2014/04/30

Exposição Virtual "O Tubo de Crookes no Museu Virtual da Educação"

Visite aqui a exposição virtual sobre o tubo de Crookes, instrumento utilizado em contexto das práticas pedagógicas de Física.

2014/04/22

Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa


 Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa

“E perder um defeito, ou uma deficiência, ou uma negação, sempre é perder.”

(Fernando Pessoa)



Segundo Pires e Condado (2012:103), em Portugal, nunca foi feita uma verdadeira história de educação especial, não obstante, poderemos determinar marcos importantes de tal modalidade de educação:

¾     Em 1871 foi criada a primeira Casa de Detenção e Correção para menores delinquentes do sexo masculino até aos 18 anos e para menores de 21 anos considerados desobedientes e incorrigíveis;

¾     Em 1888, surgiu, em Lisboa, o Asilo-Escola António Feliciano de Castilho e em 1900 foi fundado o Instituto de Cegos Branco Rodrigues, primeiro em Lisboa, e, três anos mais tarde, no Porto;

¾     Em 1890, foi fundado o Instituto de surdos de Benfica, onde, usando a metodologia introduzida por Jacob Rodrigues Pereira, adotando o sistema de ensino ajustado às necessidades de alunos surdos, débeis mentais e com deficiência da fala;

¾     Em 1912 foi instituída a Colónia Agrícola de S. Bernardino, em Peniche, e, em 1915, fundou-se o Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa;

¾     Em 1913, o Pedagogo António Aurélio da Costa Ferreira incentivou a educação de surdos. Em 1914, surgiu o primeiro Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa, de cariz asilar e com preocupações psiquiátricas, que, alguns anos mais tarde, dará origem ao Instituto António Aurélio da Costa Ferreira, cujos objetivos se orientam declaradamente para a formação de pessoal docente para a educação de deficientes.





“António Aurélio da Costa Ferreira, provedor da Santa Casa da Misericórdia, Director da ‘Casa Pia de Lisboa’ durante muitos anos, fundou duas instituições para «anormais», nomeadamente a ‘Colónia Agrícola de S. Bernardino’ (1912) em Peniche e o ‘Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa’ (1915), em Santa Isabel, que mais tarde passou a denominar-se ‘Instituto António Aurélio da Costa Ferreira’ (designado à frente por IAACF), em sua homenagem. È a partir do IAACF que se vai organizar e estruturar a Educação Especial em Portugal” (Mesquita, 2001:33).

Atendendo à investigação histórica de Mesquita (2001:33) apresentada à Universidade de Salamanca e, ainda, aos estudos pedagógicos de Ribeiro (2011:249), estamos aptos a afirmar que no verão de 1912, a Direção da Casa Pia de Lisboa instalou no extinto convento de S. Bernardino, em Atouguia da Baleia, concelho de Peniche, uma Colónia Agrícola para acolher todos aqueles que, devido às suas condições de dependências sociais, constituíssem um estorvo a Belém.

Esta descrição, com rasgos neorrealistas, poderá chocar-nos, ainda assim, não podemos olvidar que, em Portugal, antes de 1912 nada havia sido feito a nível pedagógico para educação de deficientes – a descrição e análise de experiências vividas e analisadas restringiam-se a crianças deficientes que estivessem em idade de começar aprendizagens profissionais.

Havia a necessidade imperiosa de reinstalar os deficientes em locais diferentes da Casa de Belém. Aqui nada aprendiam, seria então necessário proporcionar-lhes uma instrução e educação especiais, racionalizadas a partir das suas necessidades e que potenciassem uma futura inserção na sociedade, desta vez como cidadãos úteis a si e aos outros. Nasceu o Instituto Médico-Pedagógico que, em meados de 1915, já se encontrava a funcionar na Travessa das Terras de Sant’ana, a Santa Isabel, em Lisboa:

“Timidamente, o Instituto Médico-Pedagógico deu-se a conhecer, sem a pompa de outras inaugurações que tiveram direito ao estalejar de foguetes. Viviam-se tempos difíceis. Contudo, a necessidade de encaixar as crianças atardadas em classes de pares, aliada à insistência do Director da Casa Pia, tornou possível a realização deste projecto e, por consequência, a fundação do primeiro instituto médico-pedagógico em Portugal.

