2022/05/02

Mulheres na ciência: Alice Ball (1892 - 1916)

 


Alice Augusta Ball nasceu em Seattle em 1892, filha de James Presley, editor de um jornal, fotógrafo e advogado, e de Laura Louise Ball, no seio de uma família da classe média. Foi uma química norte-americana que desenvolveu o primeiro tratamento eficaz para a lepra. Trata-se da primeira mulher afroamericana a obter uma licenciatura e um mestrado na Universidade do Havai.

A sua família mudou-se para o Havai em 1903, mas regressou aos Estados Unidos um ano e meio depois, devido à morte do seu avô, James Presley Ball, um famoso fotógrafo.

Alice estudou química na Universidade de Washington e obteve graus de bacharelato nas áreas de farmácia e química. Juntamente com o seu orientador, publicou um artigo no Journal of the American Chemical Society com o título de Benzoylations in Ether Solution.

Ball recebeu uma bolsa de estudo para a Universidade do Havai, onde obteve o mestrado em química, tornando-se a primeira mulher afroamericana a obter este grau nesta instituição.

A sua pesquisa de pós-graduação incidiu sobre a composição química e principio ativo de uma planta natural das Ilhas do Pacífico, a kava (Piper methysticum). Procurou igualmente desenvolver um método para isolar os princípios ativos do óleo de chaulmoogra. Este óleo era utilizado para tratar a lepra, mas o seu uso prolongado causava alguns problemas de estômago.

A lepra, doença de Hansen ou hanseníase é uma infeção causada por bactérias. Leva ao aparecimento de granulomas nos nervos, pulmões, pele e olhos que formam lesões e infeções sucessivas. É transmitida por via oral (tosse ou muco nasal) e pode ser tratada atualmente através de antibióticos ou outros medicamentos.


Alice desenvolveu um processo para isolar os compostos a fim de os tornar injetáveis. No entanto, faleceu antes de publicar os seus resultados. Foi Arthur L. Dean, presidente da Universidade do Havai, que continuou a pesquisa, publicando os resultados, sem dar créditos a Alice e iniciando a produção em larga escala. Harry T. Hollmann, que já tinha trabalhado com Alice, alertou para esta situação de apropriação de propriedade intelectual.

O método concebido por Ball foi usado até aos anos 40, altura em que surgiram outro tipo de medicamentos.

Alice Ball faleceu aos 24 anos a 31 de dezembro de 1916 em Seattle de causa indeterminada: tuberculose ou envenenamento por cloro.

 

 

MJS

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