2025/06/26

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Jaime Cortesão (1884 – 1960)

 

 

(Fotografia do autor retirada da internet)


Jaime Zuzarte Cortesão nasceu a 29 de abril de 1884 em Ançã, Cantanhede, filho de António Augusto da Silva Cortesão, médico e professor e de Norberta Cândida Zuzarte.

Realizou os seus estudos liceais em Coimbra e decidiu cursar Medicina, tendo frequentado as Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra onde concluiu o curso em 1910. A sua tese final versou sobre A Arte e a Medicina (Antero de Quental e Sousa Martins). Ainda durante o curso fundou em 1907, juntamente com outros intelectuais, a revista Nova Silva e em 1910, A Águia. Impulsionou a Renascença Portuguesa e dirigiu o seu periódico, A Vida Portuguesa, iniciado em 1912, ano em que casou com Carolina Ferreira Cortesão.

Este movimento da Renascença Portuguesa pretendia divulgar publicações de pedagogia cívica e de consciência moral, colocando em primeiro lugar a importância da educação popular como motor do progresso. A educação do povo era a solução para a sua precaridade financeira e cultural.

Fixou residência no Porto lecionando no Liceu Rodrigues de Freitas entre 1911 e 1915, altura em que foi eleito deputado. Defensor da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, integrou o Corpo Expedicionário Português como capitão-médico.

Em 1916 publicou a Cartilha do Povo que obteve grande divulgação. No ano de 1919 foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional. Em 1921 foi um dos fundadores da Seara Nova, colaborando em várias obras.

Participou na tentativa de golpe de estado contra a ditadura, motivo pelo qual teve de abandonar o cargo na Biblioteca Nacional, em 1927, e exilou-se no estrangeiro, onde continuou a atividade política. Em 1940, em virtude da invasão da França no deflagrar da Segunda Guerra Mundial, voltou a Portugal onde esteve preso. Foi-lhe permitida a saída para o Brasil, onde viveu até 1955 desempenhando funções como professor e historiador, especializando-se na época dos Descobrimentos.

Regressou a Portugal em 1957 onde se envolveu na campanha de Humberto Delgado. Esteve preso, mais uma vez e em 1958 foi eleito presidente da Sociedade Portuguesa Escritores.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


 MJS

 

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