2025/09/25

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Manuel Antunes Amor (1881 – 1940)

 

(Imagem do autor retirada da internet)

 

Manuel Antunes Amor nasceu a 21 de agosto de 1881 em Ferreira do Zêzere, filho de Manuel Antunes Amor e de Maria da Conceição Amor. Foi diplomado pela Escola Normal de Leiria e 1902 começou a exercer o magistério primário em Tomar e posteriormente em Abrantes.

Em 1906 iniciou a sua carreira como autor didático através da obra Compêndio de Desenho. Em 1907 obteve uma bolsa de estudo para complementar a sua formação em Leipzig, na Alemanha, onde visitou vários estabelecimentos de ensino. Foi aluno de Wundt, um dos fundadores da psicologia experimental.

Em 1909 regressou a Portugal e pôs em prática os novos métodos pedagógicos que aprendeu. Em 1910 publicou o Manuel de estenografia caligráfica e a Cartilha Moderna. Método legográfico analítico-sintético de ensino inicial educativo, que combinava várias técnicas pedagógicas para aprendizagem da leitura e da escrita.

Entre 1911 e 1912 foi Inspetor Primário nos círculos de Abrantes e Moimenta da Beira. Entre 1912 e 1915 lecionou Alemão e Desenho no Liceu Colonial em Cernache do Bonjardim e em 1914 publicou O Ensino do Desenho na Escola Primária.

Em 1916 partiu para a India, onde exerceu o cargo de Inspetor Primário. Em 1919, seguiu para Macau como Superintendente das Escolas Municipais. A sua ação no oriente foi profícua, onde criou Caixas de Beneficência Escolar, melhorou as salas de aulas e os materiais utilizados, fundou bibliotecas, introduziu disciplinas como o Desenho, os Trabalhos Manuais ou a Ginástica, promoveu excursões e exposições escolares e inaugurou o ensino pelo cinematógrafo.

Regressou à India em 1922, assumindo as suas antigas funções, tendo-se dedicado às associações de professores e à defesa das suas carreiras. Em 1925 publicou a obra A Revolução nas Escolas.

Em 1929 criou a Caixa legográfica, uma máquina utilizada para o ensino da leitura e da escrita, com a qual ganhou a medalha de prata da Exposição Colonial de Paris em 1931.

Em 1930 publicou Cruzada contra o Analfabetismo e em 1935 a Cartilha do Adulto, tendo igualmente reformulado a sua Cartilha Moderna.

Ao longo da sua vida escreveu vários artigos para diferentes periódicos como a Revista Pedagógica, a Revista escolar e a Educação Nova. Numa série de artigos n’ A Escola Moderna refletiu sobre a importância do cinema educativo como forma de dinamizar a aprendizagem em sala de aula.

  

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS


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