O itinerário desta viagem percorre caminhos sinuosos, por vezes, difíceis de palmilhar. Se dos claustros de S. Bernardino ecoaram as vozes dos ‘anormais do género irrequieto’ que habitavam as suas instalações, muito graças aos escritos do professor-regente, do anexo de Santa Isabel murmura o silêncio de quem não partilha com o investigador o quotidiano das classes especiais do Instituto. Torna-se difícil perseguir as passadas de Costa Ferreira na criação deste instituto, até porque o seu critério na selecção dos documentos inseridos nos anuários da Casa Pia, fonte inalienável e de valor incalculável, não se demonstrou tão desvelado comparativamente com os seus restantes projectos. Deste modo, e aceitando com resignação o silêncio das fontes, vagueámos pelas pistas sugeridas e tentámos acompanhar a criação e o funcionamento deste instituto, durante os primeiros anos de existência” (Ribeiro, 2009:198).

Timidamente em tempos difíceis foram encaixadas “crianças atardadas em classes de pares” e, assim, se fundou o primeiro Instituto Médico-Pedagógico em Portugal. Mais: estas crianças, as que os Claustros de S. Bernardino albergavam, a partir de agora, eram “anormais do género inquieto”, ainda assim, este frenesim neorrealista foi controlado pela sageza psicopedagógica de António Aurélio da Costa Ferreira – preenche, assim, lacunas na educação de anormais através de processos intuitivos.

O Decreto-Lei nº 335/85 de 20 de agosto de 1985 reconhece as contribuições da Casa Pia de Lisboa para a cultura portuguesa, desde 1780 até aos nossos dias, mas, acima de tudo, pelos muitos e muitos milhares de cidadãos que nestes dois séculos formou para a vida ¾ sua maior glória ¾ justo é reconhecer nela, como um dia lhe chamou Latino Coelho, a “universidade plebeia”.

Fundada em 3 de Julho de 1780 por Diogo Inácio de Pina Manique, no prosseguimento das notáveis reformas anos antes lançadas pelo Marquês de Pombal, começou por dar resposta a algumas das muitas e legítimas preocupações com a ordem pública e saneamento social, transformando-se, a breve trecho, numa modelar escola para os filhos da população mais desamparada do País.

“Costa Ferreira criou o Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa, que tão relevantes contributos deu à causa da investigação científica no campo da psicopedagogia; instituiu os testes de inteligência de Alfredo Binet; estabeleceu cursos pedagógicos e fomentou o enriquecimento técnico e formativo do pessoal docente da instituição, fazendo dela um dos grandes suportes na reforma da educação levada a efeito pelo Governo da I República; criou o ensino especial para os deficientes físicos e para os alunos menos dotados; criou o salário estímulo para os educandos e empurrou-os para a prática desportiva, de que a Casa Pia seria um grande alfobre e origem da fundação de alguns dos maiores clubes desportivos portugueses.

Aurélio da Costa Ferreira orientou a formação dos alunos da Casa Pia de Lisboa segundo dois grandes parâmetros: educação interna e educação externa” (Decreto-Lei nº 335/85 de 20 de agosto de 1985).


Em Portugal, como anteriormente verificamos, são destacados dois precursores em Pedopsiquiatria. Referimo-nos ao Dr. António Aurélio da Costa Ferreira (1874-1922), licenciado em Medicina e em Filosofia, antropólogo e professor, introdutor do estudo científico das crianças deficientes e do seu ensino, no Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa. Podemos igualmente referenciar o Prof. Vítor Fontes (1895-1974), médico psiquiatra, professor de Anatomia da Faculdade de Medicina de Lisboa, pedagogo, que terá continuado e desenvolvido a obra do primeiro, interessando-se especialmente pelas “anomalias craneanas dos deficientes mentais”.

