2008/05/01

Património Bibliográfico













Nova Escola para Aprender a Ler, Escrever e Contar


Manuel de Andrade de Figueiredo







Segundo Rogério Fernandes, a “revolução” pedagógica do séc. XVIII, tem como uma das manifestações mais interessantes da “influência jesuítica”, relativamente “às conceções fundamentais e moldes de organização escolar”, (p. 41), a obra com o título Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar, da autoria de Manuel de Andrade de Figueiredo, datada de 1772.

Dividida em quatro “classes” ou “tratados”, a Nova Escola ocupava-se da iniciação à leitura, caligrafia, ortografia e aritmética, abordando também aspetos mais gerais, como a escolha de professores pelos pais de família, a recusa do método global e a defesa do método silábico, pois “na formação das sílabas consistiria o principal e o maior trabalho do menino” (Fernandes, p.44).

Um aspeto significativo referia-se aos castigos. Figueiredo considerava que “o castigo não se encobre com o amor, pois o mesmo Deus aos que ama castiga. E o castigo se é demasiado parece tirania, se proporcionado é remédio”. Deste modo, condenava os excessos, mas entendia que “a vara e correção são as que dão a sabedoria ao menino” (Figueiredo, p.5).
Andrade de Figueiredo sublinhava a grande importância social da educação – as “qualificações dos súbditos, assegurava sem hesitações, provêm da sua aplicação enquanto meninos e do ensino dos mestres”. Ele próprio Mestre, conhecia as deficiências do professorado e “atribuía à impreparação metodológica dos docentes o facto de os discípulos penarem longamente nas escolas sem aprenderem a ler” (idem, p.44).

Figueiredo defende a elevada dignidade de ensinar e exigia aos mestres uma personalidade moral de exceção, desejando que estes “possuíssem todos os requisitos indispensáveis” (Fernandes, p.42). O seu contributo vai neste sentido e a “Nova Escola é, por isso mesmo, a obra pedagógica portuguesa do século 18 que mais diligencia inserir-se na realidade escolar, na medida em que pretende constituir um ponto de apoio para o docente” (Fernandes, p.46).
Uma edição fac-similada e restrita desta obra, de 1973, afirma que ela é o “mais belo e célebre livro português sobre o ensino da leitura e da escrita bem como da arte da caligrafia”.























Ficha bibliográfica

Figueiredo, Manuel de Andrade de, 1670-1735
Nova Escola para aprender a ler, escrever, e contar... primeira parte / por Manoel de Andrade de Figueiredo, Mestre desta Arte nas cidades de Lisboa Occidental, e Oriental. - Lisboa Occidental : na Officina de Bernardo da Costa de Carvalho, impressor do Serenissimo Senhor Infante, 1722. - [18], 156 p., 44 f. gravadas a buril : il. ; 2º (31 cm)
Cópia digital (Biblioteca Nacional de Portugal)


Bibliografia

Fernandes, Rogério (1978). O pensamento pedagógico em Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa/ Secretaria de Estado da Cultura (Biblioteca Breve), pp. 41-46.
Figueiredo, Manuel de Andrade de, Nova Escola ... Edição da Livraria Sam Carlos, Lisboa, [1973] 24x33 cm. XXIV-156-I págs. e 47 gravuras. Edição fac-similada. Restrita edição de 1100 exemplares numerados e assinados pelo editor.

Património Arquivístico




Actas do Conselho Superior de Instrução Pública






As Actas do Conselho Superior de Instrução Pública constituem uma série documental que faz parte dos fundos arquivísticos, à guarda da Secretaria-Geral do Ministério da Educação.

O Conselho Superior de Instrução Pública, criado em 1835, foi um Órgão a quem estava cometida a direcção da educação e instrução pública, o provimento de lugares de instrução pública, o governo e inspecção das escolas, as estatísticas escolares.

Os assuntos relacionados com estas actividades eram tratados nas sessões realizadas e, devidamente registados em actas. Estas actas são documentos manuscritos que se debruçam sobre os diferentes graus de ensino (criação de escolas ou de cadeiras) e aspectos relacionados com assuntos de pessoal (exoneração e jubilação de professores), só para dar dois exemplos.

A diversidade dos assuntos tratados constitui uma fonte de informação importante para os investigadores que se ocupam da História da Educação em Portugal.


Património Museológico





Máquina eletrostática de Winshurst

Escola Secundária de D. Dinis





Instrumento científico utilizado no Laboratório de Física.
A máquina é composta por dois discos de vidro, verticais e paralelos, que distanciam um do outro cerca de 2mm. Os discos são postos em sentido inverso em movimentos em torno do mesmo eixo geométrico, por meio de uma manivela. Cada disco tem colados, por fora na direção dos seus raios, 24 sectores ovalados, de folha de estanho e cobre.
Esta máquina eletrostática, diferentemente do gerador de Van de Graaf, é uma separadora de cargas elétricas por indução. Por isso, para garantir uma carga inicial indutora, é conveniente eletrizá-la com um bastão carregado eletricamente para dar início ao seu funcionamento. Nos discos são induzidas cargas de sinais contrários, nos vários sectores delimitados pelas escovas e os pentes. Estas cargas são coletadas pelos pentes e armazenadas nos capacitores até que o acúmulo de carga elétrica seja suficiente para originar uma faísca entre o polos da máquina.
Dimensões: altura 37; largura 30; profundidade 17
Entidade emissora: Tecnodidáctica, Lisboa (Portugal)
Séc. XX

Pode encontrar estas peças, das Escolas Secundárias de Bocage, Passos Manuel e Maria Amália Vaz de Carvalho, nas coleções do Museu Virtual da Educação.