2013/05/29

Exposição virtual "Materiais didáticos da Casa "Les Fils d' Émile Deyrolle"


Fundada em 1831, a Casa "Deyrolle" desempenhou um importante papel no fabrico e distribuição de material especializado para o ensino. Visite aqui a exposição.

2013/05/22

Peça do mês de Maio


Coral

Coral em base de madeira, utilizado para observação e estudo no contexto das práticas pedagógicas de ciências naturais. Pertence a uma coleção que inclui vários exemplares de diferentes tipos de corais. Está inventariado com o número ME/402631/533 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Rainha D. Leonor, em Lisboa.
O Liceu Rainha D. Leonor foi criado nas primeiras décadas do século XX, e as suas instalações localizavam-se no Palácio da Ribeira na Rua da Junqueira, com frequência exclusivamente feminina.
Em 1961 transitou para o atual edifício, sito no bairro de Alvalade. No entanto, a Escola continuou a funcionar na zona da Junqueira com a designação de Rainha D. Amélia. O novo edifício acompanha as linhas orientadoras do design pós 1.ª Guerra Mundial, tendo o projeto estado a cargo do arquiteto Augusto Brandão, sendo a área verde da responsabilidade do engenheiro agrónomo Caldeira Cabral. No interior da escola podemos destacar um conjunto escultórico da autoria de Soares Branco, evocativo da figura de D. Leonor.
Após 1974, passou a designar-se Escola Secundária Rainha D. Leonor e a sua frequência passou a ser mista.
Coral é uma designação utilizada para designar uma enorme variedade de organismos marinhos pertencentes ao filo Cnidaria, embora as suas necessidades e exigências sejam diferentes. Os corais são invertebrados marinhos que segregam um exosqueleto calcário ou de matéria orgânica. Trata-se de animais solitários ou coloniais, podendo constituir recifes de dimensões consideráveis que albergam um verdadeiro ecossistema. As melhores condições para o crescimento dos corais que constroem recifes, incidem nas latitudes entre 30º norte e 30º sul. O maior recife de coral encontra-se em Queensland, na Austrália. Classificação científica: Reino – Animalia; Subreino – Metazoa; Filo – Cnidaria; Classe – Anthozoa.

História da Escola Secundária Rainha D. Leonor

Bibliografia e informação adicional:




MJS

2013/05/13

Tardes no Thália



Venha passar o seu fim de tarde no Teatro Thália (Estrada das laranjeiras, 205) no dia 23 de Maio, a partir das 17.30. Inscrições obrigatórias, sujeitas à capacidade da sala, através do email: teatro.thalia@sec-geral.mec.pt
Aceda aqui ao programa.

2013/05/08

Bibliografia Temática - História da Educação (II)



Na sequência do artigo publicado, apresentamos uma bibliografia temática da História da Educação da Biblioteca Histórica da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e Ciência. Aceda aqui a este artigo.

2013/05/02

Bibliografia Temática - História da Educação (I)




Bibliografia temática
História da educação

(I)



  


"What is a thematic biography?

A thematic biography is not merely a biography, which is an account of the events of a particular person’s life. One could easily write a biography without ever engaging in the more intimate, more interesting questions a thematic biography entails." (Yourdictionary, 2013)






Uma bibliografia é, antes de mais, uma lista estruturada e ordenada de referências bibliográficas (ex.: autores, títulos, artigos de revistas, etc.) com características comuns. Para além desta noção biblioteconómica, o conceito de bibliografia designa, também, a incursão à bibliográfica estatística ou mesmo aos repertórios bibliográficos – a estruturação de referências bibliográficas em bibliografia e consequente estudo bibliométrico é, na atualidade, uma área em plena expansão científica e transversal a todos as áreas métricas do saber estatístico das ciências sociais.

