2011/03/23
23 de Março: Dia Meteorológico Mundial
2011/03/07
Exposição virtual: "As representações da mulher no património museológico escolar"
No âmbito da celebração do Dia Internacional da Mulher, a Secretaria-Geral apresenta uma exposição sobre esta temática, ilustrada através de diferentes representações da mulher, presentes no património museológico escolar português.
A proposta da celebração internacional deste dia partiu de Clara Zetkin (1857 – 1933), em 1910, na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, tendo como fonte de inspiração diversos movimentos grevistas de operárias nos Estados Unidos da América que ocorreram em anos anteriores. Clara Zetkin foi uma defensora do sufrágio universal, do direito ao divórcio e da igualdade de oportunidades. Como Presidente do parlamento alemão em 1932, foi uma forte opositora ao regime nazi. Em 1975 a ONU instituiu a celebração do Ano Internacional da Mulher, realizando-se a 1ª Conferência mundial sobre as Mulheres e consagrando-se o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
Eternizando
este dia, e lembrando todas as mulheres de diferentes idades e condições
sociais, apresentam-se diferentes representações artísticas da mulher, vista
através de peças do património museológico escolar: desenhos a pastel de
figuras femininas jovens ou idosas, mulheres no exercício das suas funções
profissionais, painéis de azulejos, trabalhos em gesso e esculturas.
Destacam-se os estudos e pinturas de Leopoldo Battistini, João Elói do Amaral e
Lívio de Morais, as cerâmicas de Maria de Portugal, bem como a incontornável
figura da República.
Desenho
ME/402163/77
Escola
Secundária Marquês de Pombal
Desenho representando uma jovem mulher
Pintura
ME/402163/45
Escola Secundária Marquês de Pombal
Pintura representando uma mulher mais idosa de lenço na cabeça
Pintura
ME/401092/188
Escola Secundária Campos Melo
Desenho geometrizante representando uma jovem mulher sentada a uma mesa
Busto
ME/400993/65
Escola Secundária Dr. Bernardino Machado
Busto de uma jovem mulher representando a República
Pintura
ME/ESAD/438
Escola Secundária Afonso Domingues
Pintura representando uma jovem mulher, semelhante a uma ninfa, segurando na mão uma paleta de cores e um pincel
Cerâmica
ME/404172/138
Escola Secundária Artística António Arroio
Prato de cerâmica pintada, representando o busto de uma mulher de cabelo verde azulado e rosto amarelo
2011/03/02
Exposição Virtual
2011/03/01
«MUITOS ANOS DE ESCOLAS.»
Na
passada terça-feira, dia 22 de fevereiro, a Secretaria-Geral do Ministério da
Educação organizou, na recém-intervencionada Escola Secundária D. Filipa de
Lencastre, a apresentação pública do terceiro livro da série “Muitos anos de
escolas”.
Trata-se
de uma obra onde se descrevem e comentam os sucessivos modelos de construção
das escolas primárias portuguesas desde os finais do século XIX até aos anos 80
do século XX, pacientemente recolhidos pelas autoras no âmbito do seu trabalho
no Ministério da Educação.
Estres
três volumes têm, assim, o mérito de revelar ao público o importante espólio
arquivístico de que a Secretaria-Geral do ME dispõe. Um espólio que tem vindo a
ser objeto, nos últimos anos, de um importante esforço de tratamento, incluindo
descrição arquivística, instalação e acondicionamento, numa dinâmica que visa
acima de tudo corresponder ás necessidades dos utilizadores do Centro de
Documentação do ME, na sua maioria investigadores de doutoramento ou
pós-doutoramento.
A
sessão que assinalou o lançamento desta monografia teve como principais
protagonistas a Doutora Maria de Lourdes Rodrigues e a arquiteta Teresa Heitor
que fizeram duas intervenções traduzindo leituras complementares sobre a obra.
A
arquiteta Teresa Heitor fez uma abordagem rigorosa e documentada à história dos
equipamentos educativos ao longo do século XX, relacionando a evolução das
conceções pedagógicas com as opções de projeto e as tipologias arquitetónicas e
contextualizando a experiência portuguesa com a de outros países.
