2020/10/12

Escola Industrial do Porto - Instituto Superior de Engenharia do Porto

 Em 1852 é fundada a Escola Industrial do Porto, mais tarde designada por Instituto Industrial e Comercial do Porto:

 

“Foi Fontes Pereira de Melo, ministro das Obras Públicas, do Comércio e da Indústria, quem lançou o primeiro sistema público de ensino industrial, assente na ideia de educação para o desenvolvimento, onde a nossa matriz, a Escola Industrial do Porto foi uma das duas primeiras, em confronto com a Academia Politécnica, cuja referência era o modelo elitista, academista e retórico da Universidade de Coimbra.” (Politécnico do Porto, s.d.).

 


Em 1918 o Instituto Industrial e o Instituto Comercial separam-se formalmente. As designações, tal como as conhecemos atualmente, só acontecem passado 60 anos. Em 1968 são inauguração as instalações na Rua de S. Tomé.
Maio de 68 nas ruas de Paris.

Com a Revolução Abril, o Instituto Industrial do Porto altera a designação para Instituto Superior de Engenharia do Porto integrando o ensino universitário, e em 1976 o mesmo acontece com o Instituto Comercial: altera a designação para Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto e integra o ensino universitário.[1]


“A 31 de dezembro de 1974 o Instituto Industrial do Porto converteu-se em Instituto Superior de Engenharia através do Decreto-Lei n.º 830, entrando imediatamente em vigor esta nova legislação, alteração que vigora desde essa data até à atualidade. Nesse mesmo decreto, determina-se que os Institutos Superiores de Engenharia conferem os graus de bacharelato, licenciatura e doutoramento. Aos alunos diplomados bacharéis e licenciados em Engenharia é atribuído o título de engenheiro técnico e de engenheiro.” (Correia, 2020:84)

Com o verificamos, em 1974, através do Decreto-lei 830/74 de 31 de dezembro converteram-se os Institutos Industriais em Institutos Superiores de Engenharia. No preâmbulo deste Decreto-lei reconhece-se que os Institutos Industriais são escolas com um longo passado que formaram gerações de profissionais que, indiscutivelmente, deram um fundamental contributo para o desenvolvimento da indústria portuguesa.


É, pois, no âmbito deste reconhecimento que os Institutos são inseridos na estrutura do ensino superior, como Escolas independentes dotadas de personalidade jurídica e autonomia administrativa, convertendo-se o Instituto Industrial do Porto no atual Instituto Superior de Engenharia do Porto, habilitado à concessão, entre outros, dos graus de bacharel e de licenciado em engenharia, a que correspondem os títulos profissionais de engenheiro técnico e engenheiro.


Em 1985 é fundado o Instituto Politécnico do Porto integrando inicialmente as recém-criadas Escola Superior de Educação e a Escola Superior de Música. Esta última ganhou, em 1994, a designação Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo com o objetivo de integrar outras formas de arte além da música.

Em 1989 o Instituto Superior de Engenharia do Porto é integrado no subsistema de Ensino Superior Politécnico, passando o seu modelo de formação a integrar dois cursos distintos: o bacharelato, com a duração de três anos, e os Cursos de Estudos Superiores Especializados, com a duração de dois anos e acesso por concurso documental, que, em conjunto com um bacharelato com ele coerente, conferia o diploma de licenciatura.

Em 1998, no âmbito de uma nova reforma do ensino superior politécnico, o ISEP passa a ministrar as atuais licenciaturas bietápicas, caracterizadas pela sua estruturação em dois ciclos - o bacharelato com a duração de três anos - o que possibilita a inserção no mercado de trabalho, seguido de um segundo ciclo de dois anos - frequentado essencialmente em regime pós-laboral - para a obtenção da licenciatura.

 Dois anos depois, em 1990 é o ano da criação da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão em dois pólos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Só em 2001 se dá a junção desta Escola num único e novo pólo, na fronteira entre os concelhos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Em 1999 dá-se a criação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e em 2004 a integração da Escola Superior de Saúde.


Em 2006, por força da adesão de Portugal à Declaração de Bolonha, o ISEP disponibilizará um novo Plano de Estudos, constituído por licenciaturas e mestrados nas diversas áreas da Engenharia, assim iniciando um novo ciclo da sua já longa história.

Em 2016, como consequência do reposicionamento estratégico da instituição, a ESEIG é extinta e o Campus 2 passa a albergar a Escola Superior de Media Artes e Design e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo. São oito Escolas distribuídas por três campi, onde diariamente estudam, investigam, ensinam e inovam milhares de pessoas.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

CORREIA, Andrez, Bárbara (2020). De oralidade a memórias preservadas. Técnicas e estratégias digitais de curadoria para a criação de um projeto: Museu Escolar Oliveira Lopes [em linha]: Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Museologia [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/74087

 

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO PORTO (2018). Meio século nas atuais instalações [em linha]. Porto: ISEP [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://www.isep.ipp.pt/new/viewnew/5747

 

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO PORTO (s.d.). O ISEP e o mundo [em linha]. Porto: P. Porto [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://www.isep.ipp.pt/ISEP/IsepWorld

 

 POLITÉCNICO DO PORTO (s.d.). História [em linha]. Porto: P.Porto [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://www.ipp.pt/apresentacao/historia

 

POLITÉCNICO DO PORTO (s.d.ª). A história do Instituto Industrial e Comercial do Porto no Palácio da Bolsa [em linha]. Porto: P.Porto [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://www.ipp.pt/noticias/uma-breve-historia-do-isep-e-iscap-no-palacio-da-bolsa

 

 

 



[1] Em 1864, sob a égide do Ministro Conselheiro João Chrysostomo de Abreu e Sousa, efetua-se uma ampla reforma e expansão do ensino industrial. O ensino superior industrial é, então, dividido em duas partes: a primeira, incluía formação geral comum a todas as artes, ofícios e profissões industriais, integrando duas componentes: o ensino teórico, ministrado na Escola, e o ensino prático, ministrado nas oficinas do Estado ou, sob acordo, em fábricas particulares; a segunda incluía o ensino especializado de certas artes e ofícios, e também de diversos serviços públicos tais como obras públicas, minas e telégrafos.

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