António
José Arroio nasceu a 19 de fevereiro, no Porto, filho de José Francisco Arroio,
compositor, músico e primeiro diretor do Teatro Nacional São João e de Rita
Xavier de Rosola Arroio. Tendo nascido no seio de uma família ligada à música,
teve uma sólida formação nesta área.
Em
1878 concluiu o curso de Engenharia na Academia Politécnica do Porto e iniciou
a vida profissional na construção dos caminhos de ferro da Beira Alta, Beira
Baixa, Sul e Sudoeste. Este cargo permitiu-lhe contatar diretamente com
diferentes regiões de Portugal, recolhendo informação para a obra Notas sobre Portugal que publicou em
1908/09.
Entre
1881 e 1890 passou a trabalhar no Ministério das Obras Públicas, sendo responsável
pela inspeção e receção de material vindo de estrangeiro. Entre 1886 e 1890
viajou pela Europa e viveu em Bruxelas durante 4 anos, contatando com a elite
intelectual belga.
Entre
1890 e 1926 foi nomeado Inspetor do Ensino Elementar Industrial e Comercial. No
âmbito deste cargo, redigiu vários relatórios sobre as escolas técnicas
salientando a importância da correspondência entre as matérias lecionadas e as
necessidades económicas das regiões abrangentes.
Para
este educador existia uma relação direta entre o grau de desenvolvimento
económico de um país e o seu grau de cultura. O ensino devia ser especializado
e descentralizado, fazendo uma ligação entre as escolas técnicas e as
industrias locais. Apesar da sua visão utilitarista do ensino, também defendeu
a importância do ensino do desenho e da música, como forma de expressão do
indivíduo.
Em
1890 foi eleito deputado pelo Partido Regenerador pela região de Paredes. Em 1900
foi vogal da Comissão Portuguesa da Exposição Universal de Paris e em 1908 foi
um dos fundadores da Liga de Educação Nacional.
Em
1916 participou num ciclo de conferências organizado pelo Ministério da
Instrução Pública, debruçando-se sobre o desenho no ensino primário.
Em
1926 tonou-se vogal do Conselho Superior de Obras Públicas, cargo que ocupou
até 1928.
Publicou
várias obras sobre literatura, arte e música: Soares dos Reis e Teixeira Lopes (1899), A Música de Wagner e a Arte do Canto (1906 – 1907), O Canto Coral e a sua Função Social
(1909), O Caso do Monumento ao Marquês de
Pombal (1914), Singularidades da
Minha Terra (1917), entre outros.
António
Arroio faleceu em 1934 e foi atribuído o seu nome à então recém-criada Escola Industrial António Arroio de Artes Aplicadas, atualmente Escola Artística
de António Arroio.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
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