2013/12/26

Bibliotecas e Livrarias - uma prática comum?




Bibliotecas e Livrarias – uma prática comum?
José Miguel Ferreira Gonçalves

Livrarias e bibliotecas, hoje em dia, terão assim tantas diferenças? E semelhanças?
Quando olhamos em redor e observamos determinadas livrarias agirem à semelhança de bibliotecas e viceversa, não estaremos a assistir ao diluir de uma fronteira que até aqui parecia claramente definida? Estarão as livrarias a ganhar terreno e a tomar o papel natural que até aqui cumpria às bibliotecas? Poderá a sobrevivência destas estar em causa? Terão as bibliotecas algo a aprender com as livrarias? Estarão as bibliotecas atentas às necessidades e desafios que lhes são colocados?
O ponto de partida para encontrar respostas a estas questões poderá ser o princípio de que a biblioteca não pode ser entendida como mero depósito ou armazém de livros, do mesmo modo que a atual livraria não deverá ser encarada como simples negócio de transação de livros.
Tempos houve em que as livrarias não pareciam apreciar particularmente que se mexesse nos livros; muito menos as bibliotecas mostravam preocuparse com questões de marketing e de imagem. Hoje, constatamos que as livrarias – nomeadamente as especializadas – possuem um espaço de auditório onde promovem debates, organizam apresentações e lançamentos de livros, sessões de autógrafos... enfim, assumem um papel muito mais ativo, participativo e interveniente do que o de simplesmente venderem livros. Talvez preocupadas com a crise que enfrentam, as livrarias perceberam que, se pretendessem sobreviver e vencer num mercado cada vez mais competitivo e concorrencial, teriam de ir buscar e adotar algumas das técnicas do mundo do marketing e da gestão. Mas como? Fomentando antes de mais a promoção, o envolvimento, incutindo a própria necessidade de procura do espaço em si mesmo, enquanto local agradável e acolhedor, onde se pode adquirir, consultar um livro, ou simplesmente folhear uma revista ou jornal.
Numa época marcada por tantos e constantes apelos à atenção das pessoas, não é tarefa fácil encorajar e fomentar hábitos de leitura. E esse é precisamente o principal papel e missão da biblioteca. Para tanto, é fundamental que esta não se feche em si própria. É necessário que esteja atenta, que colha experiências, que as identifique, que as selecione e que as adapte da forma que melhor sirvam os seus propósitos. Daí a importância do domínio de técnicas de comunicação que ajudem a sublinhar a importância e a utilidade dos serviços de uma biblioteca e a captação de públicos. A biblioteca (em particular a biblioteca pública) deverá funcionar no quadro de uma lógica empreendedora, partindo dela própria a iniciativa de captação de públicos, de utilizadores. Não existindo uma única solução, ou uma solução à medida, haverá, porém, a possibilidade de aprender e de melhorar observando experiências bem-sucedidas, importando e adotando modelos que viabilizem o sucesso. E por que não importálos das suas “congéneres” livrarias?
Uma das receitas do sucesso das modernas livrarias parece passar pela localização e escolha do modelo a seguir. A combinação megastore e centro comercial, por exemplo, parece resultar quando se trata de ir ao encontro das necessidades e expetativas de uma ampla diversidade de público. O vasto leque de oferta que se consegue proporcionar e a forma apelativa como se exibem os diferentes produtos, propiciam um envolvimento tal que induz, não só à compra, mas também a uma mais prolongada permanência no interior do espaço comercial. A loja surge como espaço de lazer e de entretenimento. Para este fim também concorre um período alargado de funcionamento e uma equipa de profissionais que ciclicamente se reveza, adaptando-se às necessidades e disponibilidade do público.
De modo similar, constatase que as bibliotecas de hoje começam a adotar, a ser criadas e a funcionar à luz de conceitos modernos como estes, em que a gestão de marketing não é fator despiciendo. Apresentamse como lugares luminosos, apelativos e acolhedores, que convidam o leitor a entrar, a circular, a demorarse, a descobrir e a tomar parte das mais diversas atividades. Decidir sobre a implantação e localização de uma biblioteca implica também conhecer os hábitos, os motivos, as necessidades e mesmo os trajetos dos seus potenciais utilizadores, uma vez que estes irão refletirse na futura utilização do espaço e nos serviços e equipamentos que aquela irá disponibilizar. Da situação da biblioteca – próximo de um campus universitário, de uma zona comercial ou residencial – resultará o público que vier a acolher. No caso das zonas interiores de um país, por exemplo, é particularmente importante que a biblioteca procure constituir-se enquanto polo gerador de uma nova centralidade, capaz de gerar a aproximação das pessoas com os livros, tornandose um lugar de referência, não só para quem estuda e investiga, mas também para quem apenas deseje passar de forma útil e descontraída algum tempo livre – lendo um livro, folheando uma revista ou jornal, escutando um disco ou visionando um filme, ou, simplesmente usufruindo da cafetaria.