“Na mesma linha de orientação, mas dotado de envergadura científica muitíssimo superior, situa-se António Aurélio da Costa Ferreira. À sua acção como responsável pelo Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa, que foi notável, deverão adicionar-se os estudos técnicos realizados no âmbito da psicologia experimental e os cursos que ministrou na Escola Normal de Benfica, cujo teor concreto se adivinha através das orientações gerais que preconizava. Como outros pedagogistas do seu tempo, António Aurélio da Costa Ferreira também enfileirou na campanha antijesuítica no sector da educação. […]. Costa Ferreira preconizava, pelo contrário, o desenvolvimento de todas as capacidades do educando, de acordo com as ideias de Kant e de Pestalozzi, de tal sorte que a escola se não limitasse a proporcionar a adaptação do jovem ao meio social mas, pelo contrário, contribuísse para a sua intervenção activa na vida” (Fernandes, 1979:35-38)

Como bem verificou Coordenação Nacional para a Saúde Mental e a Administração Central do Sistema de Saúde (2006:10), o Instituto Médico-Pedagógico transformou-se, em 1936, no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira (IAACF).

Como vimos verificando, no início da década de quarenta, a Educação Especial recebeu novo impulso com a reestruturação do Instituto Costa Ferreira como Dispensário de Higiene Mental Infantil (1942) e com a publicação do primeiro número da revista “A Criança Portuguesa” (1942-1963), por Vítor Fontes, que criou também, em 1946, as “classes especiais de anormais”.

P.M.






BIBLIOGRAFIA:


COORDENAÇÃO NACIONAL PARA A SAÚDE MENTAL; ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO SISTEMA DE SAÚDE (2006).  Rede de referenciação hospitalar de psiquiatria da infância
e da adolescência (documento técnico de suporte) [on-line]. 2006.
[Consul. 7 março 2014].


FERREIRA, António Aurélio da Costa (1922). História natural da criança: duas lições [on-line]: Lisboa: Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa.
http://www.sg.min- [Consul. 7 março 2014].


FERREIRA, António Aurélio da Costa (1920). Algumas lições de psicologia e pedologia. [on-line]: Lisboa: Lumen.
[Consul. 7 março 2014].


FERNANDES, Rogério (1979). A pedagogia portuguesa Contemporânea. Lisboa: Of. Gráfica da Liv. Bertrand, 1979. (Biblioteca Breve; 37).


MESQUITA, Maria Helena Ferreira de Pedro (2001).  Educação especial em Portugal no último quarto do século XX [on-line]. Tese de doutoramento [apresentada] à Universidad de Salamanca Facultad de Educación Departamento de Teoría e Historia de la Educación
[Consul. 7 março 2014].


PIRES, Filipa Isabel E. Q. Pinto; CONDADO, Ricardo Jorge B.A. (2012). “Formação inicial de professores de educação física face à inclusão de alunos com necessidades”  [on-line]: Revista Wanceulen EF Digital; Nº 9 (fev. 2012), p. 101-119
[Consul. 7 março 2014].

  
Portugal. Decreto-Lei nº 335/85 de 20 de agosto de 1985. Diário da República; 190/85, 1.ª Série.


RIBEIRO, Cláudia Pinto (2009). Os outros: a Casa Pia de Lisboa como espaço de inclusão da diferença. [Porto: s.n.]. (Tese de doutoramento em história apresentada Universidade do Porto, Faculdade de Letras).


RIBEIRO, Cláudia Pinto (2011). “Por terras de frança: viagem pedagógica de um Professor Casapiano” [on-line]: Cultura, Espaço & Memória; N.º 1 (mar. 2011), p. 249-261
[Consul. 7 março 2014].


SILVA, Maria Odete Emygdio da (2009). “Da exclusão à inclusão: concepções e práticas” [on-line]: Revista Lusófona de Educação; Nº 13 (2009).
[Consul. 7 março 2014].


VERÍSSIMO, Nelson (2004). “António Aurélio da Costa Ferreira: um grande educador madeirense” [on-line]: Passos na Calçada; (Jan. 2004)
[Consul. 7 março 2014].









P.M.

