2023/08/28

Educação e Monarquia: D. Pedro V (1837 - 1861)


D. Pedro V (1837 - 1861), “o Esperançoso”, era o filho primogénito de D. Maria II e de D. Fernando. Subiu ao trono em 1853 aquando da morte da sua mãe, embora D. Fernando tenha governado o reino como regente durante dois anos. Durante esse período o príncipe aproveitou para viajar pela Europa acompanhado pelo seu irmão D. Luís.

Em 1855, com 18 anos foi aclamado rei. Em abril de 1858 casou com D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que viria a morrer em julho de 1859.

No início do reinado, o governo era mantido pelo Duque de Saldanha, destacando-se a figura de Fontes Pereira de Melo nas Obras Públicas. D. Pedro viajou pelo país com o objetivo de o dinamizar, introduzindo os caminhos de ferro, construindo estradas, implantando o sistema métrico, etc. Desta forma, em 1856 inaugurou o primeiro troço de caminho de ferro entre Lisboa e o Carregado.

Entre 1853 e 1856 o país sofreu uma epidemia de cólera e em 1856/57 de febre amarela. O monarca tornou-se muito popular uma vez que percorria os hospitais e indagava os doentes sobre o seu estado. De facto, a saúde pública foi uma das suas preocupações, tendo fundado hospitais públicos e instituições de caridade, nomeadamente o Hospital de Dona Estefânia.


(Imagem retirada da Internet)

D. Pedro foi um grande defensor da abolição da escravatura e em 1857 teve de lidar com um problema diplomático com França: foi apreendido um barco francês em Moçambique, envolvido no tráfico de escravos, proibido no Império Português. Houve ainda alguns diferendos com Inglaterra pela posse de territórios e ainda com a Santa Sé.

Foi um monarca culto e de uma educação superior. Escreveu dois volumes de um Diário que relatava as viagens que fez na Europa e produziu artigos para duas revistas. O seu interesse pela escrita fez com que criasse o Curso Superior de Letras em 1859, bem como o Observatório da Ajuda.

Em 1859, Fontes Pereira de Melo criou a Direção-Geral da Instrução no Ministério do Reino. Alterando entre a centralização e a descentralização burocrática e administrativa, o ensino primário não se alterou grandemente até à República. A inspeção tornou-se um elemento basilar da política nacional de instrução. A situação económica dos professores afastava os candidatos e o seu número era insuficiente para a percentagem de analfabetismo. Optou-se por criar mais escolas elementares por todo o país para habilitar os alunos para a prática das artes industriais.

O monarca faleceu com apenas 26 anos de febre tifoide, o que causou bastante tristeza em vários quadrantes sociais. O seu irmão D. Luís sucedeu-lhe, uma vez que não tinha descendência.


MJS


 

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