Na linha dos cafés da Belle Époque, a moderna livraria parece herdar a tradição de espaço cultural e de tertúlia ao promover a realização de eventos que vão desde o lançamento de livros, passando por encontros com escritores e personalidades das mais diferentes áreas, recitais de música e de leitura, exposições, etc. É preciso também que esta ideia vingue no espaço da biblioteca. A aposta incide claramente numa forte diversificação: oferta para todos e todos os gostos. Enquanto instrumento da vida cultural a biblioteca, nomeadamente a biblioteca pública, revelase cada vez mais como mediateca; um local onde se pode ler, consultar e requisitar livros, mas onde também é possível encontrar discos, filmes e outros suportes de difusão de conhecimento, informação e comunicação (Internet), de um modo geral.
Nesta lógica de pluralidade de funções, o acolhimento e a organização interna desempenham um papel determinante. A aposta no acolhimento é muito importante, pois as pessoas são naturalmente cativadas pela forma como são recebidas e por ambientes acolhedores e agradáveis. E tudo isso levaas a permanecerem um maior número de horas. As livrarias, por exemplo, já o terão entendido. Mais do que preocuparse em estimular e fomentar hábitos de leitura – missão principal da biblioteca – a livraria preocupase em vender e, se possível, num ambiente apelativo e acolhedor que leve o visitante a ficar mais tempo, a demorarse, a sentirse compelido a comprar. A aposta numa equipa profissional, competente e treinada, atenciosa e empenhada, que conheça bem os produtos e que, se possível, domine algumas áreas do saber, contribui em muito para conquistar e fidelizar o cliente.
Também nas bibliotecas temse vindo a tornar cada dia mais importante o papel desempenhado pelo bibliotecário de referência, pois este funciona como o “cartãode visita” da instituição, exigindose dele um número de valências técnicas e humanas, que lhe permitam desenvolver a grande responsabilidade de efetuar a função de charneira entre os serviços da instituição que representa e o público. A existência dos mais variados recursos de informação e comunicação torna imperativo a existência de profissionais de documentação competentes e integrados, que medeiem com eficácia entre as várias fontes e recursos de informação e as necessidades e questões específicas levantadas pelos utilizadores. De igual modo, constatase que uma livraria lucra quando dispõe de funcionários capazes de dar assistência na escolha de livros, a aceitar encomendas por telefone, a facilitar trocas ou devoluções. Tudo isso influi e contribui para aumentar o prestígio de uma entidade e para, em termos globais, projetar uma imagem de qualidade. A adoção de conceitos e técnicas de comunicação, marketing e imagem é, claramente, um dos pontos fortes quando olhamos para as modernas livrarias. Desde a montra ao interior tudo é pensado criteriosamente e nenhum pormenor é deixado ao acaso.
Se as bibliotecas têm algo a colher da experiência das livrarias, do circuito comercial, esse algo parece residir na forma como o produto é exposto, no modo hábil e eficaz de apelar ao consumo. No exterior, montras consagradas a um tema da atualidade, à obra de um escritor recentemente galardoado ou uma promoção especial. No interior, balcões e escaparates exibindo de frente as últimas novidades, placards com recortes de jornais e displays com revistas chamando a atenção para os mais vendidos, as obras exibidas de um modo simples e cativante (destaque dado a um assunto, a uma determinada faixa de público, a uma reedição), sinalização abundante, estantes de fácil acesso e leitura. É importante que as pessoas se sintam compelidas a entrar, a deambular, a pegar e a comprar. Mais do que da quantidade, depende da forma atrativa como os produtos são expostos, o fazer com que as pessoas se tornem frequentadoras assíduas. Daí que se revele importante que tanto livrarias como bibliotecas procurem conhecer o(s) público(s) e as suas preferências de leitura, nomeadamente procurem perceber as dinâmicas que o move: “o que”, “quando” procura, e “de que modo” o prefere fazer. Aqui cabe destacar a possibilidade de deixar ao arbítrio de cada um a possibilidade de ser o próprio a servirse. O permitir o livre acesso às estantes (prática comum nas livrarias), é também já prática seguida por muitas bibliotecas, nomeadamente pelas bibliotecas públicas e generalistas. Não obstante, há que considerar que nem todas as pessoas que visitam ou frequentam uma biblioteca o fazem com propósitos claramente definidos. Umas preferem pesquisar por assuntos e não por títulos específicos, outras poderão optar por “varrer” as estantes e deixaremse surpreender pelo que encontrem. O sucesso desta prática depende não só de uma adequada planificação e organização do espaço, mas também do tipo de estantes e balcões utilizados, do número e dimensão das prateleiras, do uso de bancos e de material de sinalização apropriado, do estilo, da cor e da ergonomia do mobiliário selecionado. Da conjugação destes e de outros elementos resultará o tipo de ambiente criado e deste dependerá a reação do visitante.
