2015/08/12

Estruturas da revista Guião: revista para graduado da Mocidade Portuguesa


Estruturas da revista
Guião: revista para graduado
da Mocidade Portuguesa

Fonte: DSDA

Guião: revista para graduados foi uma publicação periódica irregular, editada pela Organização Nacional Mocidade Portuguesa, cujos diretores eram: A. Castelo Branco (Diretor principal), Carlos G. Vicente (Diretor artístico) e F. Elmano Alves (Chefe de redação). O formato inicial era 24x16 cm, com bastantes imagens, quer através de fotografias, quer através de ilustrações várias.

Os números 12 (mar./abr. 1951) e o número 22 (jan. 1953) apresentam o índice geral de conteúdos, sendo que cada número apresenta a parte antecedente (esta publicação periódica encontra-se na Biblioteca Histórica da Secretaria Geral do Ministério da Educação e Ciência, sob a cota M.P. PP 7).

De início o Guião apareceu como uma publicação de cariz pedagógico e, mais tarde, ampliando conteúdos e públicos, o próprio formato e o título sofreram algumas mutações consideráveis. Com o formato 24x16, o Guião ostentou algumas variações a nível do subtítulo, entre os anos de 1949 e 1953:

1.    Guião: revista para graduados (n. 1, mai. 1949) – (n. 5, jan.-fev. 1950)
a.    Guião: revista para graduados da M.P. (n. 6, mar./abr. 1950) – (n. 20, out./nov. 1952)
b.    Guião (n. 21, dez. 1952) – (n. 22, dez. 1952) – (n. 22, jan. 1953)

A nível mais geral, o título permanece, mas o subtítulo, o formato e os conteúdos mudam radicalmente, entre a sua criação e o seu términus (1949-1958):

1.    Guião: jornal para rapazes (de 1953 a 1954)
2.    Guião (de 1954 a 1955)
3.    Guião: cristandade, lusitanidade, ordem social (de 1956 a 1958)
Atendendo ao público-alvo, este era diretamente o Graduado da Mocidade Portuguesa, cuja finalidade é, pois, melhorar a obra educativa do “rapazes” da Mocidade Portuguesa:

“Estão de parabéns os graduados da Mocidade Portuguesa […]. Com o objetivo de estreitar os laços de camaradagem […]. A revista desejará reunir em si a colaboração de todos os Graduados, aceitando todas as sugestões que tenham por fim melhorar a obra educativa a que nos votámos […]” (Viana, 1949:4)

A Mocidade Portuguesa apresenta a revista Guião como manual de procedimentos para uniformizar a ideologia de dirigentes, ou seja, a revista deverá ser (i) um utensílio didático para graduados, (ii) um modelo pedagógico – educar rapazes e, (iii) uma forma de facilitar tramites administrativos entre membros.

“[…] a Revista [Guião: revista para graduados] deverá ser uma conserva entre Graduados dos 4 cantos de Portugal. Conversa alta – bem entendido – e produtiva. Ao ler o Guião, o Graduado sentir-se-á atraído para os ideais da Mocidade, nele encontrará matéria nova e útil para educar os rapazes e, sempre que estiver a braços com dificuldades, não tem mais que escrever uma carta para a Redacção […]”(Guião, N. 1, 1949:2)


Fonte: DSDA


O Guião, composto e impresso nas oficinas gráficas da Imprensa Barreiro, iniciou a sua publicação a 28 maio de 1949 e, como verificamos, destinava-se à formação técnica e ideológica dos graduados da Mocidade Portuguesa e, a seu modo, vinha preencher um plano intermédio – por um lado figura-se um boletim para dirigentes e, por outro, é uma revista de ideais para a juventude (Cf. Nóvoa, 1993:494).

Enquanto veículo para assegurar a formação de graduados, o conteúdo deste periódico reparte-se por quatro grandes núcleos pedagógicos:

1.    Preparação ideológica-doutrinária:
Exaltação nacional e temáticas daí resultantes, quer no âmbito da Mocidade Portuguesa, quer na disseminação de informações dos comandantes, entrevistas e opiniões para a definição de uma mentalidade cooperativa da Mocidade Portuguesa.

2.    Normas de condutas de dirigentes
Estabelecimento de parâmetros de comando nos diversos graus hierárquicos e, consequente apoio, a várias atividades, tais como acampamentos, desfiles, alinhamentos, etc.

3.    Normalização de atividade desenvolvidas
As atividades desenvolvidas em diversos núcleos de atuação e em acampamentos da Mocidade Portuguesa são normalizadas.

4.    Formação religiosa
A religião subjacente à Mocidade é a Católica Apostólica Romana. Esta serve de inspiração para todas as práticas a desenvolver, como por exemplo, realização de eucaristias nos acampamentos, participação em cerimónias e leitura instrutivas afins.


Fonte: Guião, n.º 22 (1953?)

Em Guião, número 22 (jan. 1953), foi apresentada sua interrupção, não obstante, contínua com a denominação Guião: grande Jornal para rapazes! i. e. Guião: jornal para rapazes. Neste novo título e formato (40x29 cm), os conteúdos são mais amplos e generalista. São enunciados novos conteúdos que vão desde (i) ideais da Mocidade Portuguesa, (ii) formação de mentalidades, cristã e nacionalista, (iii) biografias e conhecimento da história-pátria, (iv) pedagogia aplicada à da juventude (v) até a artigos e passatempos de usufruição.




Bibliografia:

CAETANO, Marcelo. A         missão dos dirigentes: reflexões e directivas sobre a Mocidade Portuguesa. Lisboa: Mocidade Portuguesa, 1952.

GUIÃO: REVISTA PARA GRADUADOS. Lisboa: Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa, 1949-1958.

NÓVOA, António, dir. A imprensa de educação e ensino: repertório analítico (século XIX-XX). Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1993.

VIANA, Luís Ribeiro. “Passo em frente”. in: Guião: revista para graduados. Lisboa: Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa, 1949-1958.



P.M.

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