A
Doutora Maria de Lourdes Rodrigues fez uma intervenção em que sobressaiu o
olhar político, de decisor em matéria educativa, para quem o conhecimento
concreto da realidade material das escolas é fundamental para orientar
quaisquer tomadas de decisão relativamente ao funcionamento e gestão da rede
escolar. De forma muito apelativa, Maria de Lourdes Rodrigues realçou os três ou
quatro aspetos que se lhe impuseram como fundamentais na leitura manifestamente
atenta que fez dos três volumes.
Na sequência
das duas oradoras da tarde, o Secretário-Geral, Dr. João S. Batista, que
conduziu a sessão, deu ainda a palavra às autoras do livro, Filomena Beja e
Júlia Serra, para as naturais palavras de agradecimento.
No
átrio da recém-construída sala polivalente da escola, foram expostos, para esta
ocasião, três painéis com reproduções de peças desenhadas da autoria do
arquiteto Jorge Segurado para o então Liceu de D. Filipa de Lencastre e, ainda,
uma fotografia aérea da mesma época, onde se pode ver o edifício do liceu numa
fase em que a expansão da cidade de Lisboa não contemplara ainda a urbanização
da atual Praça de Londres e zonas envolventes. Um exercício de revisitação de
memórias sobra a cidade que as fotografias do espólio do Ministério da Educação
proporcionam…
Peça do mês de fevereiro/2011
Modelo anatómico de espécie vegetal
Modelo de flor do linho, utilizado para
permitir a visualização da sua morfologia em contexto das práticas pedagógicas
das aulas de Ciências Naturais. Trata-se de uma ampliação onde é apresentada a
flor do linho (Linum), com grande pormenor. Assenta num suporte vertical preso
a uma base redonda de madeira e é desmontável.
O modelo pertence à Escola Secundária de
Camões, com o número de inventário ME/401109/56
Este modelo pertence à coleção Brendel,
companhia produtora de modelos de botânica e zoologia, fundada em Breslau,
Alemanha, por Robert Brendel (ca. 1860-1898). Transferida para Berlim em 1896 e
posteriormente, em 1902, para Grunewald por Reinhold Brendel (c. 1861-1927)
esta fábrica produziu modelos, muito aumentados e desmontáveis, em
papier-maché, madeira, algodão, rattan, contas de vidro, penas ou gelatina. Ao
nível científico, os Brendel contaram com alguns colaboradores e especialistas,
como é o caso dos professores Cohn, Eduard Eidam, Alexander Tschirch
(1856–1939), Leopold Kny (1841-1916), Carl Müller (1855-1907) ou Emerich Ratháy
(1845-1900). Aliando beleza e rigor científico, estes modelos não tinham uma
função meramente educativa, sendo verdadeiras obras de arte, muito ao estilo do
conceito de ciência e de arte do século XIX, refletindo o entusiasmo pelo
conhecimento e o apelo da perfeição artística.
MJS
Bibliografia e informação adicional:
http://members.ziggo.nl/here/neo.html
http://www.georgeglazer.com/decarts/instruments/skelhand.html
Para consultar história da Escola Secundária
de Camões:
http://www.escamoes.pt/site/html/historia.htm
2011/02/25
Peça do mês
Corte de cabeça humana Modelo de anatomia apresentando a cabeça humana e o pescoço,
em corte transversal, disposto em alto-relevo numa base de madeira. Era
utilizado para ilustrar o estudo dos órgãos que, com graus de aprofundamento
diferentes, se fazia na disciplina de Ciências Naturais. Representa um corte
longitudinal da cabeça e pescoço, deixando ver o cérebro, espinal medula,
encéfalo, bolbo raquidiano, boca, nariz, fossas nasais, faringe e laringe. O modelo pertence à Escola Básica e Secundária Anselmo de
Andrade, com o número de inventário ME/400877/1. Anatomia é uma palavra que deriva do grego antigo νατομή
[anatome], que significa "seccionar". É uma das áreas de Biologia
que tem por objeto o estudo da estrutura interna e externa dos seres vivos,
bem como das suas funções vitais. Em termos práticos, o estudo anatómico
concretiza-se através da dissecação de seres vivos ou da observação de
modelos anatómicos como o que se apresenta. Existiu desde sempre uma necessidade de conhecer e sobretudo
compreender o funcionamento do corpo humano, nomeadamente do cérebro. Pode
referir-se a importância dos primeiros estudos realizados no século IV a. C.