No modo como as modernas livrarias constroem e gerem o seu espaço facilmente se detetam analogias com diferentes práticas comerciais – zonas abertas e arejadas, intercalas por “pequenas ruas e travessas” por onde as pessoas circulam livremente e descobrem por elas próprias. A disposição dos livros – nomeadamente tratandose de novidades – é, normalmente, feita de forma altamente sugestiva e apelativa, sempre que possível exibindo a capa, deixando esta “constantemente a falar”. Outra técnica muito adotada é a de colocar os destaques junto à área de entrada, local igualmente estratégico para a exibição de periódicos, tais como revistas e jornais.
A arrumação dos livros é da maior importância. Ao contrário do que é prática comum em muitas bibliotecas, onde não raro impera a tradicional e algo controversa Classificação Decimal Universal, as livrarias optam por “sistemas de classificação” muito básicos. Nestas, é muito comum encontrar as obras arrumadas por grandes rubricas, por categorias, como por exemplo: Arte, História, Literatura, Ciências Sociais e, dentro destas, em divisões, por subclasses; por hipótese, “Arte” desdobrandose em: Arquitetura, Pintura, Fotografia, Cinema... ou, ainda, noutro exemplo, “História” em: Medieval, Moderna, Contemporânea, de Portugal, universal, etc. Esta ordem das coisas não parece impedir quem procura de encontrar o que pretende. As livrarias, porventura por adotarem sistemas mais simplificados do que a generalidade das bibliotecas, encorajam muito o chamado “browsing”, o “selfservice”, o livre acesso que confere às pessoas inteira liberdade de percorrerem estantes e balcões sem constrangimentos de qualquer espécie e terem o gosto de descobrir por si próprias. A localização e a arrumação das obras nas prateleiras é também um fator determinante, pois está comprovado que a prateleira inferior, por exemplo, é particularmente esquecida e que uma disposição das obras com as lombadas alinhadas na mesma direção facilita e estimula a pesquisa. Em conclusão, parece evidente que livrarias e bibliotecas não são realidades tão afastadas e que, embora prosseguindo fins e objetivos diferentes, dada a sua natureza, partilharão, ainda assim, uma espécie de prática comum que as aproxima. Hoje em dia, conforme referido e sublinhado, o domínio de técnicas de marketing e de comunicação, de gestão de vendas, de publicidade, revelase fundamental quando está em causa a captação de público(s). E este é, ou deverá ser, “o” objetivo perseguido tanto por livrarias quanto por bibliotecas. Estas últimas, nomeadamente, poderão retirar importantes benefícios se estiverem atentas a determinadas práticas e experiências e procurarem conhecer o que se passa no circuito comercial livreiro. No entanto, há que ter o cuidado de não resvalar em excessos e ir demasiado longe ao procurar estabelecer o modelo, ou o conceito, de uma “biblioteca organizada como uma livraria”. A biblioteca poderá e deverá apresentarse como um local cativante, acolhedor, mas nunca perdendo a referência de que é acima de tudo um local de investigação, de estudo, de trabalho. Ainda que se encontrem paralelismos que permitem identificar, importar e adaptar determinadas técnicas, conceitos, ideias e experiências a que as livrarias recorrem para o domínio das bibliotecas, há que não perder de vista que uma biblioteca não é na sua essência um negócio, do mesmo modo que uma livraria não (sobre)vive facultando documentos para empréstimo e respondendo a dúvidas e questões de clientes. Ainda que ambas se constituam como entidades dinâmicas e intervenientes dentro dessa grande esfera que é o mercado ou mundo da cultura, cada qual prossegue um fim e uma missão diferente. A razão ou o objetivo último da existência da biblioteca não é o de gerar lucro, receita. Neste particular aspeto não entra em competição direta com outros intervenientes. Independentemente do número de visitas que registe, o papel primordial da biblioteca é o de encorajar e fomentar hábitos de leitura em todos os grupos e faixas etárias. Todavia, enquanto parte integrante de uma sociedade em rápida e constante mudança, é natural que nela se reflitam todo o tipo de pressões e mutações que naquela ocorrem. Nesta medida é importante e fundamental que a biblioteca colha experiências, que as avalie, pondere e as adapte da forma mais adequada às suas conveniências e circunstâncias, com o fim último de servir os propósitos da sua existência: ir ao encontro do, e servir, o público em geral.