2014/04/16

Peça do mês de abril

Capela


A maqueta é uma representação, geralmente tridimensional e em escala reduzida, de grandes estruturas arquitetónicas. Resultado do trabalho dos alunos em contexto das práticas pedagógicas de serralharia, as maquetas apresentadas representam capelas de algumas freguesias portuguesas, destacando-se pela mestria e beleza do trabalho executado. Pertencem ao espólio museológico da Escola Secundária Jácome Ratton.
A maqueta inventariada com o número ME/400270/665, realizada em metal sobre madeira, representa a capela existente na povoação de Santa Marta, freguesia de Santa Maria dos Olivais. Esta apresenta um corpo central, com cobertura de duas águas e fachada com alpendre, com três águas, sustentado por duas colunas de fuste redondo sobre murete, protegendo o portal. Lateralmente dispõe-se pequenos corpos, com a cobertura de uma água, apresentando, situado à direita, uma pequena sineira em arco de volta perfeita no plano do alçado tardoz.
ME/400270/665
 

A maqueta inventariada com o número ME/400270/66, também foi realizada em metal sobre madeira e representa a capela de Nossa Senhora da Conceição, freguesia de São João Baptista. Esta apresenta coberturas diferenciadas em telhados de duas águas nas naves, transepto rematado ao centro por cúpula, e no fecho tem um pináculo e capela-mor por terraço, em que a um canto, um cupulim coroa a escada de acesso. Cúpula e terraço são rematados por uma platibanda vazada. Na fachada principal, ao centro, um portal retangular encimado por um óculo semicircular, ladeado por duas janelas de igual perfil, fechando no vértice formado pela cobertura, por cruz latina. Todas as janelas têm vãos retangulares, distribuindo-se simetricamente pelas fachadas laterais. Na fachada direita, por baixo de uma das janelas, encontra-se outra porta retangular.
A maqueta inventariada com o número ME/400270/667, em metal sobre madeira, representa a capela de Nossa Senhora da Piedade, freguesia de São João Baptista. Apresenta um desenvolvimento longitudinal com disposição dos volumes na horizontal. O corpo central tem uma cobertura de duas águas, rodeado por galilé segundo três lados, com cobertura de uma água e com campanário do lado direito. As restantes coberturas diferenciam se em telhados de duas, quatro e uma águas, tendo sobre a capela-mor um coruchéu em forma de pirâmide hexagonal. O alçado principal é rematado por cruz no vértice, rasgado por óculo e portal ogival ladeado por duas janelas retangulares. O galilé assenta em colunas de fuste redondo sobre murete, circundada pelo exterior por banco corrido. O alçado direito é rasgado por portal em arco com telhado de uma água. O alpendre protege o portal retangular. Sobre o lado direito uma pequena sineira em arco de volta perfeita. Fixo à base de madeira, na frente, próximo do canto direito, uma coroa circular de metal tendo, segundo o diâmetro, um elemento longitudinal terminado numa extremidade por uma seta e na extremidade oposta pela letra S.



MJS

2014/04/09

Boletim Oficial do Ministério de Instrução Pública - José Guimarães (1877 - 1960)




José Guimarães (1877-1960), licenciado e doutorado em letras pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, desenvolveu aqui uma importante atividade institucional e científica na primeira metade do século XX, tendo sido Professor nessa instituição e reitor interino em 1921 e, mais tarde, diretor das Faculdades de Letras de Coimbra e de Lisboa.

Como professor da Escola Normal Superior lecionou Metodologia Geral das Ciências do Espírito em dois períodos distintos, entre 1916-1919 e 1928-1930. Lecionou ainda Pedagogia geral também em dois períodos, entre 1924-1926 e 1828-1930. Nesta mesma época académica desempenhou outro tipo de cargos, como o de Bibliotecário da Escola Normal Superior (1925-1928) e Secretário da Escola Normal Superior (3.8.1929). Destacou-se como membro do Centro Académico da Democracia Cristã, de Coimbra, desde 1906.

Em Coimbra, no período de 1910-1921, dirigiu o Colégio Moderno. No ensino secundário, exerceu funções de inspeção, nomeadamente, como inspetor-geral do ensino particular, para além de ter presidido à Comissão encarregada de estudar um novo tipo de liceu (1932) e de produzir diversos estudos e relatórios sobre a organização pedagógica e administrativa das escolas. Durante o Estado Novo foi inspetor do Ensino Particular, com a função de verificar o cumprimento das regras estabelecidas para este tipo de ensino (de sujeição total às diretrizes do governo), e um dos obreiros da célebre reforma de Carneiro Pacheco em 1936.


