Corte de cabeça humana Modelo de anatomia apresentando a cabeça humana e o pescoço,
em corte transversal, disposto em alto-relevo numa base de madeira. Era
utilizado para ilustrar o estudo dos órgãos que, com graus de aprofundamento
diferentes, se fazia na disciplina de Ciências Naturais. Representa um corte
longitudinal da cabeça e pescoço, deixando ver o cérebro, espinal medula,
encéfalo, bolbo raquidiano, boca, nariz, fossas nasais, faringe e laringe. O modelo pertence à Escola Básica e Secundária Anselmo de
Andrade, com o número de inventário ME/400877/1. Anatomia é uma palavra que deriva do grego antigo νατομή
[anatome], que significa "seccionar". É uma das áreas de Biologia
que tem por objeto o estudo da estrutura interna e externa dos seres vivos,
bem como das suas funções vitais. Em termos práticos, o estudo anatómico
concretiza-se através da dissecação de seres vivos ou da observação de
modelos anatómicos como o que se apresenta. Existiu desde sempre uma necessidade de conhecer e sobretudo
compreender o funcionamento do corpo humano, nomeadamente do cérebro. Pode
referir-se a importância dos primeiros estudos realizados no século IV a. C.
por Herófilo que, através da dissecação de cadáveres humanos, apontou
o cérebro como a fonte de inteligência e do comando do sistema
nervoso. O estudo da anatomia da cabeça e pescoço abrange cérebro, ossos, músculos, vasos
sanguíneos, nervos, glândulas, nariz, boca, dentes, língua e garganta.
No topo da cabeça humana encontra-se o crânio, a estrutura óssea que
protege o encéfalo. A maior parte dos órgãos sensoriais (visão, audição,
olfato e gosto) localizam-se nesta zona, em cavidades que se ligam através do
sistema nervoso ao cérebro. A parte anterior da cabeça é a face e a
parte posterior a nuca. Os ossos e músculos que compõem o pescoço
permitem que a cabeça se mantenha direita. MJS Bibliografia e informação adicional: http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=942 http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_anatomy http://individual.utoronto.ca/twix/anatomy/arguments.htm http://home.um.edu.mt/med-surg/museum/models.html
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2011/02/25
Peça do mês
2011/02/23
Arquitectura escolar: percursos e obras (cont.) - José Sobral Blanco (1905-1990)
Continuamos, neste espaço a prestar
homenagem a arquitetos que, ao longo dos anos, foram enriquecendo o património
escolar português.
José Sobral Blanco (1905-1990) nasce numa pequena povoação da Galiza, mas desenvolve toda a sua formação em Lisboa, completando o curso de arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa na década de 1920.
No início dos anos 1930 faz parte das equipas de projetistas da JCETS – Junta
das Construções para o Ensino Técnico e Secundário, no âmbito da qual participa
no Plano de novas Construções, Ampliações e Melhoramentos de Edifícios Liceais
aprovado em 1938.
Esta, vulgarmente conhecido por 'Plano de 38', é um projeto emblemático do
Estado Novo, marcado pela ideia de 'ressurgimento material e espiritual da
nação', que pretende construir 10 liceus novos e intervir em 13 existentes, e
cuja execução irá estender-se por duas décadas. No seio desta equipe, José
Sobral Blanco projeta e acompanha a execução de diversos liceus: Setúbal
(1945), Carolina Michaelis, no Porto (1951), Oeiras (1953) e Portimão (1965).
É ainda no âmbito da Junta que se inicia o Plano das Construções para o Ensino
Técnico, a partir de 1947. Sobral Blanco assina, nesta altura, os projetos de
diversas escolas comerciais e industriais: Setúbal (1951), Portalegre (1953),
Marquesa de Alorna, em Lisboa (1955), Torres Novas (1956) e Oliveira de Azeméis
(1959). Na construção destas escolas técnicas são experimentados novos
processos construtivos, embora haja uma maior simplificação e uniformização
tipológica, relativamente aos projetos dos Liceus.
Em 1969, a JCETS é transformada em Direcção-Geral das Construções Escolares.
Sobral Blanco mantém-se nela até à sua aposentação, em 1975. Nesta fase final,
as orientações da tutela são menos apertadas que haviam sido as da JCETS, sendo
permitida uma menor uniformidade tipológica. Para além disso, as inovações
pedagógicas do final do Estado Novo refletem-se numa outra conceção do edifício
escolar, mais flexível, polivalente e articulado. Em termos estruturais, esta fase
é marcada pela criação do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, e pela
necessidade de projetar edifícios para esta nova unidade escolar.
A par com o trabalho nas construções escolares, que domina praticamente toda a
sua vida profissional, Sobral Blanco mantém alguma atividade privada,
nomeadamente na Galiza, sua terra natal. Dedica-se ainda à docência no
Instituto Espanhol, atividade que mantém para além da sua aposentação como projetista
da Direcção-Geral das Construções Escolares.
2011/02/17
Arquitectura escolar: percursos e obras (cont.) - Jorge Segurado (1898 - 1990)
Continuamos, neste espaço a prestar
homenagem a arquitetos que, ao longo dos anos, foram enriquecendo o património
escolar português.
Jorge Segurado (1898-1990) foi um dos arquitetos
emblemáticos da Arquitetura Moderna em Portugal.