FONTES E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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CABRAL, Maria Luísa (1996). Bibliotecas acesso, sempre. Lisboa: Edições Colibri.
GASCUEL, Jacqueline (1987). Um espaço para o livro: como criar, animar ou renovar uma
biblioteca. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
JARTON, Cyril. “La librairie dans la spirale du marché”. Le monde de l’éducation, de la culture et
de la formation; Nº 246 (1997), p. 57‐60.
NUNES, Luís Filipe de Abreu (1987). Como organizar uma pequena biblioteca. Lisboa: BAD.
RAYMOND, J. “Librarians have little to fear from bookstores”. Library Journal; Vol. 123, Nº 15
(1998), p. 41‐42.
SILVA GARCIA. “A arquitectura e a biblioteca”. Bibliomédia; (Mar. 1992), p. 13‐19.
THORHAUGE, Jens. “A nova biblioteca: alguns tópicos. Bibliomédia; (Out. 1998), p. 50‐54.
VENTURA, João J. B. (2002). Bibliotecas e esfera pública. Oeiras: Celta Editora.
WALTERS, Robert. “The library, the bookshop and the literature centre”. New Library World;
Vol. 96, Nº 1120 (1995), p. 21‐27.

Na Internet:
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http://www.infotoday.com/searcher/jan00/coffman.htm. [Consulta: 23 abril 2013]
KOONTZ, Christie (2002). “Stores and libraries: both serve customers!” [on‐line]. Marketing
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http://www.infotoday.com/mls/jan02/koontz.htm. [Consulta: 21 maio 2013]
O’BRIEN, Sean (2010). “Escaping the library labyrinth: making libraries user‐friendly”.
Management of libraries and information centers. (dez. 2010) [on‐line]
http://librarysean.com/files/Escaping%20the%20Library%20Labyrinth.pdf. [Consulta: 12 junho
2013]
WOJCIK, Tim [2000]. “Comparing bookstores and libraries”. Exlibris: a weekly ezine for
librarians from Marylaine Block, your librarian without walls [on‐line]
http://marylaine.com/exlibris/xlib43.html. [Consulta: 19 jun 2013]