por Herófilo que, através da dissecação de cadáveres humanos, apontou
o cérebro como a fonte de inteligência e do comando do sistema
nervoso. O estudo da anatomia da cabeça e pescoço abrange cérebro, ossos, músculos, vasos
sanguíneos, nervos, glândulas, nariz, boca, dentes, língua e garganta.
No topo da cabeça humana encontra-se o crânio, a estrutura óssea que
protege o encéfalo. A maior parte dos órgãos sensoriais (visão, audição,
olfato e gosto) localizam-se nesta zona, em cavidades que se ligam através do
sistema nervoso ao cérebro. A parte anterior da cabeça é a face e a
parte posterior a nuca. Os ossos e músculos que compõem o pescoço
permitem que a cabeça se mantenha direita. MJS Bibliografia e informação adicional: http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=942 http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_anatomy http://individual.utoronto.ca/twix/anatomy/arguments.htm http://home.um.edu.mt/med-surg/museum/models.html
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2011/02/23
Arquitectura escolar: percursos e obras (cont.) - José Sobral Blanco (1905-1990)
Continuamos, neste espaço a prestar
homenagem a arquitetos que, ao longo dos anos, foram enriquecendo o património
escolar português.
José Sobral Blanco (1905-1990) nasce numa pequena povoação da Galiza, mas desenvolve toda a sua formação em Lisboa, completando o curso de arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa na década de 1920.
No início dos anos 1930 faz parte das equipas de projetistas da JCETS – Junta
das Construções para o Ensino Técnico e Secundário, no âmbito da qual participa
no Plano de novas Construções, Ampliações e Melhoramentos de Edifícios Liceais
aprovado em 1938.
Esta, vulgarmente conhecido por 'Plano de 38', é um projeto emblemático do
Estado Novo, marcado pela ideia de 'ressurgimento material e espiritual da
nação', que pretende construir 10 liceus novos e intervir em 13 existentes, e
cuja execução irá estender-se por duas décadas. No seio desta equipe, José
Sobral Blanco projeta e acompanha a execução de diversos liceus: Setúbal
(1945), Carolina Michaelis, no Porto (1951), Oeiras (1953) e Portimão (1965).
É ainda no âmbito da Junta que se inicia o Plano das Construções para o Ensino
Técnico, a partir de 1947. Sobral Blanco assina, nesta altura, os projetos de
diversas escolas comerciais e industriais: Setúbal (1951), Portalegre (1953),
Marquesa de Alorna, em Lisboa (1955), Torres Novas (1956) e Oliveira de Azeméis
(1959). Na construção destas escolas técnicas são experimentados novos
processos construtivos, embora haja uma maior simplificação e uniformização
tipológica, relativamente aos projetos dos Liceus.
Em 1969, a JCETS é transformada em Direcção-Geral das Construções Escolares.
Sobral Blanco mantém-se nela até à sua aposentação, em 1975. Nesta fase final,
as orientações da tutela são menos apertadas que haviam sido as da JCETS, sendo
permitida uma menor uniformidade tipológica. Para além disso, as inovações
pedagógicas do final do Estado Novo refletem-se numa outra conceção do edifício
escolar, mais flexível, polivalente e articulado. Em termos estruturais, esta fase
é marcada pela criação do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, e pela
necessidade de projetar edifícios para esta nova unidade escolar.
A par com o trabalho nas construções escolares, que domina praticamente toda a
sua vida profissional, Sobral Blanco mantém alguma atividade privada,
nomeadamente na Galiza, sua terra natal. Dedica-se ainda à docência no
Instituto Espanhol, atividade que mantém para além da sua aposentação como projetista
da Direcção-Geral das Construções Escolares.