo

 

(Imagem a negro sobre fundo amarelo com uma silhueta humana que tem um balão de pensamento com uma lâmpada. Imagem retirada da internet)

O homem, dotado de racionalidade, teve desde sempre a capacidade de lidar com diferentes situações de forma criativa, encontrando soluções. A insatisfação face aos problemas quotidianos levou à descoberta e à criação de ferramentas que mudaram para sempre a forma como vivemos.

Uma invenção é o ato de criar um novo objeto, uma nova tecnologia, um processo ou um sistema de relações. Pode igualmente aperfeiçoar objetos ou tecnologias já existentes.

Descoberta e invenção são dois conceitos similares. A descoberta refere-se geralmente à aquisição de um conhecimento novo que resulta de um acaso. A invenção implica um esforço realizado no sentido de obter respostas, mas pode igualmente resultar de uma descoberta.

Não recuámos até às invenções mais básicas, como as ferramentas, o fogo ou a roda, uma vez que são elementos estruturantes da humanidade. O uso de ferramentas que auxiliem ou facilitem as tarefas diárias faz parte da própria existência humana desde o seu início.

O fogo é ainda uma fonte de discussão: foi uma descoberta ou uma criação humana? Na verdade, a “invenção/descoberta” foi a aprendizagem acerca do controle desta ferramenta, para que pudesse ser usada de forma racional, ou seja, como produzir fogo. O seu domínio foi fundamental para a evolução do homem pois, para além de oferecer calor e proteção, permitiu cozinhar os alimentos, o que desenvolveu o cérebro.

A roda era conhecida desde cedo, sobretudo para fazer girar a argila e poder moldá-la. A grande descoberta foi aplicar o conceito aos transportes, à construção e a outro tipo de objetos.

Nos artigos que serão publicados incluem-se algumas das invenções que levaram a uma mudança social, económica, cultural ou tecnológica representativa. Certamente que muitos itens ficarão de fora, mas o objetivo foi a assertividade na seleção tendo em conta a multiplicidade de criações existentes.

Apresentados por ordem alfabética, os inventos selecionados são os seguintes:

1. Avião;

2. Automóvel;

3. Bússola;

4. Calculadora;

5. Cartão bancário;

6. Cinema;

7. Computador;

8. Eletricidade;

9. Energia Nuclear;

10. Escrita;

11. Frigorífico;

12. Foguetão;

13. Fotografia;

14. Imprensa;

15. Internet;

16. Máquina a vapor;

17. Microscópio;

18. Motor de combustão interna;

19. Papel;

20. Penicilina;

21. Pilha;

22. Plástico;

23. Pólvora;

24. Radar;

25. Rádio,

26. Relógio;

27. Satélite;

28. Telefone;

29. Telescópio;

30. Televisão;

31. Vacina;

32. Vidro.

Para além destes inventos universais, juntámos um conjunto de invenções portuguesas:

1. Caravela;

2. Astrolábio;

3. Passarola;

4. Bola de esponja para microfones;

5. Multibanco;

6. Elevador para cadeira de rodas;

7. Bengala eletrónica para cegos;

8. Cartões de telemóvel pré-pagos;

9. Via verde;

10. Medicamento Zebinix para a epilepsia;

11. Coloradd – Sistema de identificação para daltónicos;

12. Papel higiénico preto;

13. Botija de gás pluma.


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