Licenciado pela Escola de Belas Artes de Lisboa, foi desde os anos 30 arquiteto
da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Nesse período, realiza
duas viagens que serão fundamentais para a introdução de novas linguagens
estéticas em Portugal: em 1931, à Alemanha, com o seu amigo, o artista Mário
Eloy, para visitar a Bauhaus; e no final da década, com António Ferro, aos
Estados Unidos, onde projeta os pavilhões de Portugal em S. Francisco e Nova Iorque.
Pouco depois, em 1940, colabora na exposição do Mundo Português, tendo sido o arquiteto
responsável pelas 'Aldeias Portuguesas'; e dirige, a partir de 1944, a
instalação do Museu de Arte Popular, resultante da adaptação de pavilhões da
Exposição dos Centenários.
Entre outras obras, foi o autor da Casa da
Moeda, um dos exemplos maiores do modernismo arquitetónico português, e dos
Estúdios da Tóbis Portuguesa, também em Lisboa.
Na segunda metade dos anos 50, projeta dois importantes conjuntos de arquitetura
habitacional em Lisboa: na Av. do Brasil, os chamados 'blocos amarelos' do
Montepio Geral, que ganharam essa designação informal devido ao seu
revestimento azulejar amarelo vivo; e no cruzamento da Avenida dos Estados
Unidos da América com a Avenida de Roma, os quatro blocos, semelhantes dois a
dois, que definem a praça.
Jorge Segurado dedicou-se também à escrita, de que ficou testemunho em obra
publicada, bem como à pintura e ao desenho, tendo realizado uma última
exposição em 1983, na Galeria Diário de Notícias, em Lisboa.
No domínio da arquitetura escolar, projetou o edifício do Liceu D. Filipa de
Lencastre, no Bairro do Arco do Cego, em Lisboa, inaugurado em 1938.
Este Liceu, que havia sido criado em 1928, funcionara em instalações
provisórias no Palácio Corte Real, na Rua do Quelhas e, mais tarde, num
edifício de habitação, à Estrela, onde se mantém até 1938.
Entretanto, tinha sido encomendado, a Jorge Segurado, o projeto de um edifício
para Escola Primária, no bairro do Arco de Cego, com um programa de tal modo
amplo que teria feito desta a maior escola primária do país. Este programa,
porém, é considerado demasiado ambicioso. É então pedido ao arquiteto a
reformulação do projeto, de modo a instalar o liceu D. Filipa de Lencastre,
vindo este a tornar-se um dos edifícios liceais emblemáticos da capital.
2011/02/10
Arquitectura escolar: percursos e obras - Augusto Pereira Brandão (1930 - 2018)
Muitos têm sido os arquitetos que foram deixando a sua marca no património
escolar português. É justo prestar-lhes homenagem. Neste espaço, vamos evocando
o percurso de alguns dos «arquitetos escolares» portugueses.
Augusto Pereira Brandão (1930 - 2018) é um dos arquitetos
portugueses com mais obra feita no campo da arquitetura escolar.
Formou-se em Arquitetura em 1957 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, e
desenvolveu posteriormente um longo percurso académico, ligado primeiramente à
Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde fez concurso de agregação, em
1968, tendo sido Presidente dos Conselhos Diretivo, Científico e Pedagógico
entre 1976 e 1984.
No âmbito do processo de reestruturação da Escola Superior de Belas Artes e
criação da Faculdade de Arquitetura de Lisboa, foi Vogal da sua Comissão
Instaladora, em 1984/86. Mais tarde foi nomeado professor Catedrático da
Faculdade, sendo Presidente do Conselho Diretivo e Vice-Presidente do Conselho
Científico em 1990/91.
Desenvolve, em seguida uma longa colaboração com outras universidades,
nomeadamente como Diretor do Departamento de Arquitetura da Universidade
Lusíada, de que foi Vice-Reitor (1991-1994), Diretor do Departamento de Artes
da Universidade Moderna (1993-1998), Diretor do Departamento de Arquitetura e
Design da Universidade Independente (1998-1999). Mais recentemente, encontra-se
ligado à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de que é
Pró-Reitor.
A sua atividade como arquiteto desenvolveu-se especialmente na área das
construções escolares. Foi técnico superior da Junta das Construções para o
Ensino Técnico e Secundário e da Direcção-Geral das Construções Escolares entre
1955 e 1974, tendo dirigido o Grupo Técnico que projetou, entre outros, os
edifícios dos Liceus Rainha D. Leonor, em Lisboa (1956), da Covilhã (1960),
Garcia da Horta, no Porto (1966), de Gondomar (1965), da Maia (1967), de Vila
Nova de Gaia (1967).
Participou no Grupo de Estudos sobre Construção Escolar, organizado segundo o
"Plano Regional do Mediterrâneo", cuja conclusão foi a construção da
Escola Primária Piloto, em Mem-Martins e as Escolas Secundárias de Vila Nova de
Gaia e Barreiro.
Dirigiu também o Grupo criado para a conceção e construção das primeiras 20
Escolas Preparatórias das quais já se construíram 30 desde 1968. E dirigiu o
Gabinete de Estudos para a construção Universitária da Universidade Técnica de
Lisboa, no âmbito do que se projetou a Faculdade de Arquitetura.
Tem ainda uma intensa atividade no âmbito da intervenção e recuperação de
património, em Portugal e no estrangeiro. No campo da escrita, tem mais de uma
dezena de livros publicados e inúmeras intervenções em revistas de arquitetura.