2013/12/18

Peça do mês de dezembro



Gramofone
Equipamento utilizado em contexto das práticas pedagógicas ao nível de várias disciplinas, nomeadamente da Música. Um gramofone é um aparelho composto por uma base que acomoda um prato circular giratório, acionado através de uma manivela, com um pino central onde se encaixa o disco. Do lado direito, encontra-se um braço com uma agulha que permite fazer a leitura do disco. Ao girar o disco, a agulha entra em contacto com a superfície deste e faz a sua leitura. O som sai amplificado pela corneta, fundamental para emitir o som de forma clara e audível ao ser humano. Está inventariado com o número ME/400890/1 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária António Inácio da Cruz, em Grândola.
A história desta instituição, inaugurada em 1964, encontra-se profundamente ligada à do seu patrono, António Inácio da Cruz (1876 – 1955). Nascido em Grândola, foi um homem que se dedicou à cultura, membro da Sociedade de Geografia e autor de vários artigos e patentes. Após a morte dos pais, Inácio da Cruz deixou todo o seu legado e os seus bens à Santa Casa da Misericórdia de Grândola. Através de vontade expressa no seu testamento, pretendia integrar os seus bens numa fundação que permitisse aos estudantes mais carenciados o acesso à instrução e consequente financiamento dos estudos. Como tal, a fundação foi criada em 1956 e em 1964 foi inaugurada a Escola que ficou com a designação do seu patrono. Nesta data lançaram-se as bases de uma Escola Agroindustrial, que esteve em atividade até Novembro de 1970. Nesta altura foi criada a Escola Técnica de António Inácio da Cruz. Em Outubro de 1977, a Fundação foi extinta. No ano seguinte, todos os estabelecimentos de ensino passaram a ter a designação de Escolas Secundárias, mantendo as nomenclaturas anteriores. Desta forma chegamos à atual Escola Secundária António Inácio da Cruz.
Este aparelho tem origem no cilindro de gravação, criado por Edison. Ao inventar o disco plano em 1887, Emile Berliner desenvolveu uma máquina para a sua reprodução designada por gramofone. Este disco, com uma pista magnética em espiral, tinha maior durabilidade e capacidade e foi utilizado para a gravação e reprodução de música. A agulha do gramofone lia a informação do disco através das vibrações da pista magnética, reproduzindo-a através do amplificador cónico metálico.
O sucesso e a difusão do gramofone por todo o mundo foram imediatos. Inicialmente funcionava com um mecanismo semelhante aos dos relógios, sendo necessário movimentar manualmente uma corda, mas a partir de 1920 passou a ter um motor elétrico e um novo tipo de amplificador. Inicia-se assim uma nova fase no processo de gravação e reprodução de sons.
A sua utilização ao nível das instituições escolares permitiu igualmente uma outra dinâmica em sala de aula. A aprendizagem das línguas estrangeiras podia ser feita através da reprodução sonora facilitando o processo de ensino-aprendizagem. Para além disso, as áreas ligadas à música, dança, teatro e ginástica, adquirem um novo fôlego com a introdução deste invento.