Entre nós, em Portugal, dão-se os primeiros passos (a esmagadora maioria dos mestrados em ciências documentais ainda não integraram a disciplina nos seus curricula). Ainda assim, surgem alguns mestrados de grande valor epistemológico que, em si mesmo, são um fruto de investigações ao mais alto nível da estruturação de bibliografia. A título de exemplo destacamos a investigação de Mestrado, em biblioteconomia, da Mestre Lígia de Melo Arruda. A investigação intitulada Efeito Bradfordiano na Produção Documental no Tempo de D. Pedro V: 1837-1861[1] é, acima de tudo, uma homose entre a bibliografia e a estatística, ou seja, entre a sageza quantitativa e qualitativa.

Pretendemos sublinhar que, já nos finais do século dezanove, se podem encontrar as primeiras investigações sobre o estudo da matéria-prima bibliografia – Paul Otlet[2], como bem verificou Santos (2007), deu à bibliografia um caráter científico. As suas propostas estão expostas no Traité de Documentation: le livre sur le livre: théorie et pratique, publicado em 1934.

Na contemporaneidade, os estudos sobre a obra de Otlet têm sido retomados por inúmeros pesquisadores, tais como W. Boyd Rayward, professor da Universidade de Chicago, biógrafo de Otlet; Michael Buckland, professor da Universidade da Califórnia; Bernd Frohmann, professor da Faculdade de Estudos de Informação e Média do Canadá; José Lopes Yepes, da Universidade Complutense de Madrid, entre outros.

As bibliografias são, como verificamos, matéria-prima de diversas áreas do saber. Neste contexto, as bibliografias temáticas são as mais aconselháveis a não-especialistas e a investigadores que começam a esboçar e rasurar caminhos metodológicos. Este material didático, que em si mesmo é um documento, pode muito bem, estar reintegrado em documentos primários, tais como finais de monografias ou seriados, enciclopédias, revistas, etc. Não obstante, existem extensas bibliografias temáticas que são elaboradas ad hoc – por editoras, bibliotecas especializadas, entre outras.

A esmagadora maioria das bibliografias temáticas são produto direto de pesquisas em bases de dados especializadas, umas altamente especializadas (por ex.: Web of Knowledge, Scielo – Scientific Electronic Library Online, Scopus, Mediline, etc.), outras, são elaboradas por gestores de informação (i.e. bibliotecários, arquivistas e museólogos). Ainda assim, é indispensável a realização de bibliografias imparciais e representativas:

“[…] é importante a realização de bibliografias com base na imparcialidade, representatividade e exaustividade: estes são critérios objetivos de avaliação científica. Citar é muito mais do que prefaciar a ideia de um autor, citar é sobretudo, tomar conhecimento da ciência através de outrem — projetando conhecimentos no futuro e, intersubjectivamente, informamos e divulgamos a ciência.” (Maximino, 2006:63)

Em virtude da diversidade dos núcleos temáticos do trabalho, a bibliografia temática tem o objetivo de facilitar a consulta às fontes de informação utilizadas na nossa pesquisa. Como toda categorização, a designação dos textos nos assuntos está subordinada a um critério de escolha, que, nesse caso, consiste na identificação da matriz temática de cada fonte de informação (cf. Freires, 2007:193)

As bibliografias, vistas deste modo, devem apresentar-se de uma forma analítica, para que sejam um forte manancial científico de informação para todo o tipo de investigadores. Sejam quais forem os tipos de modelos que se utilizem, a verdade é que todas as bibliografias têm um uso potencial porque representam um grupo de material reunido por um princípio comum.

“[…], enfatizamos a importância que demos às comparações, complementações e confrontos das situações, bem como às experiências e temas comuns relatados pelas fontes orais, sempre em diálogo com a bibliografia temática, no sentido de compreender e conceber a história, a partir da experiência vivida pelo sujeito.” (Bezerra, 2012:17)


No entender de Bezerra (2012:17), o diálogo entre as bibliografias temáticas e as experiencias vividas é um modo e meio de compreensão da história factual.

A anterior noção de bibliografia com acento intersubjetivo ultrapassa qualquer definição encestada por Faria e Pericão (2008) no Dicionário do livor Estas autoras entendem a bibliografia temática como conjunto de referências bibliográficas ordenadas e subordinadas a uma determinada matéria – esta percetiva sintetiza conceitos tradicionalistas da biblioteconomia – a bibliografia como forma aliada a um dado conteúdo. Desta forma, desenraíza-se a bibliografia, de uma forma definitiva, das ciências sociais e do individuo que a produz!