“O registo de actividades do Colégio, obtido por informação do próprio Oliveira Guimarães em 1913, não denuncia qualquer actividade ligada à religião e nos propósitos apresentados apenas se afirma que a educação moral é toda tendente a integrar no carácter dos alunos um automatismo psicológico de uma moralidade perfeita. No entanto, em 1913, dizer algo de mais concreto para além disto poderia implicar o fecho do Colégio.
(Rodrigues, 2005:735)

Como pedagogo, reforçou a necessidade da filosofia prática – a educação moral integra o aluno no automatismo psicológico através de um aperfeiçoamento constante. Ainda assim, como diretor do Instituto de Orientação Profissional, na década de quarenta, desenvolveu investigações na área da psicotécnica e das suas aplicações ao sector do ensino. Era grande conhecedor das investigações realizadas no estrangeiro, onde, por conseguinte, se deslocou em viagens de estudo e, ao mesmo tempo, proferindo conferências em vários países Por ex.: Brasil, Espanha e Suíça).

“Esta ideia insere-se numa tendência de desenvolvimento da psicotécnica, de que é um dos principais divulgadores em Portugal, […]. O conjunto destas perspectivas conduz José Joaquim de Oliveira Guimarães a uma intervenção na área da orientação escolar e profissional, que constitui, na sua opinião, um problema ‘de que a escola não pode alhear-se, sob pena de não atingir as finalidades concretas, verdadeiramente positivas e úteis, que as exigências da vida imperiosamente lhe impõem […]. É neste plano que o seu contributo pedagógico adquire um certo destaque e originalidade sempre marcada pela ideia-força da ‘eficiência social’ […]” (Nóvoa, 1993:672)

Como verificamos, no Dicionário dos educadores portugueses (Nóvoa, 1993:672) são apontadas algumas orientações do ensino psicotécnico de Oliveira Guimarães, pedagogias sustentadas pela eficiência social, ou seja, a orientação profissional é, pois, indispensável para as boas práticas sociais.

A Biblioteca Nacional apresenta algumas obras de autoria de José de Guimarães que se dispersam entre a juventude e a sua carreira político-administrativa (Procurador à Câmara Corporativa), ou seja, entre 1882-1947. Manuais escolares, sobretudo antologias latinas (crestomatia latinas - coleção de trechos escolhidos em autores clássicos), estudos politico-pedagógicos e escritos de cariz religioso:
¾     Crestomatia latina: para uso dos alunos da 7ª classe dos liceus. Coimbra: Coimbra Editora, 1929
¾     Crestomatia latina: para uso dos alunos das 6ª e 7ª classe dos liceus. Coimbra: Coimbra Editora, 1929
¾     Doutor José Leite de Vasconcelos. Lisboa: Officina Fernandes, 1942
¾     Evolução e tendências da psicotecnia em Portugal. Lisboa: [s.n.], 1940
¾     Guimarães e Santo Antonio. Guimarães: Freitas & Ca, 1895
¾     Jornal de calliope: revista critica e litteraria. Porto: [s.n., 1882]
¾     Lições de direito eclesiástico. Coimbra: Litographia Cardozo, 1903
¾     Noções elementares de calculo estatistico aplicavél ás medidas escolares: testes. Lisboa: Imprensa Nacional, 1931
¾     Oficio dirigido pelo conselho da Escola Normal Superior de Coimbra ao Senado da Universidade. [Coimbra: s.n., 1928]
¾     L'orientation professionnelle au Portugal. Lisboa: Instituto Francês em Portugal, 1942
¾     As origens do episcopado. 1902 [Coimbra: Impr. da Universidade, 1902] . (Dissertação para concurso na Fac. de Teologia de Coimbra)
¾     Possibilidades educativas em Portugal: organização escolar portuguesa. [Lisboa: Tip. Jorge Fernandes], 1947


O seu pensamento pedagógico-político está impresso nos dois títulos de periódicos que dirigiu, um, como bem sabemos, foi o Boletim Oficial do Ministério da Instrução Pública, entre 1929- 1936; o outro foi o Boletim do Instituto de Orientação Profissional, entre 1940-1946. Colaborou, ainda, em Académico Figueirense; Arquivo Pedagógico; Boletim do Instituto de Orientação Profissional; Ensino Particular; Escola Portuguesa; Escolas Técnicas; Labor e Liceus de Portugal.