2013/12/12

Tardes no Thalia - 13 de Dezembro de 2013


No dia 13 de Dezembro, a partir das 18 horas, venha passar o seu fim de tarde no Teatro Thália (Estrada das laranjeiras, 205). Contaremos com  presença da Professora Maria João Mogarro que falará sobre o tema A Educação das Mulheres, seguido do Concerto de Natal do Coro Edu(cant)are.

Inscrições obrigatórias, sujeitas à capacidade da sala, através do email: teatro.thalia@sec-geral.mec.pt

2013/12/11

Exposição virtual "A Bússola"




Visite aqui a exposição virtual sobre a temática "A Bússola".

2013/12/04

Samuel Morse (1791 —1872)


Morse no Museu Virtual da Educação


Samuel Finley Breese Morse (17911872) foi um inventor, físico e pintor de origem norte americana. Nasceu em Charlestown, no seio de uma família de tradições puritanas, estudou na Academia Philips, e posteriormente na Universidade de Yale, da qual saiu em 1810.
Prosseguiu os seus estudos na área da pintura na Royal Academy em Londres, entre 1811 e 1815. De regresso aos Estados Unidos, abriu um estúdio de pintura em Boston, tendo-se mudado para Nova Iorque em 1823. Entre a Europa e os Estados Unidos, Morse fundou a Academia Nacional de Desenho e tornou-se professor de pintura e escultura na Universidade de Nova Iorque, obtendo um enorme reconhecimento e fama como retratista.


Durante a década de 1830 criou o telégrafo - “Recording Electric Telegraph”. Este aparelho transmitia sinais a um quilómetro de distância, embora não os recebesse pela mesma linha, o que Morse só conseguiu em 1837. Vários cientistas já se tinham debruçado sobre estas matérias, nomeadamente Wheathstone e Cooke que desenvolveram um aparelho telegráfico com cinco agulhas. No entanto, foi o telégrafo concebido por Morse e Alfred Vail que mais se destacou.



Era formado por uma aparelho emissor e um recetor, permitindo comunicar com uma única tecla que fechava um circuito elétrico quando premida, emitindo um sinal sonoro, luminoso ou um sinal marcado em papel. Desta forma, traduzia sob a forma de pontos e traços o alfabeto, a pontuação e os números. Assim nasce o chamado Código Morse, um sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação que combinava traços, pontos e pausas para transmitir informações através de impulsos telegráficos.
Este instrumento funcionava com a chamada “chave de Morse”, um transmissor chave ou manipulador, utilizado para a emissão de sinais de uma, para outra estação, fechando o circuito eléctrico que engloba o circuito da pilha local, linha de transmissão e os aparelhos receptores da estação destinatária.

ME/402436/1851
Morse teve muitas dificuldades em implementar o seu sistema, tendo-lhe sido negado qualquer tipo de apoio financeiro. Mas, em 1843 construiu a linha telegráfica entre Baltimore e Washington, a primeira de muitas que constituíram uma rede por todo o país e posteriormente por todo o mundo. O telégrafo de Morse tornou-se indispensável num mundo em constante mudança, tendo permitido um desenvolvimento crucial da comunicação a longa distância. A partir de 1858 existiam telégrafos por toda a Europa, inclusive em Portugal.
O telégrafo continuou a ser aperfeiçoado, nomeadamente com o trabalho de Thomas Edison. A evolução natural das formas de comunicação fez com que o telégrafo primitivo desaparecesse.

Bibliografia:  
Museu Virtual da Educação (2013) [em linha].
[Consulta: 18 de Novembro de 2013]

Museu da Física da Escola Secundária Alexandre Herculano (2013) [em linha].
[Consulta: 28 de Novembro de 2013]

Baú da Física e Química. Instrumentos antigos de Física e Química de escolas secundárias em Portugal (2013) [em linha]
[Consulta: 18 de Novembro de 2013]

Samuel Morse Biography and Inventions (2013) [em linha]
[Consulta: 18 de Novembro de 2013]

Código Morse: o que é e quando surgiu (2013) [em linha]
[Consulta: 18 de Novembro de 2013]




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