Em suma, uma bibliografia temática não é apenas uma bibliografia, mas, um relato dos acontecimentos da vida das pessoas em particular (Cf. Yourdictionary, 2013).






Bibliografia:



ARRUDA, Lígia Maria de Melo (2012).  Efeito Bradfordiano na produção documental no tempo de D. Pedro V : 1837-1861 [on-line]:  Dissertação para apresentação da obtenção do grau de Mestre em Ciências Documentais no Curso de Mestrado em Ciências Documentais.
[Consulta: 22 de abril 2013]


BEZRRRA, Edmundo Cunha Monte (2012). Migrações xukuru do ororubá: memórias e história, (1950-1990) [on-line]: Universidade federal de Pernambuco, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Mestrado em História.
[Consulta: 22 de abril 2013]


FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça (2008). Dicionário do livro: da escrita ao livro electrónico. Coimbra : Almedina.


FREIRES, Thiago Gaudêncio Siebert (2007). Relações entre a Ciência da Informação e as Ciências da Comunicação: um estudo dos conceitos de representação documentária, mediação e comunicação científica [on-line] : Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.
[Consulta: 22 de abril 2013]



MAXIMINO, Pedro (2006). Metodologia para a avaliação de coleções: estudo aplicado a uma biblioteca portuguesa [on-line]: Association of European Research Libraries; The DART-Europe E-theses Portal (DEEP); CUBC: Universitat de Barcelona, Cop. 2005-2007
[Consulta: 8 junho de 2012]


SANTOS, Paola (2007). “Paul Otlet: um pioneiro da organização das redes mundiais de tratamento e difusão da informação registrada” [on-line]:  Ciência da Informação; Vol. 36, N.º 2 (may/aug. 2007).
 [Consulta: 22 de abril 2013]


UNIVERSITÉ DE LIMOGES ( 2013 ).” Nouveaux actes sémiotiques”  [on-line]: PULIM = Presses Universitaires de Limoges; ISSN - 1961-8999
[Consulta: 22 de abril 2013]


 YOURDICTIONARY (2013). What is a thematic biography? [on-line]: April 17th, 2013 [Consulta: 22 de abril 2013]



P.M


[1] Esta dissertação incide sobre a produção documental em Portugal, no período de vida do monarca D. Pedro V, 1837-1861. As bases de dados de recolha de informação foram: a Biblioteca Nacional de Portugal, a Biblioteca Nacional Digital e o catálogo da Rede Municipal de Bibliotecas de Lisboa. Tendo em conta as várias formulações no campo da bibliometria, o denominado efeito bradfordiano foi o foco desta investigação com a análise dos autores, casas editoriais/ tipografias, locais de produção, tipo de documentos e áreas temáticas mais produtivos.
[2] O Traité de Documentation expressa a maturidade do pensamento de Paul Otlet sobre a organização do conhecimento. É, de fato, a primeira sistematização sobre a documentação, que resultou de suas reflexões sobre o trabalho realizado no IIB. Nele, Otlet expõe os princípios fundamentais da documentação e da bibliologia. A bibliologia, contudo, não é uma criação de Otlet. O termo foi cunhado em 1802 por Gabriel Peignot, que a caracterizou como uma ciência que estudava o livro. No Traité de Documentation, Otlet toma a bibliologia como ponto de partida para o desenvolvimento da documentação. Ao longo dos cinco capítulos do Traité de Documentation, Otlet define os principais conceitos do novo campo - como o termo documento -, desenvolve as metodologias do trabalho da documentação, define seu campo de estudos e suas relações com as demais ciências, faz um estudo detalhado do livro, apresenta os produtos do desenvolvimento tecnológico de sua época e suas aplicações à documentação, propondo, por fim, uma rede universal de informação e documentação. (cfr. Santos, 2007)