José Guimarães na sua carreira político-administrativa foi Procurador à Câmara Corporativa por designação do Conselho Corporativo. Castilho (2010) em Os procuradores da Câmara Corporativa, 1935-1974, faz alusões a relatos levados a cabo por José Guimarães enquanto Procurador:


Carreira parlamentar - legislaturas
Secções
V legislatura (1949-1953)
20ª Política e administração geral

 Relatados:

¾     ­­1/V – Autorização de receitas e despesas para 1950. 3/V – Reforma do ensino das Belas-Artes (Relator);
¾     4/V – Luta contra a tuberculose;
¾     6/V – Sobre amnistia, protecção aos inválidos de guerra e revogação das leis de banimento;
¾     7/V – Alterações ao regime do inquilinato;
¾     8/V – Organização dos Serviços de Registo e do Notariado;
¾     9/V – Nova rubrica na tabela das profissões liberais para efeitos de imposto;
¾     10/V – Autorização de receitas e despesas para 1951;
¾     11/V – Revisão do Acto Colonial;
¾     12/V – Revisão da Constituição Política;
¾     14/V – Proposta de lei de autorização da emissão dum empréstimo interno denominado «Obrigações do Tesouro, 1951»;
¾     16/V – Projecto de lei de aditamento dum artigo à Constituição Política, sobre a defesa da língua;
¾     17/V – Projecto de lei de um aditamento ao artigo 109.º da Constituição, sobre a ratificação de decretos-leis;
¾     18/V – Projecto de proposta de lei do condicionamento das indústrias;
¾     21/V – Constituição e regulamentação do Conselho Superior das Investigações Científicas e das Relações Culturais;
¾     22/V – Autorização das receitas e despesas para 1952;
¾     23/V – Bases da organização da defesa nacional;
¾     24/V – Protocolo adicional ao Tratado do Atlântico Norte;
¾     25/V – Estatuto do Turismo;
¾     27/V – Organização geral da aeronáutica militar;
¾     28/V – Recrutamento e serviços nas forças aéreas;
¾     29/V – Atribuição de responsabilidades em casos de alcance de valores públicos;
¾     30/V – Regulamentação do uso das viaturas automóveis oficiais
¾     42/V – Protocolo adicional ao Tratado do Atlântico Norte.





  


BIBLIOGRAFIA: 
 
 
 
CASTILHO, J.M. Tavares (2010). 
Os procuradores da Câmara Corporativa, 
1935-1974. Lisboa: Assembleia da República: Texto Editora.
 
 
NÓVOA, António (dir.) (1993). 
A imprensa de educação e ensino: 
repertório analítico (século XIX-XX). 
Lisboa: Instituto de Inovação Educacional. 
(Memórias da educação).
 
 
FERRÃO, António (1920). Os arquivos e as bibliotecas em Portugal. 
Coimbra: Imprensa Nacional. 
(Sciências auxiliares da História. Bibliografia e bibliotecografia).
 
 
FERREIRA, António Gomes; MOTA, Luís (2013). 
“A formação de professores do ensino liceal. 
A Escola Normal Superior da Universidade de Coimbra 
(1911-1930)”. 
Revista Portuguesa de Educação;
 Nº 26, (2013), p. 85-109.
 
 
MINISTÉRIO DA INSTRUÇÃO PÚBLICA (1916). 
“A obra pedagógica da república”.
Boletim Oficial do Ministério de Instrução Pública, 
A. 1, Nº 1, (Mar. 1916), p. 5-6.
 
 
PORTUGAL. Decreto nº 2.132, [de 16 de dezembro de 1915]. 
Diário do Governo, 1ª Série, Nº 255, p. 1344.
 
 
RODRIGUES, Jorge de Sousa. “Um roteiro da educação 
nova em Portugal: Escolas novas e práticas pedagógicas
 inovadoras (1882-1935)”
[on-line]: Analise Social; Nº 176, (2005), p. 731-736. 
ISSN 0003-2573.
 [consulta: 3 março 2014].
 
 
SILVA, Carlos Manique da (2010). 
Publicações periódicas do ministério da educação: 
repertório analítico (1861‐2009). Porto: Universidade do Porto.